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Empresas de logística fecharão 2022 com inflação de 10% não repassada ao consumidor após preço do diesel dobrar em dois anos: “prejuízo”

Escrito por Daiane Souza
Publicado em 21/07/2022 às 08:19
Prejuízo com frete e transporte? Empresas de logística fecharão o ano com inflação de 10% não repassada ao consumidor após preço do diesel dobrar em dois anos - Canva
Fonte da imagem: Canva

A Pathfind entrou em contato com o CPG  para abordar sobre a nova PEC aos caminheiros, que deve pagar o valor de R$ 1 mil para os trabalhadores do setor de modo a auxiliar com os custos de transporte. De acordo com a empresa de software de logística, este valor é inviável e não diminuirá a crise deixada pela inflação dos últimos dois anos, que acentuou-se com a alta da commodity do petróleo brent. 

Antonio Wrobleski, presidente do Conselho Administrativo da Pathfind, afirma que as empresas de logística, transporte e fretes fecharão o ano com queda de faturamento após sofrerem com o prejuízo da inflação de 10% em 2022 que não foi repassada ao consumidor final por causa dos preços do diesel, que dobraram em apenas dois anos. De acordo com uma matéria publicada pelo CNN, no ano de 2020, o valor médio cobrado por litro em escala nacional estava a R$ 3,63, no entanto, em algumas cidades como em Itajaí, Santa Catarina (SC),  já está acima de R$ 7. Essa é a primeira vez na história que o diesel, amplamente utilizado pelos caminhoneiros, apresenta valores mais altos que a gasolina, que já esteve acima de R$ 7 em ao menos 20 estados.  

Segundo afirmado pela Pathfind, os atuais incentivos desenvolvidos pelo governo federal, como a  redução do ICMS de 25% para 18%, não estão sendo suficientes para diminuir a crise deixada pela pandemia. A proposta inicial do governo Bolsonaro era tornar a tributação nula e repassar um valor do caixa federal para os governadores. O presidente da república já se manifestou algumas vezes sobre as atuais políticas de preços cobradas pela Petrobras, mas afirmou que não pode intervir por causa das políticas aprovadas por Temer em 2016. 

Pagamento de R$ 1 mil para os caminhoneiros diminui pouco ou quase nada a inflação sofrida pelo setor de logística e transportes 

O pagamento de R$ 1 mil para os caminheiros diminui pouco ou quase nada a inflação sofrida pelo setor de transportes, de acordo com o afirmado pela empresa de software. Além disso, segundo dados compartilhados pela Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP), a redução de ICMS não diminuiu exponencialmente o preço do diesel, que dobrou nos últimos dois anos: a queda, na prática, foi de apenas R$ 0,05. O sufoco começou no ano de 2021, quando a alta do diesel já representava variação positiva de quase 50% em relação ao ano de 2020. 

Somente entre os meses de janeiro e maio de 2022, o aumento já superou ao menos 28%. As empresas voltadas para o setor de logística não estão conseguindo acompanhar essa variação  e torna-se inviável repassar este preço final para o consumidor. Ou seja, estão perdendo dinheiro, visto que devem retirar, do próprio caixa, uma parte do valor de faturamento para suprir as demandas e se manterem no mercado. Antonio Wrobleski afirma que as altas dos combustíveis ocasionaram um caos no setor, tornando-se difícil de controlar. 

O especialista também afirma que a falta de estoques também é um dos fatores que fazem com que os preços tornam-se inflados. 

Diesel: Preço do barril de petróleo brent pode cair com aumento de taxas de juros 

De acordo com o Seu Dinheiro, o valor do petróleo brent caiu cinco das últimas seis recessões enfrentadas em escala mundial. E, com a nova crise e aumento da taxa de juros por países como o Brasil e Estados Unidos, grandes exportadores mundiais, os preços tendem a cair dentro de algumas semanas, principalmente em agosto, já que a Selic será alterada para 13,75%. Apesar disso, o atual acumulado de valores do barril bruto está por volta de 55%. As ações de empresas responsáveis pela exportação de petróleo serão as mais impactadas nesta instabilidade, apresentando quedas após longas altas. 

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