A multinacional ExxonMobil está planejando prosseguir com o Projeto SEAL, que visa a exploração de petróleo e gás em uma região do Rio São Francisco, e pode pôr em risco, além do meio ambiente, o sustento de vários pescadores, segundo o especialista Emerson Soares, pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas
A multinacional ExxonMobil está se preparando para a exploração de petróleo e gás em um trecho próximo à bacia do rio entre Alagoas e Sergipe, próximo ao estuário do Rio São Francisco, para o Projeto SEAL, que pode impactar 52 unidades de conservação. A atividade pode afetar diretamente várias comunidades que são sustentadas pelas atividades econômicas do Velho Chico. Entre elas, pessoas como Maria Aparecida da Silva, integrante da Federação de Pescadores do Estado de Alagoas e também pescadora.
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Moradores e pescadores da região comentam que, se tratando de como chegaram ao oficio de pesca artesanal, que a história de cada um na pesca começa quando ainda eram crianças. Muitos começaram aos 4 anos de idade, no Jaraguá, que é o grande centro de pesca da capital.
Entretanto, a tradição da pesca artesanal da região do Baixo São Francisco, situada em Alagoas, e até mesmo o próprio rio, podem estar ameaçados pelo projeto SEAL de exploração de petróleo e gás da multinacional ExxonMobil, segundo o pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas.
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Pesquisadores que estão acompanhando a equipe técnica que estuda os possíveis impactos ambientais do projeto SEAL observam a situação preocupados, principalmente caso ocorra vazamento. De acordo com o que aponta Emerson Soares, pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas que atua na região há mais de 14 anos, o petróleo pode chegar a mais de 15 km continente adentro, entrando nos municípios de Piaçabuçu (AL), Brejo Grande (SE), chegando perto da divisa com Penedo (AL), a depender da vazão do São Francisco.
ExxonMobil planeja explorar petróleo e gás
Emerson diz que há pouca transparência no processo e que está faltando ainda, em seu ponto de vista, mais cuidado do IBAMA sobre a situação, e também um pouco mais de transparência e informações da própria ExxonMobil.
As informações devem chegar para as comunidades tradicionais de forma mais clara e debatida. Até então, o projeto está na fase de exploração de petróleo e gás e ainda aguarda a licença do Ibama para iniciar a busca pelo combustível natural, que pode ou não estar presente na região.
A ExxonMobil já foi responsável por impactos socioambientais, como o vazamento de petróleo no Alasca no fim da década de 80, que ficou conhecido como maré negra.
Mais de 190 reuniões são promovidas para falar sobre o projeto da ExxonMobil
A multinacional respondeu em vídeo e em nota, afirmando que está seguindo todas as recomendações e protocolos do Ibama. Vale lembrar que o projeto, que ainda está na fase de pré-licenciamento, fica situado em alto mar e não no Rio São Francisco.
A empresa ainda afirma que a prioridade é preservar a saúde e a segurança da comunidade e do meio ambiente. Sendo assim, informa que foram promovidas mais de 190 reuniões com representantes das comunidades na área de abrangência do projeto SEAL. A multinacional também disponibilizou uma audiência pública realizada em relação ao tema.
OBS: O conteúdo desta matéria foi produzido originalmente pelo portal de notícias Brasil de fato – BdF Pernambuco. A entrevista, os materiais de vídeo e relatos de moradores são de inteira responsabilidade do portal mencionado, o CPG – Click petróleo e gás não detém os direitos autorais.