Descubra o Citroën 2cv, o icônico modelo francês com um motor distinto, capaz de entregar 20 NM de torque e competindo diretamente com o lendário motor do Fusca.
Lançado em 1949, o Citroën 2cv rapidamente se tornou um ícone no mundo automotivo, em parte graças ao seu notável motor 12b. Com 375 cm³, este motor de dois cilindros boxer se destacava por sua construção em liga de alumínio com cilindros aletados, otimizando a refrigeração. O sistema de resfriamento era inovador, contando com um ventilador axial acoplado diretamente ao virabrequim.
O motor do 2cv, com uma taxa de compressão de seis para um, atingia mais de 3.500 rotações por minuto e entregava 9 cavalos de potência. Apesar de um torque modesto de 20 NM, era mais do que suficiente para mover um veículo leve de 500 kg. Neste artigo, exploraremos mais a fundo as características deste modelo emblemático e seu fascinante motor.
Citroën 2cv era principal rival do Fusca
Em contraste, o Fusca de 1950, seu concorrente na época, tinha o dobro de cilindros com 131 cm³ e uma compressão de 5,6 para um, produzia 25 cavalos a 3300 rotações. O Citroën 2cv, no entanto, levava vantagem na relação de potência por centímetro cúbico, embora por uma margem estreita. O Fusca usava uma bomba de óleo por engrenagens simples e clássicas, já o motor da Citroën usava uma bomba G-rotor mais avançada.
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Esta bomba tinha um rotor central de quatro dentes conectado no eixo de comando e um rotor externo de cinco dentes. Isso criava um volume variável resultando em deslocamento positivo comparada à bomba de engrenagens. O sistema da Citroën era mais silencioso, menos vibratório e eficiente. Entretanto, a bomba de engrenagens ainda era vantajosa por sua simplicidade e custo.
Ambas as bombas eram fáceis de reparar, consistindo apenas de duas partes móveis. O processo de lubrificação iniciava com a absorção de óleo pelo sugador no cárter, onde o óleo subia por um duto até a bomba de onde era distribuído sob pressão através do eixo de comando e das veias do virabrequim.
Entenda como funcionava o motor da Citroën
O motor do Citroën 2cv, com seu ventilador axial promovia um fluxo de ar direto e eficiente, onde não havia corrente ou correia no motor, pois as engrenagens garantiam a sincronização de forma confiável e duradoura. O eixo de comando controlava as válvulas do motor da Citroën por meio de varas e balancins ajustáveis.
As válvulas inclinadas otimizam o fluxo de ar não colidindo com as paredes do cilindro, a câmara de combustão semiesférica melhorava a eficiência e a válvula de escape, posicionada estrategicamente, permitia que o ar do ventilador resfriasse a parte mais quente do motor distribuindo calor uniformemente.
Em um período não tão distante, uma prática comum na engenharia de motores revolucionou a forma como entendemos a combustão. Essa técnica envolvia aquecer o ar de admissão para evitar que as gotas de combustível condensassem. Assim o combustível chegava no cilindro em estado gasoso, misturando-se mais eficientemente com o ar.
Esse processo resultava em uma combustão de qualidade superior de forma interessante. Os tubos de escape dos veículos da época desempenhavam um papel crucial nesse processo, pois eles passavam pelo carburador para aquecê-lo. Era um método engenhoso especialmente considerando que naquele tempo, tecnologias como a injeção eletrônica ainda não existiam.
Diferenças do motor do Citroën 2cv
O motor da Citroën tinha uma característica bastante peculiar em seu virabrequim, ele podia ser completamente desmontado para a inserção das bielas. Essa funcionalidade tornava o processo de tornear as munequitas, as partes menores do virabrequim, extremamente fácil. Era possível realizar esse trabalho em um torno pequeno, contudo há um ponto a ser considerado sobre o virabrequim desmontável do motor do Citroën 2cv.
Apesar de sua praticidade, essa característica comprometia um pouco a resistência do componente e isso poderia ser uma desvantagem em situações que exigissem maior robustez do motor. No entanto, considerando que o pequeno motor da Citroën de 375 cm³ produzia somente 9 cavalos de potência e sua velocidade máxima se limitava a 70 km/h, a resistência reduzida do virabrequim não representava um problema significativo.