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Alerta para a CONSTRUÇÃO civil: Fim da escala 6 por 1 pode gerar colapso no Setor no Brasil, Avisa entidade

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/11/2024 às 15:53
Construção, escala 6 por 1
Foto: Reprodução
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Representantes do setor de construção civil alertam que mudanças na escala 6 POR 1 podem ter impacto catastrófico na indústria nacional

A possível extinção da escala 6 por 1 no Brasil está gerando intensos debates, especialmente na indústria da construção civil, setor que emprega milhares de trabalhadores, conforme o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Segundo Eduardo Aroeira, vice-presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), essa mudança seria desastrosa para o setor, impactando diretamente a produtividade e a entrega de obras.

Não temos esses trabalhadores”, declarou Aroeira, ressaltando que, caso a escala seja alterada, será necessário buscar mais mão de obra para evitar atrasos nas obras, algo que, atualmente, seria impraticável devido à baixa disponibilidade de trabalhadores qualificados.

Crise de mão de obra no setor da construção

O setor da construção enfrenta um problema crônico de escassez de mão de obra, agravado pela falta de qualificação profissional e pelo desinteresse dos jovens em trabalhar em canteiros de obras. Dados levantados pela Cbic mostram que a força de trabalho está envelhecendo: a idade média dos trabalhadores subiu de 38 anos, em 2016, para 41 anos em 2023, chegando a 43 anos no estado de São Paulo.

INDÚSTRIA E COMÉRCIO – MERCADO LIVRE

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Além disso, grande parte desses trabalhadores opera de forma informal, com jornadas médias de 38,8 horas semanais e uma renda média mensal de R$ 2.552,99. Segundo Aroeira, essa realidade aumenta os desafios da indústria em manter a produtividade enquanto enfrenta uma demanda crescente por novas obras.

Estamos, hoje, praticamente em pleno emprego e nossa grande luta não é empregar pessoas e, sim, o aumento de produtividade. A alteração da escala neste momento […] geraria o desemprego ou a informalidade”, afirmou Aroeira, durante uma coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (18).

Crescimento em meio aos desafios

Mesmo diante dessas dificuldades, o setor imobiliário brasileiro tem registrado recordes de crescimento. A Cbic aponta alta nos lançamentos e vendas no último trimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior, indicando que a demanda segue aquecida. Contudo, especialistas do setor da construção acreditam que o fim da escala 6 por 1 poderia reverter esse cenário positivo.

Para Ely Wertheim, vice-presidente de indústria imobiliária da Cbic, a mudança seria um desserviço ao país. “A gente devia estar era produzindo, aumentando a produtividade, investindo em capacitação, empregando, entregando as coisas no prazo —não só apartamento, vale para qualquer indústria, para qualquer serviço.”

O debate sobre a escala 6 por 1

A escala 6×1 permite que o trabalhador tenha apenas um dia de descanso remunerado por semana. Recentemente, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa alterar essa jornada. O texto sugere a adoção de uma semana de trabalho de quatro dias, medida já implementada em outros países e que foi testada por algumas empresas no Brasil.

Durante o feriado da Proclamação da República, manifestações em apoio ao fim da escala ocorreram em várias capitais do país. Os manifestantes compararam a jornada de 44 horas à escravidão, evidenciando o impacto social da discussão.

Apesar da resistência de setores como a construção civil, a PEC já alcançou o número mínimo de assinaturas para tramitar na Câmara dos Deputados. Erika Hilton afirmou que o texto seguirá para a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania) para análise de admissibilidade.

Produtividade como solução

Enquanto o debate avança, representantes da construção civil destacam a necessidade de focar em medidas que melhorem as condições de trabalho e aumentem a eficiência. “A discussão prioritária, no nosso interesse, é como a gente pode melhorar as condições dos trabalhadores, com aumento de produtividade, formas diferentes de construir”, concluiu Aroeira.

Embora a proposta de mudança na escala 6 por 1 possa ser vista como uma oportunidade para modernizar as relações trabalhistas, a perspectiva de setores estratégicos, como a construção civil, reforça a complexidade da questão.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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