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A Universidade de Ciência de Tóquio conseguiu produzir energia limpa revolucionária aprimorando materiais termoelétricos, transformando calor em eletricidade com mais eficiência!

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 30/11/2024 às 06:48
Pesquisador da Universidade de Ciência de Tóquio produzindo energia limpa com materiais termoelétricos e transformando calor em eletricidade!
m estudo recente mostra o potencial do dissilicida de tungstênio na conversão eficiente de calor em eletricidade, prometendo avanços na tecnologia termoelétrica. Crédito: CPG Click Petróleo e Gás

Descubra como um avanço científico em materiais termoelétricos da Universidade de Ciência de Tóquio pode revolucionar a eficiência energética e impulsionar a energia limpa no mundo.

A busca por fontes de energia limpa e sustentável finalmente ganhou um impulso significativo com uma descoberta inovadora no campo dos materiais termoelétricos. Em 13 de novembro de 2024, pesquisadores da Universidade de Ciência de Tóquio (TUS) anunciaram os resultados de um estudo publicado na revista científica PRX Energy.

Eles desenvolveram um método eficiente para converter calor residual em eletricidade utilizável, utilizando o dissilicida de tungstênio (WSi₂). Essa tecnologia representa uma nova fronteira para a eficiência energética e abre caminhos promissores para aplicações diversas, como indústrias e satélites espaciais. Sem dúvida, ela consolida o papel dos materiais termoelétricos na transição para uma energia limpa.

Materiais termoelétricos têm a capacidade de transformar calor diretamente em eletricidade. Eles capturam o calor desperdiçado em processos industriais e motores de veículos, convertendo-o em energia útil.

Assim, essa capacidade é essencial para otimizar o uso de recursos energéticos e reduzir perdas, promovendo um futuro mais sustentável. Entre as aplicações práticas, destacam-se a geração de energia portátil para sensores em satélites e dispositivos remotos, onde fontes tradicionais de energia simplesmente não são viáveis.

geração termoelétrica transversal em WSi2
Este artigo é a primeira demonstração direta da geração termoelétrica transversal em WSi2, e os resultados podem abrir caminho para dispositivos termoelétricos mais eficientes. Crédito: Ryuji Okazaki da Universidade de Ciências de Tóquio, Japão

Dispositivos termoelétricos transversais: uma alternativa mais eficiente

Os dispositivos termoelétricos tradicionais, conhecidos como paralelos, geram eletricidade na mesma direção do fluxo de calor. Contudo, essa configuração exige o uso de dois tipos de materiais – tipo p e tipo n – dispostos em paralelo. Como consequência, isso cria uma série de pontos de contato que aumentam a resistência elétrica. Inevitavelmente, esse fator resulta em perdas significativas de energia, limitando a eficiência do sistema.

Por outro lado, os dispositivos termoelétricos transversais geram eletricidade perpendicular ao fluxo de calor. Esse mecanismo reduz drasticamente o número de pontos de contato e, consequentemente, a resistência elétrica. Além disso, essa inovação é um divisor de águas no campo dos materiais termoelétricos, pois possibilita uma conversão de energia mais eficiente e confiável. A equipe da Universidade de Ciência de Tóquio, por exemplo, iniciou suas investigações em 2022, com foco nas propriedades únicas do dissilicida de tungstênio. Esse material, notavelmente, demonstra a “polaridade de condução dependente do eixo” (ADCP), que permite a condução de cargas positivas (tipo p) e negativas (tipo n) em direções diferentes dentro do mesmo material.

Embora os dispositivos transversais apresentem grande potencial, o efeito termoelétrico transversal (TTE) foi pouco explorado até recentemente. Contudo, o estudo conduzido pela equipe do professor associado Ryuji Okazaki, da TUS, finalmente demonstrou a conversão termoelétrica transversal no WSi₂. Essa descoberta destacou propriedades promissoras para futuras aplicações.

Dissilicida de tungstênio: o material do futuro para eficiência energética

O dissilicida de tungstênio é um semimetal com uma estrutura eletrônica peculiar que facilita a conversão de calor em eletricidade. Estudos realizados pela equipe de pesquisadores japoneses comprovaram que sua capacidade única de conduzir eletricidade em direções específicas se origina de superfícies de Fermi de dimensões mistas. Essa análise detalhada começou em 2023, envolvendo medições de termopotência, resistividade elétrica e condutividade térmica do material. Em termos simples, essas superfícies representam regiões teóricas que definem o comportamento de portadores de carga dentro do material. No caso do WSi₂, elétrons e buracos (cargas positivas) operam em dimensões diferentes, criando condutividade direcionada que possibilita o TTE.

Essa descoberta culminou em uma série de experimentos e simulações realizadas pelos pesquisadores entre 2023 e 2024. Eles analisaram a termopotência, a resistividade elétrica e a condutividade térmica do material ao longo de dois eixos cristalográficos distintos. O estudo revelou que o WSi₂ possui uma estrutura única, capaz de gerar eletricidade de forma mais eficiente e sustentável.

Além disso, os pesquisadores identificaram que as variações na condução elétrica entre diferentes amostras de WSi₂ estão relacionadas às imperfeições na estrutura cristalina do material. Essa percepção, sem dúvida, é crucial para ajustar e otimizar o desempenho do material em dispositivos termoelétricos.

Impactos práticos do avanço da Universidade de Ciência de Tóquio

A pesquisa liderada pela Universidade de Ciência de Tóquio abriu um novo leque de possibilidades para a adoção de tecnologias baseadas em materiais termoelétricos. Dispositivos que utilizam o efeito termoelétrico transversal podem, de fato, ser empregados em sensores avançados capazes de medir temperatura e fluxo de calor com alta precisão. Além disso, esses dispositivos têm potencial para revolucionar a eficiência energética em setores industriais. Isso reduz desperdícios e contribui diretamente para a redução das emissões de carbono.

A descoberta do WSi₂ como um material promissor para dispositivos TTE representa um avanço significativo na direção de um futuro mais sustentável. Certamente, essa combinação de inovação científica e compromisso com a energia limpa pavimenta o caminho para o desenvolvimento de novos sensores, dispositivos portáteis e outras tecnologias que dependem da geração de energia em ambientes desafiadores.

Um futuro mais sustentável

O avanço alcançado pelos pesquisadores japoneses demonstra claramente a importância dos materiais termoelétricos na busca por soluções energéticas inovadoras. A capacidade do dissilicida de tungstênio de converter calor em eletricidade de forma eficiente e sustentável reforça seu papel como um material essencial para dispositivos termoelétricos transversais.

Combinando ciência de ponta e aplicação prática, a pesquisa da Universidade de Ciência de Tóquio oferece uma nova perspectiva para a conversão de energia. Além disso, ela contribui significativamente para os esforços globais na transição para fontes de energia limpa e renovável. Essa tecnologia, sem dúvida, tem o potencial de transformar setores industriais, ampliar o uso de sensores em ambientes extremos e, acima de tudo, promover um futuro mais sustentável.

Detalhes deste estudo pode ser encontrado aqui.

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Ivan lawall
Ivan lawall
30/11/2024 15:59

Incrideble

Betz Injage
Betz Injage
02/12/2024 17:26

Muito interessante e inovador. Parabéns a equipa de trabalho.

Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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