Neoenergia (Iberdrola) estuda desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore no Brasil
A Neoenergia, um dos principais grupos privados do setor elétrico, está analisando as oportunidades do potencial eólico offshore brasileiro para aproveitá-lo com aerogeradores de mais de 10 MW. Segundo o presidente, Mario José Ruiz-Tagle Larrain, a empresa está desenvolvendo estudos preliminares para projetos de energia eólica offshore no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará. “Existem 3.000 MW de capacidade de desenvolvimento em cada uma das áreas. Temos muito o que trabalhar, mas com certeza há uma oportunidade ”, disse o executivo, que participa de um evento sobre fontes renováveis.
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Citando a experiência da matriz da Iberdrola com projetos desse tipo no exterior, o executivo afirmou que o objetivo da Neoenergia é ser uma das pioneiras desse mercado, que vive um momento muito semelhante ao que viveu no início da década. de 2000, quando o Proinfa foi promovido pelo governo federal para estimular investimentos em fontes renováveis de energia.
“Estamos começando a trilhar esse caminho. Temos grandes expectativas sobre isso no Brasil e acreditamos que alguns projetos podem ocorrer em um horizonte de cinco a dez anos ”, projeta o executivo.
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Questões logísticas e ambientais estão sendo analisadas para verificar a viabilidade
Ruiz-Tagle Larrain comentou que a implantação desses projetos ainda depende da superação de uma série de desafios, citando como exemplo as questões logísticas, ambientais e marítimas, além dos avanços na medição dos ventos na costa brasileira. Além disso, o executivo disse que vê oportunidades de sinergia com projetos offshore na indústria de óleo e gás.
“O Brasil tem uma indústria offshore de óleo e gás que traz grande sinergia para tentar obter preços muito mais razoáveis aqui do que vemos no exterior”, disse.
Presidente da Neoenergia afirmou que a empresa estuda também a possibilidade de investir em usinas eólicas-solares híbridas
Além dos projetos eólicos offshore, o presidente da Neoenergia afirmou que a empresa estuda também a possibilidade de investir em usinas eólicas-solares híbridas. A empresa está avaliando um possível projeto deste tipo na Paraíba, onde está construindo o Complexo Eólico Chafariz, com 471,2 MW.
“As plantas híbridas precisam de regulamentação, pois atuam individualmente e não como híbridas, e isso não faz sentido”, argumentou o executivo.
A geração de energia eólica no Brasil crescerá exponencialmente
Os planos da Neoenergia no segmento de geração também contemplam novos projetos térmicos a gás natural, dadas as oportunidades que a nova lei do gás, em tramitação no Congresso Nacional, pode proporcionar. Ruiz-Tagle Larrain explicou que a intenção é trazer um melhor equilíbrio ao portfólio de geração tendo em vista a maior participação das fontes eólicas, as térmicas atuariam como uma espécie de cobertura natural neste modelo.
“O preço do gás, porém, precisa de uma redução significativa (para viabilizar novas usinas)”, pondera o executivo. Hoje, a Neoenergia possui uma termelétrica, a Termopernambuco.