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Nova LEI aprovada após anos de debate vai revolucionar setor de segurança privada, beneficiando exército oculto de mais de 500 mil agentes e gerando mais de 100 mil vagas de emprego

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/12/2024 às 22:31

Após 14 anos de debates, o Brasil finalmente aprova o Estatuto da Segurança Privada. A nova lei transforma o setor, promete criar 100 mil empregos e tirar 500 mil vigilantes da informalidade. Com novas regras para armas e registro de empresas, a legislação reforça a fiscalização da Polícia Federal e inaugura uma nova era para o setor.

Anos de debates, idas e vindas no Congresso e intensas disputas entre diversos setores culminaram em uma decisão histórica que promete impactar profundamente a segurança privada no Brasil.

A recém-sancionada Lei 14.967/2024 representa muito mais do que uma simples regulamentação: ela é vista como um divisor de águas para um setor que emprega centenas de milhares de brasileiros, mas que há décadas enfrenta informalidade, falta de controle e lacunas legais preocupantes. Os detalhes dessa nova legislação e seus efeitos podem surpreender você.

Aprovada após 14 anos de discussão no Congresso, a Lei 14.967/2024 estabelece novas regras para o setor de segurança privada, visando modernizar e organizar um dos segmentos mais importantes para a proteção patrimonial e a segurança pública.

O estatuto pretende retirar até 500 mil vigilantes da informalidade, além de criar mais de 100 mil empregos em atividades como monitoramento eletrônico e segurança em eventos.

De acordo com a Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transportes de Valores (Fenavist), atualmente, dos 3 milhões de vigilantes formados no país, 2,5 milhões estão desempregados ou trabalhando de forma irregular.

O que muda com a nova lei

A Lei 14.967/2024, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, introduz uma série de medidas para regulamentar o setor. Entre as principais mudanças, estão:

  • Controle ampliado sobre o uso de armas: As empresas deverão manter arsenais seguros e registrados no Sistema Nacional de Armas, vinculado ao Ministério da Justiça.
  • Proibição de vigilantes autônomos: Apenas empresas registradas poderão prestar serviços de segurança, eliminando a figura do profissional independente.
  • Autonomia da Polícia Federal: A PF supervisionará as empresas do setor, autorizando o uso de armas e fiscalizando a operação dos serviços.
  • Exclusividade de atividades: O monitoramento eletrônico por câmeras e a segurança de grandes eventos serão restritos à segurança privada, com regulamentação própria.

As empresas também precisarão comprovar um capital mínimo que varia entre R$ 100 mil e R$ 2 milhões, dependendo do tipo de serviço oferecido, como transporte de valores ou monitoramento.

Impacto para os vigilantes

A formalização de até 500 mil profissionais é uma das principais promessas da nova lei.

Segundo a Fenavist, essa regularização não apenas melhora as condições de trabalho, mas também reforça a segurança pública ao garantir maior controle sobre as armas utilizadas pelos vigilantes.

Especialistas destacam que o estatuto também poderá facilitar a colaboração entre segurança privada e pública, algo essencial em eventos de grande porte.

Apesar disso, há críticas quanto à falta de restrições para o uso de armas em locais sensíveis, como postos de gasolina e escolas.

“Isso pode aumentar a circulação de armas e elevar os riscos de desvio para o crime organizado”, alerta André Zanetic, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP).

Regras para as empresas

As mudanças também são significativas para as empresas do setor, que terão prazos de dois a três anos para se adequarem à nova legislação. Entre as novas obrigações, destacam-se:

  • Autorização da Polícia Federal: Todas as empresas precisarão de licença específica para operar.
  • Registros rigorosos: As armas e munições deverão ser registradas e mantidas em locais seguros.
  • Capital mínimo: O valor varia conforme o tipo de serviço, podendo chegar a R$ 2 milhões.

Empresas clandestinas que não se adequarem poderão enfrentar penalidades severas, incluindo multas e até três anos de prisão.

Críticas e desafios

Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz, chama atenção para uma preocupação pontual: a falta de clareza sobre o uso de produtos controlados, como armas de maior calibre e explosivos.

Ela também critica a ausência de representantes da sociedade civil no conselho regulador do setor. “Sem participação popular, o risco de brechas legais aumenta”, pontua.

André Zanetic também sugere que o estatuto deveria exigir ensino médio como escolaridade mínima para vigilantes.

Segundo ele, essa medida elevaria o padrão de qualificação dos profissionais, tornando o setor mais eficiente e seguro.

Um marco para o setor

Apesar das críticas, o estatuto é amplamente celebrado como um avanço significativo.

Jeferson Nazário, presidente da Fenavist, acredita que as novas regras trarão segurança jurídica para as empresas e beneficiarão o mercado como um todo.

“Com a formalização, o setor ganha credibilidade e pode atrair investimentos”, destaca.

Mais de 100 mil novas vagas deverão ser criadas em atividades como monitoramento eletrônico e segurança em eventos, consolidando o papel da segurança privada como um pilar fundamental para o desenvolvimento econômico do país.

E agora?

A implementação da nova lei dependerá de uma fiscalização eficiente pela Polícia Federal, além do engajamento das empresas e profissionais do setor.

Com desafios significativos pela frente, o futuro da segurança privada no Brasil parece promissor, mas também cercado de questões a serem resolvidas.

Você acredita que essas mudanças serão suficientes para combater a informalidade e aumentar a segurança no setor? Deixe sua opinião nos comentários!

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Francisco Ilderlanio Teixeira
Francisco Ilderlanio Teixeira
27/12/2024 20:47

Enxugar gelo, essa lei não melhora em nada o setor, apenas trás mais pressão para empresas e consequentemente para os profissionais que tem salários baixos.
Os Ilustríssimos Deputados e Senadores poderiam gastar melhor o erário cortando seus benefícios e demais dos funcionários dos altos cargos do Executivo, Legislativo e Judiciário.
Brasil, país onde a maioria dos políticos são os palhaços e os cidadãos a piada.

Márcio frança
Márcio frança
27/12/2024 21:30

A pergunta é melhorar para quem isso é fazer propaganda em cima de uma classe a muito esquecida e desprezada pela sociedade

Andre
Andre
27/12/2024 21:51

Regulamentação pela PF já existe. Segurança eletrônica também já existe. Estão querendo acabar com o serviços autônomo. Vão ferrar mais os coitados essa **** de governo é simplesmente um lixo!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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