A startup Nanonib – Nanotecnologia e Inovação em Nióbio recebeu do governo do Estado de Minas Gerais o certificado de Condições Técnico-Operacionais (CTO) e o alvará sanitário, com isso o Brasil passa ter a primeira fábrica de nanomateriais de nióbio no mundo com licença para operar usando o produto para fins não metálicos. A licença permite que a empresa produza diversos itens de beleza, saúde e também para o agronegócio.
Um spray que protege as superfícies do novo coronavírus pelo período de um dia será o primeiro produto não metálico da empresa a ser lançado no mercado. Para isso a empresa aguarda o licenciamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As expectativas são de que as vendas tenham início já no mês de abril.
O spray será fabricado em parceria com a Yeva Cosmétiques, localizada em Itaúna, no Centro-Oeste do Estado. Enquanto a startup produzirá o insumo que tem o nióbio em sua composição, a Yeva Cosmétiques fabricará o produto.
Segundo a empresa, o spray que protege as superfícies do novo coronavírus deverá ser comercializada por um valor entre R$ 35 e R$ 40 e as perspectivas são de que as vendas somem R$ 35 milhões no primeiro ano.
“Nós descobrimos uma forma de manipular o nióbio e transformá-lo em materiais avançados para diversas áreas”, conta o diretor-executivo da Nanonib, Joel Passos. Ele lembra que a empresa é composta por professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que pesquisam o produto há cerca de 15 anos, e também por grupos de investidores.
A empresa planeja lançar em 2021 cerca de sete a oito produtos feitos de nanomateriais de nióbio, “totalmente disruptivos e inovadores”, afirma Passos.
Estão na lista de criações da empresa um creme que usa nanopartículas de nióbio para o tratamento da psoríase – trata-se de um cosmético, não de um medicamento – e um creme dental para clareamento.
A Nanonib, segundo Passos, também está fechando um acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que envolve um produto com aplicação no agronegócio, para a proteção das plantas contra fungos e bactérias.
“Estamos transformando o conhecimento acumulado na UFMG há mais de 15 anos. Queremos desmistificar o nióbio. Ele é consideravelmente abundante na terra, mas as minas de Minas Gerais são as mais fáceis do mundo”, diz ele.
Querendo expandir os negócios a empresa mira o mercado internacional e tem feito diversos contatos com outros locais. Inclusive, houve conversas com países como Japão, Itália e Estados Unidos.
A Nanonib – Nanotecnologia e Inovação em Nióbio foi criada em 2019 e tem uma nanofábrica no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec)..