Startups transformam o futuro do agronegócio na região de Ribeirão Preto, criando soluções tecnológicas que aceleram processos, impulsionam a produtividade e atraem investimentos milionários. Entre desafios e oportunidades, elas prometem mudar o campo brasileiro.
A região de Ribeirão Preto vive uma verdadeira revolução tecnológica no agronegócio, impulsionada por startups inovadoras que prometem transformar o futuro do campo.
Com soluções tecnológicas que otimizam o tempo, aumentam a produtividade e oferecem novos caminhos para a sustentabilidade, essas empresas estão conquistando espaço em um mercado que, embora saturado de ideias, segue faminto por inovações assertivas.
O desenvolvimento desse ecossistema reflete um momento singular para a “capital do agronegócio” e cidades vizinhas como Sertãozinho e Jaboticabal.
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Mas como essas iniciativas conseguem se destacar? E quais desafios enfrentam em um mercado cada vez mais competitivo? Descubra neste especial sobre o impacto das agritechs no coração do Brasil.
Inovação e crescimento: dados reveladores
Segundo o “Ecossistema de Inovação”, um relatório anual desenvolvido pelo Parque Tecnológico Supera, em parceria com a USP e a Prefeitura de Ribeirão Preto, a região conta atualmente com 328 startups mapeadas, um crescimento de 81% em comparação a 2019.
Entre elas, as agritechs se destacam, com 44 empresas focadas em soluções tecnológicas para o agronegócio, um crescimento anual de 34%.
Essas startups não estão apenas em Ribeirão Preto, mas também em cidades estrategicamente posicionadas ao longo de corredores logísticos como as rodovias Anhanguera, Washington Luís e Brigadeiro Faria Lima.
Jaboticabal, por exemplo, é a segunda cidade da região com mais startups, incluindo aquelas focadas em sustentabilidade, bioinsumos e agricultura de precisão.
“A localização estratégica facilita o fortalecimento dos ambientes de inovação”, afirma David Lopes, professor da Unesp e um dos fundadores da Inova Jab, incubadora que acolhe startups na região desde 2017. Atualmente, quatro empresas já consolidadas no mercado nacional surgiram dessa iniciativa.
Tecnologias que estão transformando o campo
Empresas como a IA Sense, localizada em Sertãozinho, estão na vanguarda da inovação. Fundada pelo engenheiro de computação Diego Moraes, a startup utiliza inteligência artificial para monitorar e controlar pragas em culturas como cana-de-açúcar e eucalipto.
“Um processo que antes levava dias agora pode ser feito em segundos”, explica Moraes. O aplicativo da IA Sense captura imagens, utiliza georreferenciamento e processa os dados na nuvem, entregando resultados em tempo real. A solução não apenas reduz custos operacionais, mas também melhora a precisão das análises.
Outras startups também desenvolvem tecnologias como:
- Nanotecnologia para enraizamento em culturas agrícolas.
- Fertilizantes foliares que melhoram a produtividade.
- Robôs para limpeza em ambientes confinados.
- Simulação de cenários agrícolas com uso de inteligência artificial.
Os hubs de inovação como motores do desenvolvimento
Hubs de inovação desempenham um papel fundamental na expansão das agritechs. Um exemplo é o Bio Energy Hub, em Sertãozinho.
Criado em 2020, o hub surgiu a partir de uma maratona de inovação na Fenasucro, evento reconhecido globalmente no setor de bioenergia. Hoje, ele abriga 20 startups e presta apoio desde a concepção de ideias até a captação de recursos.
Em 2024, o Bio Energy Hub recebeu R$ 5 milhões em aportes, mostrando seu potencial como catalisador de soluções tecnológicas.
Marcos Eduardo de Oliveira, fundador do hub, acredita que o faturamento das startups pode crescer dez vezes até 2025, mesmo em um mercado considerado saturado.
“Há um amadurecimento das ideias e uma busca por assertividade. O mercado exige soluções reais, não apenas promessas,” comenta Oliveira.
Saturação ou oportunidade?
Embora as agritechs tenham atraído R$ 955 milhões em investimentos no Brasil entre janeiro e setembro de 2024, conforme o Startup Scanner, o mercado enfrenta um momento de acomodação. Durante a pandemia, houve um boom de startups, mas muitas ideias não se converteram em soluções comerciais viáveis.
“Hoje, é necessário ter mais maturidade para desenvolver ideias que atendam às demandas reais do mercado”, avalia David Lopes. Ele destaca que a agricultura digital e as soluções voltadas à sustentabilidade ainda têm grande potencial de crescimento.
A relação com a região
Diego Moraes, da IA Sense, acredita que a proximidade com a “capital do agronegócio” foi um fator determinante para o sucesso de sua empresa.
“Escolhemos o mercado da cana-de-açúcar porque a região é extremamente abastecida com usinas e produtores. Isso facilitou a adoção inicial de nossas soluções.”
Essa sinergia entre tecnologia e agronegócio na região reforça a importância de investir em inovação como estratégia para alavancar a economia local.
Futuro promissor ou desafios inevitáveis?
Com as startups da região projetando um aumento significativo no faturamento até 2025, o futuro das agritechs parece promissor.
No entanto, há desafios à frente: a necessidade de investimentos sustentáveis, maior integração entre startups e produtores rurais e o amadurecimento das ideias para atender a mercados mais amplos.
E você, acredita que as agritechs podem resolver os desafios do agronegócio brasileiro ou ainda há muito a ser feito? Deixe sua opinião nos comentários!