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Início Turbulência no comércio nacional de petróleo faz com que as importações do produto sejam ampliadas no Brasil

Turbulência no comércio nacional de petróleo faz com que as importações do produto sejam ampliadas no Brasil

25 de junho de 2022 às 13:49
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petróleo, comércio, importações
foto: reprodução Adobe Stock

Aumento das importações de petróleo acarretou a redução do saldo positivo da balança de comércio brasileira

De acordo com dados do Icomex (Indicador de Comércio Exterior) divulgados, nesta quarta-feira (22), pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o cenário turbulento pelo qual a Petrobras está passando fez com que importadores brasileiros ampliassem, no mês de maio, as compras externas de petróleo e derivados, de modo a diminuir o saldo positivo da balança de comércio brasileira.

Em um ano, os preços dos produtos praticamente duplicaram, enquanto também houve crescimento da demanda no período. Assim, durante o mês de maio, o saldo da balança comercial brasileira foi de R$ 25,2 bilhões, o que corresponde a uma redução de R$ 18,5 bilhões em comparação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a maio, houve variação do superávit de R$ 137 bilhões, em 2021, para R$ 130,8 bilhões, em 2022. Com relação ao volume, houve queda de 8,1% nas exportações comparando-se os meses de maio de 2021 e maio de 2022, ao mesmo tempo em que as importações subiram 3,2%.

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Conforme avalia a FGV, no mês de maio deste ano, os maiores responsáveis pelo aumento do volume de importações foram os derivados de petróleo (óleo diesel, naftas, hulha betuminosa), o petróleo e produtos relacionados a adubos e fertilizantes. A fundação explica que os importadores, receosos diante da conjuntura internacional e das turbulências presentes no mercado de petróleo brasileiro, podem ter antecipado as suas compras.

Por outro lado, o relatório afirma ser prematuro concluir que foi iniciada uma mudança no rumo das importações. Já em relação às exportações, o texto diz que a OMC (Organização Mundial do Comércio) modificou a previsão de crescimento do comércio internacional de 4,7% para apenas 3% em 2022, em razão da guerra na Ucrânia, da desaceleração do crescimento na China e da aceleração da inflação, que acarretam políticas de elevação de juros e atenuam o crescimento da demanda.

Além disso, o relatório ressalta também que o superávit da balança de comércio brasileira em 2022 tem ainda potencial de ser maior que o de 2021, caso a variação no volume de importações desacelere diante da ampliação de preços das commodities.

Balança comercial de petróleo e derivados está relacionada à redução do superávit durante os últimos meses

Nos últimos meses, a balança comercial de petróleo e derivados vem sendo responsável por uma redução do superávit brasileiro, haja vista que o saldo positivo variou de US$ 2,8 bilhões, em fevereiro, para somente US$ 88 milhões, em maio. Esse setor respondeu, ainda, por uma parcela de 13% nas exportações totais e de 15% nas importações.

Falando-se em valores, as exportações de petróleo e derivados obtiveram crescimento de 23,9% em maio de 2022 em relação ao mesmo mês do ano passado, porém as importações aumentaram em 109%.

A elevação das exportações pode ser justificada por um alta de 53,8% nos preços, ainda que o volume exportado tenha sofrido queda de 19,4%. As importações, por sua vez, tiveram seu preço ampliado em 92,8%, enquanto o volume importado também observou aumento, de 6,8%.

Entre os meses de janeiro e maio de 2022, houve crescimento do volume de exportações brasileiras como um todo para quase todos os mercados, com exceção da China (-13,1%) e da Ásia sem China (-2,4%). Os aumentos foram notados no volume vendido para os Estados Unidos (3,2%), União Europeia (11%), Argentina (7,6%) e demais países da América do Sul (12,2%).

O volume importado pelo Brasil, por sua vez, teve queda em todos os mercados, exceto nas compras provenientes da China, que cresceram 2,8%. As baixas foram registradas nas encomendas de produtos dos Estados Unidos (-1,4%), União Europeia (-1%), Argentina (-2,4%), demais países da América do Sul (-13,7%) e demais países da Ásia (-12,5%).

China é a principal responsável por sustentar o superávit da balança de comércio brasileira

Embora as exportações brasileiras para a China tenham apresentado redução, o país é ainda o principal responsável pelo saldo positivo da balança comercial do Brasil, havendo superávit de US$ 14,4 bilhões. Entretanto, segundo a FGV, se mantida a tendência de queda no volume exportado, o país pode concluir o ano com diminuição das remessas para os chineses.

Quanto aos Estados Unidos, houve aumento das exportações brasileiras devido, por exemplo, à ampliação da venda de petróleo bruto, semimanufaturas de ferro, café não torrado, entre outros produtos. Ainda assim, o Brasil registrou um déficit de US$ 7 bilhões com o país, que consiste no segundo principal mercado de destino das nossas exportações e de origem das nossas importações.

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