O trem que atravessa o deserto do Saara: Confira todos os detalhes da longa jornada na ferrovia da Mauritânia e porque a China está criando um megaprojeto com mais de 6 mil km de extensão nesse lugar.
Ferrovia com mais de de 6 mil km: Com calor insuportável e ventos secos do deserto que trazem tempestades de poeira capazes de enterrar uma caravana inteira, estamos falando do Saara. Bem no coração dessas paisagens desoladas, que lembram vistas lunares, uma linha de trem solitária percorre o terreno hostil. A Ferrovia com mais de de 6 mil km da Mauritânia é uma das rotas mais extremas do mundo, semelhante a uma estrada pós-apocalíptica saída de “Mad Max”. Vamos explorar essa jornada fascinante e entender o motivo do porque a ÁFRICA esconde um projeto de U$10 milhões do MUNDO.
A Mauritânia e sua ferrovia com mais de 6 mil km de extensão que pode mudar tudo
A Mauritânia é um país islâmico em desenvolvimento na África Ocidental, com um baixo padrão de vida. Em 1963, empresas de mineração estabeleceram uma rota ferroviária única para conectar as minas de ferro em Zouérat ao porto de Nouadhibou. A mineração de minério de ferro na Mauritânia nunca foi particularmente lucrativa até o advento dessa ferrovia, que possibilitou o transporte de minerais valiosos através do deserto até o Atlântico para exportação.
Desde 1963, essa ferrovia de bitola estreita tem contribuído significativamente para o PIB da Mauritânia. Em 1974, tanto as minas quanto a ferrovia foram nacionalizadas e transferidas para a SNIM (Société Nationale Industrielle et Minière).
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Hoje, a indústria de mineração desempenha um papel crucial na economia da África Ocidental, com um tráfego anual de carga de cerca de 15,6 milhões de toneladas de minério de ferro para exportação.
O plano ambicioso da China para a construção de Trilhos de trem na África
A China está planejando uma empreitada ambiciosa de infraestrutura ferroviária na África, envolvendo a construção de mais de 6.000 quilômetros de trilhos de trem. Este projeto faz parte da Iniciativa do Cinturão e Rota, que visa fortalecer as relações comerciais e de investimento entre a China e os países africanos.
O projeto busca não apenas melhorar a conectividade entre as nações africanas, mas também facilitar o transporte de mercadorias e pessoas, impulsionando o desenvolvimento econômico regional. As novas linhas ferroviárias deverão conectar importantes centros econômicos, portos e regiões agrícolas, promovendo o comércio intra-africano e global.
Benefícios esperados
- Crescimento Econômico: A melhoria na infraestrutura de transporte é crucial para o crescimento econômico, permitindo o escoamento eficiente de produtos agrícolas e minerais.
- Geração de Empregos: A construção e manutenção das linhas ferroviárias deverão gerar milhares de empregos diretos e indiretos.
- Integração Regional: As novas linhas facilitarão a integração dos mercados africanos, tornando-os mais competitivos e atraentes para investimentos estrangeiros.
A rota extrema da ferrovia
A ferrovia da Mauritânia atravessa o deserto por 704 km, com trens que podem se estender por mais de 2 km. Três a quatro locomotivas puxam até 250 vagões de carga aberta, cada um carregando mais de 80 toneladas de minério de ferro, totalizando cerca de 16 mil toneladas por viagem. Essa operação desafiadora exige manobras cuidadosas para superar as subidas e manter o trem nas descidas.
Esse “navio do deserto” é o trem mais longo e lento do mundo. Ele arrasta os trilhos a velocidades inferiores a 50 km/h, com viagens que podem durar mais de 20 horas e, às vezes, até alguns dias. Além de transportar minério de ferro, o trem entrega tanques de água a aldeias onde a água é tão preciosa quanto ouro.
A ferrovia não só sustenta a economia da Mauritânia, mas também apoia comunidades locais. Beduínos e moradores de aldeias remotas dependem do trem para receber suprimentos e provisões. Muitos beduínos se estabeleceram ao longo dos trilhos para trabalhar na manutenção da ferrovia e monitorar os trilhos. Um sistema com fios especializados é usado para manter os trilhos, mas devido às tempestades de areia, a intervenção humana é essencial para limpar a poeira e areia dos sensores.
Uma tradição de solidariedade
Uma tradição peculiar persiste ao longo da ferrovia: o assistente do maquinista do trem joga pedaços de pão pela janela para os beduínos que se aproximam. Esse costume, que ninguém sabe ao certo quando começou, é uma importante fonte de alimento para as populações indígenas do deserto.
Viajar no trem mauritano é uma verdadeira aventura. Os vagões de carga abertos, usados principalmente para transportar minério de ferro, também são usados por beduínos e outros passageiros que preferem viajar de graça, apesar do perigo. Existem poucos vagões de passageiros, que são decadentes e sem eletricidade, oferecendo apenas um mínimo de conforto.
Para aqueles que não querem gastar dinheiro com uma passagem, a viagem nos vagões de carga é arriscada e desconfortável. A viagem pode ser longa e cheia de contratempos, com o trem fazendo paradas frequentes e enfrentando atrasos.
Condições de viagem desafiadoras
Os passageiros enfrentam condições extremas durante a viagem. Durante o dia, a temperatura pode chegar a 40 graus Celsius, enquanto à noite pode ficar consideravelmente mais frio, com geadas no inverno. A poeira do deserto cobre tudo, e a viagem é marcada por sacudidas e colisões entre os vagões.
Apesar das dificuldades, a ferrovia é um orgulho nacional para a Mauritânia. Ela é vital para a economia e o sustento das comunidades locais. Mesmo retratada na moeda local, a ferrovia da Mauritânia é um símbolo de resiliência e perseverança.
A ferrovia da Mauritânia é uma das rotas ferroviárias mais extremas e perigosas do mundo, parecendo mais um desafio de sobrevivência no deserto do que uma viagem normal de trem. No entanto, ela representa um elo vital para a economia e as comunidades da Mauritânia, além de oferecer uma experiência única e inesquecível para os aventureiros dispostos a enfrentar suas dificuldades.
É louvável chegou o tempo caminhar
A ferrovia da integração de todos os países do Saara. E assim aos poucos se distanciam dos antigos colonizadores.
E dão boas vindas aos novos colonizadores, a China não está investindo neste projeto, para salvar a África, e sim pra se salvar.
Te invito a leer con más atención el artículo. Impresionante la inversión y desarrollo para una región tan inhóspita. China “colonizando”? De cual fuente bien documentada sacaste esa afirmación?
Cuidado con el racismo también que implican y subyacen en tu comentario
Qualquer país que busca progresso, desenvolvimento e integração precisa ter uma malha ferroviária muito forte !!!
Pena que não tem redator pra corrigir.
Tudo isto é relativo