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Esqueça o asfalto tradicional! Estado brasileiro inova e utiliza mais de 1,6 milhão de pneus para revitalizar suas rodovias

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 13/12/2024 às 17:55
Minas Gerais lidera no uso de asfalto borracha, reciclando mais de 1,6 milhão de pneus para rodovias mais duráveis e sustentáveis.
Minas Gerais lidera no uso de asfalto borracha, reciclando mais de 1,6 milhão de pneus para rodovias mais duráveis e sustentáveis.

Estado inova ao transformar pneus descartados em asfalto borracha. Com 2.400% de aumento no uso, o estado alia sustentabilidade e infraestrutura ao recuperar mais de 5,5 mil km de rodovias. A técnica evita lixo, reduz emissões e promove durabilidade.

Quando o assunto é inovação em infraestrutura, Minas Gerais está dando um show!

Uma solução inusitada, que reaproveita o que antes era lixo, tem transformado as rodovias mineiras e chamando a atenção do Brasil inteiro. Mas o que está por trás dessa iniciativa?

Nos últimos cinco anos, o estado mineiro aumentou em impressionantes 2.400% o uso do chamado asfalto borracha, um material ecologicamente correto que vem ganhando destaque por sua eficiência e contribuição ambiental.

Segundo o governo do estado, dados da empresa fornecedora do produto ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) mostram que o volume utilizado saltou de 1.107 toneladas em 2020 para 40.115 toneladas em 2024, totalizando 80 mil toneladas no período.

Mas os números não param por aí. O uso desse material retirou impressionantes 1,6 milhão de pneus do meio ambiente, evitando o acúmulo de lixo e a proliferação de criadouros de mosquitos da dengue.

Como se não bastasse, o asfalto borracha também contribui indiretamente para a redução das emissões de carbono, um impacto equivalente à preservação de 40 mil árvores.

Além disso, os benefícios econômicos e ambientais têm atraído a atenção de outros estados, que estudam implementar soluções semelhantes.

O programa que alavancou a iniciativa

Esse salto significativo é parte do programa Caminhos para Avançar, considerado o maior projeto de recuperação de rodovias das últimas décadas em Minas Gerais.

Desde sua implementação, mais de 5,5 mil quilômetros de vias foram contemplados com investimentos públicos e privados.

Entre as obras que utilizaram o asfalto borracha, destacam-se rodovias como a MGC-496, que conecta Corinto a Pirapora, e a MG-164, ligando Bom Despacho a Martinho Campos.

O programa também incluiu projetos de implantação e pavimentação, como o trecho da LMG-739 entre Congonhas do Norte, Ouro Fino e Conceição do Mato Dentro.

Para 2025, o DER-MG planeja recuperar mais 400 quilômetros de estradas estaduais utilizando esse material.

O diretor-geral do DER-MG, Rodrigo Tavares, destaca que a escolha do asfalto borracha está alinhada à Lei Estadual nº 18.719/2010 e oferece ganhos tanto ambientais quanto de manutenção.

Segundo ele, “a maior vida útil do pavimento reduz a necessidade de reparos frequentes, garantindo mais durabilidade”.

Além disso, o programa Caminhos para Avançar também prioriza a segurança das rodovias, com sinalizações renovadas e obras que visam facilitar o transporte de cargas e passageiros.

Essa combinação de tecnologia, sustentabilidade e planejamento reforça o compromisso de Minas Gerais com o desenvolvimento sustentável.

Minas Gerais lidera o uso no Brasil

Minas Gerais é o estado que mais utiliza asfalto borracha no Brasil.

Segundo o gerente comercial da empresa fornecedora, Roberto Perez, o consumo total — considerando tanto o setor público quanto o privado — ultrapassou 210 mil toneladas nos últimos cinco anos.

Perez explica que esse tipo de pavimento oferece vantagens significativas: “Uma via pavimentada com asfalto borracha está menos suscetível a deformar-se por excesso de peso e apresenta menor incidência de buracos, aumentando a vida útil da rodovia”, analisa ele.

Esse tipo de material também se mostra mais econômico a longo prazo, já que sua durabilidade reduz os custos com reparos constantes, beneficiando tanto o governo quanto os usuários das rodovias.

O que é o asfalto borracha?

Esse material é produzido com cerca de 15% de pó de pneu moído, um subproduto da reciclagem de pneus descartados.

Quando misturado ao concreto asfáltico de petróleo (CAP) e aquecido em reatores específicos, ele gera uma mistura mais elástica, resistente e duradoura do que o asfalto convencional.

Além de ser sustentável, o asfalto borracha apresenta vantagens técnicas, como maior viscosidade e resistência a fissuras, o que contribui para a conservação das rodovias a longo prazo.

O processo de produção é minucioso, garantindo um produto de alta qualidade que se adapta às condições climáticas variadas do Brasil, desde o calor intenso até períodos de chuva prolongada.

Sustentabilidade em foco

O impacto ambiental positivo dessa técnica não se resume à retirada de pneus do meio ambiente.

Ao reduzir a necessidade de manutenção frequente, o asfalto borracha também diminui o consumo de recursos e a emissão de poluentes, reforçando seu papel como uma alternativa sustentável na infraestrutura.

Além disso, a reutilização de pneus descartados evita que esses materiais acabem em aterros sanitários ou sejam descartados de forma irregular, o que poderia causar sérios danos ao meio ambiente.

A proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya também é combatida com essa medida.

Minas Gerais está mostrando que é possível unir desenvolvimento e responsabilidade ambiental.

Essa iniciativa não apenas melhora as condições das rodovias, mas também serve de exemplo para outros estados brasileiros.

O impacto positivo desse modelo pode ser multiplicado, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a população que depende de estradas seguras e de qualidade.

E você, acredita que o uso do asfalto borracha deveria se tornar obrigatório em todo o país? Deixe sua opinião nos comentários!

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Geraldo Veriano Sales
Geraldo Veriano Sales
13/12/2024 21:21

Eu acho muito interessante este processo além de ser ecológico, torna o asfalto mais impermeável, deveria ser usado no país inteiro.

Everardo
Everardo
14/12/2024 05:17

Isto é a mesma estória do carro novo. Ou seja, tanto o carro velho, bem conservado, quanto o carro novo, chegam ao mesmo lugar. Agora, inventar meios de surrupiar o dinheiro do povo, é outra estória, como esta estrada, é claro.

Ruy da Silveira Brito Filho
Ruy da Silveira Brito Filho
14/12/2024 06:11

Sem dúvida alguma, mais resistente, mais econômico e de maior durabilidade.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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