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A China construirá o primeiro reator nuclear prático usando resíduos de terras raras!

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 04/01/2025 às 12:35
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Foto/reprodução: Divulgação

Início da construção de um reator de tório em 2024: um marco histórico para a energia nuclear sustentável na China!

O Instituto de Física Aplicada de Xangai (SINAP), da Academia Chinesa de Ciências, iniciará a construção de um reator nuclear de demonstração de sal fundido de tório com capacidade de 10 MW em 2024.

Este projeto é um marco significativo, pois o reator piloto começaram suas operações em 2021.

Com o sucesso do projeto piloto, a China se prepara para estabelecer uma rede de reatores de tório.

Isso permitirá que uma nação e outros países se tornem menos dependentes do combustível de urânio.

Embora as reservas de urânio possam durar apenas 500 anos, o tório é abundante e pode ser utilizado por centenas de anos.

Vantagens do tório e resíduos de terras raras

O tório não é apenas uma alternativa sustentável, mas também está disponível em grandes quantidades nos resíduos da mineração de metais de terras raras.

A China é líder no processamento dessas minerais e já acumulou uma quantidade significativa de resíduos para uso. Essa abordagem promove a sustentabilidade e ajuda a resolver o problema dos resíduos industriais.

Desafios na conversão do tório

Um dos desafios ao utilizar o tório é que ele não sofra fissão nuclear diretamente. Para que isso ocorra, o tório-232 deve ser convertido em um isótopo adequado de urânio.

Durante esse processo, o tório-232 é inserido em um reator de sal fundido, transformando-se em tório-233. Este isótopo tem uma meia-vida de cerca de 20 minutos, decaindo em protactínio-233, que se converte em urânio-233.

Projetos futuros e expansão da capacidade

O projeto piloto foi implementado no deserto de Gobi , onde foi construído um reator de sal fundido de 2 MW.

O SINAP avaliou o projeto como promessa e planeja construir um reator de 60 MW até 2025, com uma potência elétrica de 10 MW.

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Início da construção de um reator de tório em 2024: um marco histórico para a energia nuclear sustentável na China – Foto/reprodução: Divulgação

Se o projeto for bem sucedido, a China poderá ampliar a capacidade para até 100 MW até 2030.

O renascimento dos reatores de tório

Antes da iniciativa da China, o único reator de história existente era o do Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos EUA, que foi encerrado em 1969.

O interesse por reatores de sal fundido ressurgiu não apenas na China, mas em várias nações. Países como Estados Unidos, Japão, Índia e membros da União Europeia estão considerando esses reatores como uma alternativa mais segura às centrais nucleares tradicionais.

Desafios e Preocupações

Enquanto novas tecnologias estão sendo desenvolvidas, existem preocupações sobre a manipulação do combustível radioativo, que podem precisar permanecer fora do reator por um tempo.

Isso levanta questões sobre segurança e controle do material. Algumas propostas visam garantir que o protactínio permaneça no reator, formando urânio diretamente no núcleo.

A China na vanguarda da energia nuclear

A China declarou que a construção de reatores de tório é um caminho viável e pretende manter sua posição de liderança nesse setor.

Enquanto outros países ainda estão sem estágio de planejamento, a China avança com confiança, estabelecendo-se como um modelo a ser seguido.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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