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Mais uma reviravolta envolvendo a usina de etanol Atvos (ex Odebrecht Agroindustrial): Fundo Soberano Mubadala, do príncipe de Abu Dhabi, pode assumir o controle total da companhia neste mês!

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 16/12/2022 às 18:21
mubadala - abu Dhabi - fundo soberano - Emirados Árabes - usina - etanol - Lone Star
Mubadala injeta R$ 500 milhões, assume o controle da usina de etanol Atvos e deixa fundo Americano Lone Star a ver navios – Imagem Veja e CPG

Fundo americano Lone Star corre risco de perder o controle sobre a Usina de etanol Atvos; além disso, Ricardo Knoepfelmacher, especialista em reestruturarão de empresas, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira!

A saga envolvendo o controle da usina de etanol Atvos não parou por aí. Dezembro começou com mais uma reviravolta envolvendo a antiga Odebrecht Agroindustrial, e o Fundo americano Lone Star se encontra a beira de perder, neste mês, o controle da gigante sucroalcooleira para o Fundo Soberano Mubadala, do príncipe de Abu Dhabi!

De acordo com o Pipeline, num acordo fechado com bancos credores e sem participação do atual controlador, o Mubadala Capital pode assumir o controle da companhia e Lone Star ficará a ver navios!

Relembrando que o fundo americano Lone Star chegou ao controle da Atvos em 2020, quando a empresa já estava em recuperação judicial, após uma decisão da Justiça. No mesmo ano, o fundo havia comprado o controle da Atvos do banco Natixis, que tinha executado as ações que os bancos credores da Odebrecht detinham em alienação fiduciária, por meros R$ 5 milhões.

Mas a cereja do bolo são os rumores de que o executivo Ricardo Knoepfelmacher, conhecido somente como Ricardo K., especialista em reestruturação de empresas, por trás de uma série de empresas em dificuldades, poderá ficar com 5% da gigante sucroalcooleira, o que vale ao menos R$ 150 milhões, apurou o Estadão.

Ainda de acordo com o Estadão, a entrada de Ricardo K. no negócio faz parte da mesma transação que marcará um investimento do todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi, na usina produtora de etanol. O especialista em reestruturação não faria um desembolso sequer. As ações seriam reflexo do fato de ele ter sido assessor financeiro da companhia.

Sobre o acordo fechado com bancos credores e o todo-poderoso Mubadala, de Abu Dhabi

Foi convocada para este dia, 16 de novembro, por BNDES, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander, uma assembléia em que vão votar a troca de controle, já com votos predefinidos. A possibilidade estava prevista no plano de recuperação judicial da Atvos, e se dará por troca de dívida velha por dívida nova e uma injeção de capital de R$ 500 milhões na companhia.

A transação entre os credores bancários e o Mubadala inclui um aporte de R$ 500 milhões na empresa. Com isso, o Mubadala ficaria com 31,5% da Atvos e, os bancos, com 60%. O que teria chamado atenção de alguns dos envolvidos, contudo, foi que o acordo prevê a entrada do fundo o fundo Agroenergia FIP Multiestratégia, dos sócios Ricardo Knoepfelmacher e Giovanni Forace, da RK Partners, com 5%. Já a Lone Star e Novonor (ex-Odebrecht) dividiriam a fatia restante, de 3,5%.

Acordo dos bancos libera Novonor de garantias que ainda estavam vinculadas em operações com os credores!

Atvos voltou a ser geradora de caixa e a pagar seus compromissos de dívida, mas o acordo estabelece um desconto estimado em cerca de R$ 2 bilhões na dívida, a valor presente, com vencimento em 20 anos e carência de 3.

A Atvos terminou o último ano fiscal com Ebitda ajustado de R$ 2,2 bilhões, aumento de 83% sobre o ano anterior e 121% no comparativo de dois anos atrás, quase dobrando a área plantada no período. A companhia deve fechar o exercício corrente com saldo de caixa de R$ 1,2 bilhão. Com o acordo, a empresa vai trocar novamente a administração.

O acordo dos bancos também libera a Novonor de garantias que ainda estavam vinculadas em operações com os credores, numa tratativa privada que não envolveu processo competitivo com outros players.

Fundo dos Emirados Árabes atua com diferentes negócios bilionários no Brasil

O fundo dos Emirados Árabes voltou a ficar mais ativo no país este ano. Fez uma proposta de aquisição do Burger King Brasil, colocou proposta pela joint venture de etanol BP Bunge Bioenergia e liderou uma rodada de capitalização na Cerc.

No fim do ano passado, comprou a refinaria de Mataripe das mãos da Petrobras. O Mubadala atua com diferentes bolsos no Brasil, com capital próprio do fundo soberano de Abu Dhabi e com private equity que inclui recursos de terceiros.

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Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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