Em estimativa feita pela Sindipetro, as consequências da privatização da refinaria da Petrobras podem atingir o emprego de 2,5 mil pessoas
Em matéria publicada pelo portal Brasil de Fato, a Refinaria Gabriel Passos (Regap), da Petrobras, que tem capacidade autorizada de refino de 166 mil barris de petróleo por dia, foi colocada à venda em 2019, pelo governo federal. As consequências da privatização da Regap ainda são incalculáveis, mas, segundo estimativas do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG), pode atingir o emprego de 2,5 mil pessoas, número que dobra em época de manutenção do parque industrial. Confira ainda esta notícia: Petrobras estuda possibilidade de elevar novamente os preços dos combustíveis nas refinarias
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Venda das refinarias da Petrobras
O Diretor do Sindipetro-MG e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Anselmo Braga, diz que “A empresa que comprar a Regap vai continuar tendo o mercado mineiro à sua disposição. A gente diz que, na verdade, as empresas não estão comprando as refinarias, mas o mercado. Isso não tem lógica. É como se houvesse apenas uma padaria numa cidade, que vendesse todo o pão que é produzido, e que fosse privatizada. Faz sentido argumentar que o preço do pão vai diminuir se há a garantia de vender tudo que é produzido?”, questiona.
Braga se refere ao principal argumento do governo federal utilizado para justificar a venda das refinarias, que seria uma forma de aumentar a concorrência, o que estimularia a diminuição do valor dos produtos finais. No entanto, ele ressalta que “não existe concorrência nesse mercado, apesar de haver a autorização desde os anos 1990 para empresas privadas atuarem tanto no refino quando na extração do petróleo”.
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Mais detalhes sobre o local
Localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Refinaria Gabriel Passos (Regap) é considerada a maior unidade da Petrobrás em Minas Gerais. Com 53 anos de atuação, a planta abastece todo o estado, exceto um pedaço do Triângulo Mineiro, e o Distrito Federal com diversos produtos, como gasolina, diesel, gás de cozinha, óleo combustível, coque verde de petróleo, aguarrás e querosene de aviação.
Os trabalhadores da Petrobras têm denunciado que a privatização da Regap, no estado de Minas Gerais, que faz parte da venda de um pacote de 8 refinarias no país, como um atentado à soberania nacional. Os preços dos produtos, como a gasolina e o diesel, podem ficar ainda mais caros, como explica Anselmo Braga, diretor do Sindipetro-MG e da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Confira ainda: Vendas de refinarias da Petrobras podem atrasar, em consequência do risco de interferência nos preços dos combustíveis
A menos de um mês do primeiro prazo estabelecido pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a venda de suas refinarias, a Petrobras está com negociações suspensas, para três das oito unidades incluídas em seu plano de desinvestimentos. Para analistas e executivos do setor, o temor de intervenção gerado pelas recorrentes declarações do governo e seus aliados em meio à escalada dos preços, está dificultando as conversas e pode adiar o processo de abertura do segmento de refino para depois da eleição de 2022.
A Petrobras diz que “segue plenamente comprometida” com a venda de oito refinarias, que representam cerca de 50% da capacidade brasileira de produção de combustíveis, mas internamente já se sabe que os prazos atuais não serão cumpridos. Há um mês, o Diretor de Exploração e Produção da Companhia, Fernando Borges, chegou a admitir em evento virtual, que o risco de interferência política dificulta investimentos em refino no país. A empresa, porém, preferiu não comentar o assunto.