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Cientistas encontram gelo de 1,2 milhão de anos nas profundezas da Antártida

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 10/01/2025 às 18:54
gelo, Antártida
Crédito da imagem: Scoto©PNRA/IPEV

Pesquisadores descobriram gelo com 1,2 milhão de anos nas profundezas da Antártida, oferecendo uma visão única sobre o clima antigo da Terra e fornecendo pistas cruciais para entender as mudanças climáticas ao longo da história do planeta

Cientistas do projeto Beyond EPICA – Oldest Ice alcançaram um feito extraordinário ao perfurar 2.800 metros no gelo da Antártida, obtendo um núcleo que registra o clima da Terra de até 1,2 milhão de anos atrás.

Essa descoberta inédita foi feita em Little Dome C, uma região remota no continente gelado. Com isso, o conhecimento sobre o histórico climático do planeta dá um salto significativo.

Os dados obtidos prometem aprofundar a compreensão sobre mudanças climáticas ao longo de milhões de anos.

Encontramos o registro que vai de 0,8 a 1,2 milhão de anos atrás, exatamente como previsto. Isso estende o núcleo de gelo obtido há 20 anos pelo projeto EPICA”, explicou Frank Wilhelms, pesquisador principal e professor adjunto na Universidade de Göttingen e no Instituto Alfred Wegener.

Por que os núcleos de gelo são valiosos?

Cada camada de gelo na Antártida é como uma cápsula do tempo, preservando partículas atmosféricas, gases e composições isotópicas de quando se formou.

Essas amostras oferecem pistas sobre temperaturas, níveis de dióxido de carbono e eventos climáticos do passado.

A equipe encontrou até 13.000 anos comprimidos em apenas um metro de gelo, criando um registro extremamente detalhado.

Esse núcleo de gelo contém um registro climático em alta resolução que remonta a 1,2 milhão de anos”, explicou Julien Westhoff, cientista-chefe da área e pós-doutor na Universidade de Copenhague.

O desafio da perfuração

O trabalho exigiu mais de 200 dias de esforço contínuo em condições extremas no planalto central da Antártida.

A área onde foi realizada a perfuração fica a 3.200 metros acima do nível do mar, com temperaturas médias de verão de -35°C.

A localização e as condições climáticas hostis tornaram o projeto complexo, tanto técnica quanto logisticamente.

A escolha do local foi crucial. Equipamentos de ponta, como sondas de eco de rádio e modelos avançados de fluxo de gelo, auxiliaram a equipe a identificar o ponto ideal para a perfuração.

Logística desafiadora

O transporte das amostras é uma etapa crítica do projeto. O gelo extraído deve ser mantido a uma temperatura de -50 °C para preservar suas características. Para isso, as amostras serão levadas à Europa a bordo do quebra-gelo Laura Bassi.

Segundo Gianluca Bianchi Fasani, chefe de logística da ENEA para o projeto, manter a cadeia de frio é uma operação extremamente desafiadora.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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