Marin contrata escritório de advocacia brasileiro para atuar no esquema de corrupção que envolveu a Shahin e a Petrobras em contratos fraudulentos de óleo e gás
A empresa anglo-americana Marin Holding International contratou o escritório de advocacia Luzone Legal, especializado na área empresarial e no setor de óleo e gás, para processar a Petrobras pelos prejuízos que teve oriundos dos serviços prestados no navio Sonda Vitória 10.000. O caso é um dos mais emblemáticos do setor de óleo e gás por envolver um gigantesco esquema de corrupção entre a Shahin e a Petrobras.
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Como consta nos processos criminais em face dos dirigentes de ambas as empresas, as negociações para a celebração dos contratos para operação do Vitória 10.000 foram iniciadas entre o Grupo Schahin e a área internacional da Petrobras, quando a estatal optou por utilizar o Vitória 10.000 na exploração do Bloco BM-S 9, localizado na Bacia de Campos, assinando dois contratos, um de afretamento do navio, com a Deep Black Drilling LLP, offshore do Grupo Schahin, e outro de prestação dos serviços de perfuração, com a Schahin Engenharia Ltda.
Mas um acidente no BOP e no RISER do navio sonda paralisou toda a operação, que só foi retomada após a recuperação dos equipamentos, que foi realizada pela empresa britânica Marin, uma das mais especializadas nesse tipo de serviço no mundo. Porém, em função dos desdobramentos da Lava Jato, a Shahin deixou de pagar a totalidade do serviço à Marin, além de ter sua falência decretada pela Justiça de São Paulo.
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Investigações do MPF sobre este caso envolvendo a Petrobras e Schahin
Segundo o Ministério Público Federal, a Schahin, em conluio com ex-executivos da Petrobras, cometeu crimes de corrupção, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro. A denúncia afirma ainda que os dirigentes do Banco Schahin concederam empréstimo a José Carlos Costa Marques Bumlai, embora o destinatário real dos recursos fosse o Partido dos Trabalhadores, em decorrência do direcionamento da contratação do Grupo Schahin para a operação do Vitória 10.000.
Paralelamente, dirigentes do Grupo Schahin pagaram propina, em conta no exterior, a gerentes da área internacional da Petrobras. Com a interrupção dos pagamentos que a Schahin recebia em razão da operação do Vitória 10.000 e com a posterior tomada deste navio-sonda pela Petrobras, as empresas do Grupo Schahin, que já estavam sob procedimento de recuperação judicial, acabaram tendo sua falência decretada pela Justiça Paulista, causando prejuízos a diversos credores, incluindo a Marin.
Conforme explicou o advogado Leandro Luzone, sócio diretor da banca Luzone Legal, a Petrobras será processada para indenizar os prejuízos da Marin justamente por ter sido parte integrante do esquema de corrupção. “A Marin foi vítima de um grave esquema de corrupção praticado pela Schahin e pela Petrobras. Por isso, a estatal deve ser responsabilizada. Os atos de seus prepostos causaram um prejuízo milionário à nossa cliente”, afirma Leandro Luzone.
O caso do navio Sonda Vitória 10.000 será julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e é apenas mais um capítulo na história da Lava Jato, que deixou o país perplexo e manchou a reputação da Petrobras. Só a justiça agora irá dizer se a estatal brasileira será responsabilizada pelos atos de corrupção praticados por
seus executivos em um processo que poderá tramitar vários anos até ser concluído.
Fonte: Luzone Legal