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Combustíveis – Gerente da Petrobras diz que não há perspectiva para estabilização dos preços

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 23/10/2021 às 08:59
Atualizado em 29/10/2021 às 11:50
Petrobras – combustíveis
Posto de gasolina/ Fonte: OLivre

Executivo da Petrobras  disse que os países produtores de petróleo vêm aumentando a produção, mas não há perspectiva para a estabilização dos preços dos combustíveis

O gerente-geral de Comercialização no Mercado Interno da Petrobras, Sandro Barreto, anunciou aos integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados que ainda não há perspectiva para a estabilização dos preços dos combustíveis. Ele explicou que existem pressões de aumento de consumo com o inverno no Hemisfério Norte, e com a aceleração da produção global a partir da melhoria dos números da pandemia de Covid-19. Leia ainda esta notícia: Com possível venda da Refina Gabriel Passos (Regap) da Petrobras, em Minas Gerais, preços dos combustíveis podem aumentar ainda mais

Petrobras não sabe quando o preço dos combustíveis irá estabilizar

O representante da Petrobras informou que os países produtores de petróleo vêm aumentando a produção de derivados, mas não há como saber se o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda está próximo.

No dia 13 deste mês, a Câmara dos Deputados aprovou projeto (PLP 11/20), que estabelece um valor fixo para a cobrança de ICMS sobre os combustíveis. Na última quinta – feira o presidente do senado, Rodrigo Pacheco, se reuniu com governadores para discutir alternativas ao projeto que altera esse cálculo. A proposta foi aprovada na câmara e é alvo de críticas dos gestores estaduais.

Baixa concorrência

Já para o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), ainda falta concorrência no setor de etanol. Ele pediu que os técnicos informem com mais detalhes se já está sendo praticada a venda direta das usinas para os postos nesse segmento. Sandro Barreto disse que, do preço médio da gasolina, de R$ 6,32, apenas R$ 2,18 são devidos à Petrobras. Os impostos estaduais e federais ficam com R$ 2,40; os distribuidores e revendedores, com R$ 0,69; e o anidro, com R$ 1,06.

Ele voltou a afirmar que a Petrobras tem preços livres, que seguem a flutuação internacional. “O mercado de commodities é extremamente volátil, nervoso. Taxa de câmbio também tem uma variação bastante intensa, às vezes de um dia para o outro. E o que a Petrobras busca na sua política de preços é justamente evitar o repasse dessa volatilidade imediata para a sua precificação no mercado brasileiro”, declarou Barreto.

Confira ainda: Petrobras defende atual política de preços de combustíveis e caminhoneiros falam em nova greve

Em entrevista ao UOL, o presidente da Petrobras, o general da reserva Joaquim Silva e Luna, defendeu sua gestão e negou que a empresa seja a responsável pela alta de preços. Silva e Luna defendeu a política de reajustes da empresa, em meio à disparada dos preços dos combustíveis e com a Petrobras no centro de críticas, inclusive da classe política. Já os caminhoneiros no último dia 16, após reunião realizada no Rio de Janeiro, prometeram uma nova paralisação, a partir de 1º de novembro.

O general disse que a Petrobras não vai aceitar intervenção, que o “tabelamento de preços sempre trouxe as piores consequências”, que a busca pelo lucro não deve ser condenada e que a decisão sobre privatizar ou não a empresa cabe ao governo. “O que evita o desabastecimento nos mercados e viabiliza o crescimento equilibrado da economia é justamente a aceitação de que os preços são determinados pelo mercado, não por ‘canetadas’”, disse Silva e Luna.

A atual política de preços da Petrobras está em vigor desde outubro de 2016, no governo do presidente Michel Temer, que estabeleceu a Paridade de Preço de Importação (PPI), repassando os aumentos dos preços do petróleo no mercado internacional e também do dólar, que subiu quase 30% em 2020 e acumula alta de 5% neste ano. A política de preços da Petrobras causou a maior greve de caminhoneiros do país, em maio de 2018, que causou desabastecimento de produtos em todo o país. Na ocasião, Temer alterou as regras dos reajustes e demitiu o então presidente da Petrobras, Pedro Parente.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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