IA do futuro exige mais energia do que o mundo pode fornecer hoje: Brasil lidera em energia renovável, mas falta infraestrutura para competir com gigantes como EUA na corrida pela IA avançada. Será que conseguiremos acompanhar o avanço do ChatGPT?
A inteligência artificial está moldando o futuro, mas seu avanço vem com um preço alto: o consumo massivo de energia. Com máquinas que gastam até seis vezes mais eletricidade que data centers comuns, a OpenAI, criadora do revolucionário ChatGPT, alerta que o mundo não tem energia suficiente para sustentar a IA do futuro. Enquanto países como o Brasil lideram em fontes renováveis, gigantes da tecnologia, como Nvidia, Bill Gates e Sam Altman, apostam em soluções nucleares para evitar um colapso energético.
Em meio a alertas do G20 sobre o impacto ambiental e a corrida dos Estados Unidos pela liderança tecnológica, surge a pergunta: como equilibrar inovação e sustentabilidade em uma era cada vez mais dependente de supercomputadores?
O mundo enfrenta o desafio energético da inteligência artificial do futuro
A evolução da inteligência artificial (IA) está desafiando a infraestrutura energética global. Nicolas Robinson de Andrade, líder de políticas públicas da OpenAI para América Latina e Caribe, alertou durante a Data Privacy Global Conference, realizada em São Paulo, que a energia disponível atualmente não será suficiente para sustentar o desenvolvimento da IA no futuro.
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A OpenAI, criadora do ChatGPT, tem como objetivo construir uma superinteligência artificial capaz de superar o conhecimento coletivo da humanidade e promovê-lo em benefício do bem comum. Contudo, o consumo de energia necessário para alcançar esse objetivo preocupa especialistas e ambientalistas.
Os supercomputadores dedicados ao desenvolvimento de IA avançada consomem até seis vezes mais energia do que equipamentos convencionais em data centers, que já são pilares essenciais para serviços digitais, como redes sociais, bancos e comércio eletrônico. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o consumo global de energia elétrica nos data centers poderá saltar de 460 TWh registrados em 2022 para 1.050 TWh em 2026 — mais que o dobro do consumo energético total do Brasil em 2023.
GPUs: o coração energético da inteligência artificial
Esse aumento exponencial no consumo está diretamente relacionado ao uso das GPUs (unidades de processamento gráfico), componentes que executam trilhões de cálculos por segundo, necessários para o funcionamento de modelos avançados de IA, como o ChatGPT. Apesar de serem mais eficientes que chips convencionais, as GPUs consomem cerca de dez vezes mais eletricidade e têm atendido a uma crescente demanda reprimida por maior poder computacional.
Fabricantes como Nvidia, líder no mercado, têm investido em melhorias para tornar as GPUs mais eficientes. No entanto, a relação entre desempenho e consumo energético continua a ser um desafio. Andrade destacou que, sem o aumento da geração de energia limpa, será impossível atender à crescente necessidade da indústria de tecnologia. O dilema energético impulsiona discussões globais sobre a adoção de fontes renováveis e estratégias mais sustentáveis.
Brasil: destaque em energia renovável, mas atrasado em infraestrutura
O Brasil aparece como um caso de destaque nesse cenário, graças à sua matriz elétrica, que tem 88% da energia gerada por fontes renováveis, como hidrelétricas e parques solares. Apesar dessa vantagem, o país ainda está atrás dos Estados Unidos em termos de infraestrutura tecnológica. Atualmente, não existem data centers dedicados exclusivamente ao desenvolvimento de IA no Brasil, embora empresas como Microsoft, Amazon e Google tenham anunciado investimentos para expandir operações no país.
Nos Estados Unidos, décadas de investimentos pesados em redes de fibra óptica e cabos coaxiais colocaram o país à frente na corrida pela inteligência artificial. Essa infraestrutura permite a instalação de data centers robustos, essenciais para o avanço de tecnologias como o ChatGPT, que exige altíssimo desempenho computacional.
Energia nuclear como solução para a IA do futuro?
A busca por fontes de energia limpa para sustentar a tecnologia de IA também impulsionou grandes nomes da tecnologia a investirem em usinas nucleares. Bill Gates, fundador da Microsoft, e Mark Zuckerberg, do Facebook, estão entre os líderes que apostam na geração nuclear como alternativa sustentável. A energia nuclear, apesar de não ser renovável, é considerada de baixa emissão de carbono, atendendo a critérios de sustentabilidade.
Sam Altman, CEO da OpenAI, também é sócio da Helion Energy, uma empresa de fusão nuclear que promete uma solução ainda mais revolucionária. A fusão nuclear de hidrogênio, prevista para entrar em operação até 2028, pode oferecer energia limpa, perene e com menor impacto ambiental em comparação à fissão de urânio. Para Andrade, avanços nesse setor são cruciais para lidar com o consumo energético crescente das tecnologias de IA.
Nvidia e o domínio do mercado de GPUs
No centro da revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial está a Nvidia, principal fabricante global de GPUs. A crescente demanda por esses componentes colocou a empresa no topo do mercado, alcançando um valor de mercado de US$ 3,6 trilhões no início do mês. Embora atualmente seja superada apenas pela Apple, com US$ 3,52 trilhões, a Nvidia consolidou seu papel como peça-chave na indústria de tecnologia ao registrar receitas recordes graças às vendas de seus chips avançados.
Os supercomputadores utilizados pela OpenAI, incluindo os que sustentam o ChatGPT, dependem fortemente das GPUs para realizar as operações matemáticas que alimentam os complexos modelos de IA generativa. No entanto, essa dependência tecnológica também torna o poder computacional um recurso caro e escasso, criando barreiras para empresas que buscam expandir suas operações.
G20 alerta para impacto ambiental da inteligência artificial
Os impactos ambientais do avanço da inteligência artificial também foram tema de debate no encontro do G20, realizado em outubro na capital maranhense, São Luís. A declaração conjunta dos países membros reconheceu os riscos associados ao aumento do consumo energético e enfatizou a necessidade de priorizar investimentos em larga escala em fontes renováveis e tecnologias de baixo impacto ambiental.
O documento destacou ainda o potencial da IA para promover soluções mais sustentáveis em diversos setores, desde a agricultura até a indústria. Contudo, especialistas alertam que, sem ações coordenadas para mitigar os impactos climáticos, o avanço da IA pode agravar a crise ambiental global.
O papel da OpenAI e os desafios de liderar a transformação tecnológica
Apesar de estar na vanguarda do desenvolvimento de IA, a OpenAI enfrenta desafios significativos. A empresa, que opera no vermelho, depende de parcerias estratégicas, como a colaboração com a Microsoft, para manter seus supercomputadores funcionando. Segundo Nicolas Robinson de Andrade, a OpenAI se mantém alinhada com sua missão de promover a inteligência artificial em benefício da humanidade, disponibilizando versões gratuitas de suas tecnologias, como o ChatGPT, sempre que possível.
“Ser líder em uma tecnologia transformadora exige escolhas difíceis todos os dias”, afirmou Andrade. A OpenAI equilibra os custos operacionais e a busca por inovações enquanto navega em um cenário de alta competição e recursos limitados. Para ele, a colaboração entre países e empresas será crucial para superar os gargalos energéticos e tecnológicos que surgem nesse novo capítulo da transformação digital.
O futuro da inteligência artificial e o papel do Brasil
Embora o Brasil seja um exemplo em geração de energia renovável, com grande parte de sua matriz elétrica vinda de hidrelétricas e outras fontes sustentáveis, o país ainda precisa superar obstáculos significativos. A falta de data centers especializados e infraestrutura de telecomunicações robusta impede o avanço pleno da tecnologia de inteligência artificial no território nacional.
Por outro lado, o potencial do Brasil em liderar debates sobre energia limpa e IA é evidente. Andrade acredita que, com investimentos em infraestrutura e inovação, o país pode se posicionar como uma referência global no desenvolvimento sustentável da tecnologia. “Os países precisam se unir para resolver o gargalo energético, e o Brasil tem uma base sólida para contribuir nesse esforço global”, concluiu.
O futuro da inteligência artificial dependerá de como o mundo enfrentará os desafios energéticos, tecnológicos e ambientais que surgem com sua expansão. A corrida pela inovação está em pleno vapor, mas será necessário alinhar tecnologia e sustentabilidade para garantir um impacto positivo no longo prazo.
Não sejamos ****! A própia IA fornecerá meios de criar captadores diretamente do Sol, como fazemos hoje! Estes serão super potentes e abasteceram, país a país com enérgia suficiente para se auto gerir
em suas necessidades locais! Ela não é o Sapiens que somos
Mas o Sol sempre esteve acesa, com ou sem IA! Além disso, qual é o problema de termos um sistema de castas solares?