O presidente da Eurasia, Ian Bremer, disse logo após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que não tem confiança no Brasil. Bremer se reuniu com integrantes do governo Lula em Davos na terça-feira (17). Segundo carta a clientes a que o Scoop teve acesso. Scoop é a central de informações exclusivas da Mover.
Na matéria, Bremmer disse que com fraco apoio popular na eleição, Lula pode não conseguir manter uma posição condenando as ações de 8 de janeiro, porque trata apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, do PL, como “inimigos”.
“É impossível manter [a postura de condenação de 8 de janeiro] em meio à deterioração da economia (e consequente popularidade)”, disse Bremer em carta. Não há porque entrar em pânico com o Brasil, mas não tenho tanta fé em a maior democracia da América do Sul”, acrescentou.
Empresa se pronuncia após fala do presidente da Eurasia
A empresa esclareceu que Bremmer enviou a carta que obteve para um correio às 8h54, horário de Brasília, de hoje, mais de duas horas depois de se encontrar com Haddad em Davos, na Suíça, onde acontece o Fórum Econômico Mundial.
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Pela agenda do ministro da Fazenda, o encontro com Bremer estava marcado para hoje às 10h locais, ou 6h de Brasília. Para corroborar as conclusões da carta aos clientes, Bremmer citou dados do Datafolha da semana passada mostrando que 40% acreditam que a eleição de 2022 foi roubada e 36% apoiam a intervenção militar. “Não há necessidade de entrar em pânico com o Brasil, mas não estou tão confiante quanto à maior democracia da América do Sul.”
O Eurasia explicou nesta quarta que, na verdade, o texto fora escrito anteriormente.
“Ian Bremmer não fez referência à reunião com o ministro nem publicou comentários a respeito da conversa. O relatório foi escrito e publicado antes do término da reunião em Davos. O texto não reflete a opinião dele sobre a reunião”, afirmou a consultoria.
A declaração de Bremer é preocupante à luz das implicações internacionais dessas ações. O presidente de uma das maiores consultorias de risco político do mundo reverteu sua posição sobre o Brasil em cartas que enviou a clientes no final do ano passado e início deste ano, quando disse que “não havia risco político estrutural” em casa. Bremmer também destacou o sucesso da viagem de Haddad a Davos, lembrando que uma das tarefas do ministro da Fazenda e da ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede de Desenvolvimento Sustentável) no fórum foi reafirmar o compromisso do Brasil com o combate ao extremismo para fortalecer a capacidade de governo de Lula.