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Crise na Argentina: produção de automóveis é paralisada devido à falta de pneus e gera perdas que ultrapassam os US$ 200 MILHÕES

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 01/10/2022 às 00:02
Argentina, automóveis, crise
Foto: reprodução pixabay.com
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A indústria automobilística está em segundo lugar entre os principais setores de exportação da Argentina, tendo 60% dos veículos produzidos no país destinados aos mercados estrangeiros

O conflito sindical que paralisou a produção de pneus na Argentina já está afetando as companhias fabricantes de automóveis, e o governo argentino espera encontrar uma solução rápida para a crise, que pode causar grandes prejuízos à indústria automobilística, que é um setor essencial para o país.

A crise pode gerar perdas de US$ 250 milhões a US$ 300 milhões em exportações

A empresa japonesa Toyota suspendeu as atividades na quarta-feira (28) na fábrica localizada na cidade de Zárate, na província de Buenos Aires, na Argentina, devido à falta de pneus. Nessa fábrica trabalham 7,5 mil pessoas e saem automóveis que são exportados  para 22 países, conforme confirmaram fontes da empresa à Agência Efe.

Na segunda-feira passada, pelo mesmo problema, a americana Ford também decidiu interromper dois turnos de produção no seu terminal na cidade de Pacheco, na Argentina.

O conflito na reivindicação de melhores salários nas fábricas de pneus começou no início de 2022, porém, com os bloqueios das fábricas na sexta-feira passada, a crise se agravou e levaram à interrupção total e por tempo indefinido da produção das três empresas que funcionam na Argentina: a local Fate, a italiana Pirelli e a japonesa Bridgestone.

Uma nova audiência de conciliação foi realizada na segunda-feira (26) no Ministério do Trabalho, entre representantes das empresas e o Sindicato Único dos Trabalhadores de Pneus (Sutna). Porém, a audiência fracassou e uma nova reunião de conciliação ocorreu na quarta-feira (28). O secretário da Indústria, José Ignacio De Mendiguren, disse que tinha esperanças de que se chegasse a um acordo para a crise na quarta-feira. Desde o início do impasse, 35 audiências já foram realizadas.

O secretário informou que, caso o conflito se prolongue, a produção de automóveis na Argentina poderá diminuir entre 10% e 15%, o que significaria perdas entre US$ 250 milhões a US$ 300 milhões em exportações.

Indústria automobilística lidera o crescimento industrial da Argentina

Houve uma reunião nesta terça-feira (27) de caráter emergencial entre os representantes da cadeia de valor automobilístico, gestores das empresas fabricantes de pneus, líderes de outros sindicatos do setor, o ministro da Economia, Sergio Massa, De Mendiguren e o secretário do Comércio, Matías Tombolini, para analisarem o impacto do problema.

A Associação de Fabricantes de Automóveis (Adefa), após a reunião, advertiu em comunicado que a decisão da sexta-feira passada de bloquear as fábricas de pneus não deixa outra opção senão a de parar a fabricação de veículos em uma indústria que tem crescido em um ritmo de 29% no ano de 2022.

Os fabricantes informaram também que a radicalização deste tipo de ação gera incerteza nos mercados de exportação devido às possibilidades de desabastecimentos, além de afetarem os planos de investimento para o desenvolvimento.

Depois da reunião, De Mensiguren disse à imprensa que as empresas pedem o levantamento dos bloqueios, pelo menos para liberar os pneus dentro das fábricas, e que não excluem a possibilidade de abrir as importações de pneus.

A indústria automobilística está em segundo lugar entre os principais setores de exportação da Argentina, ficando atrás apenas do agronegócio. 60% dos veículos produzidos no país são destinados aos mercados estrangeiros.

Em 2022, o setor automobilístico lidera o crescimento industrial da Argentina, tendo um aumento da produção de 29,5% no acumulado dos primeiros oito meses do ano. Entre 2017 e este ano, os terminais automobilísticos que funcionam na Argentina anunciaram investimentos de US$ 6,26 bilhões.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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