Além da produção de energia eólica offshore, o Porto do Açu prevê uma planta de hidrogênio verde e outra de amônia
O Porto do Açu, localizado em São João da Barra, no estado do Rio de Janeiro, iniciou o licenciamento ambiental de parques eólicos offshore com 2.160 MW de capacidade instalada, e pretende atrair um ou mais sócios para desenvolver os quatro parques Ventos do Açu. Segundo informações os dados iniciais já foram enviados ao Ibama.
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“Assim como fomos base para indústria de óleo e gás, podemos ser base para eólicas offshore e produção de hidrogênio verde. A geração eólica offshore vai ser de importância relevante para o hidrogênio verde no Brasil”, informou Filipe Segantine, gerente de Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis do Porto do Açu.
Com diversos projetos no setor de energia, o investimento está diretamente ligado ao desenvolvimento de negócios na área de hidrogênio verde, que vem movimentando os portos brasileiros.
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“Nós temos toda a infraestrutura da logística portuária e o conhecimento de diversos projetos offshore licenciados” afirma Mauro Andrade, diretor executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo, à epbr.
O Açu já fechou um memorando de investimento com a mineradora australiana Fortescue para instalação de uma usina de amônia verde, a partir de hidrogênio, 100% voltada para exportação. E espera atrair outros projetos do tipo.
Há diversas iniciativas em portos do Rio ao Ceará, onde o governo estadual quer desenvolver um hub de hidrogênio verde. Os projetos caminham junto com o desenvolvimento das eólicas offshore.
Eólicas offshore do Açu 1 a 4 poderão atingir até 540 MW de potência
Nesta fase atual, são previstos aerogeradores de 12 MW a 15 MW, instalados entre 20 km a 54 km da costa dos municípios Campos dos Goytacazes e São João da Barra, onde está o Porto do Açu.
As turbinas de 15 MW estão sendo desenvolvidas pelo mercado justamente de olho nos projetos offshore. Em geral, as empresas buscam um aumento da escala dos parques marítimos, onde custos operacionais e de instalação também são maiores.
A ideia é aproveitar a maior disponibilidade dos ventos, que tendem a ser mais fortes e mais constantes no offshore, elevando a disponibilidade de energia para comercialização.
No licenciamento ambiental, são consideradas as torres eólicas de referência IEA Wind 15-MW desenvolvidas pelo National Renewable Energy Laboratory (NREL), órgão ligado ao Departamento de Energia dos EUA.
É um projeto open source criado para ajudar no desenvolvimento da indústria.
Toda a infraestrutura será submarina ou instalada no próprio Porto do Açu, incluindo linhas de transmissão e subestações marítimas para escoamento da energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), pela SE 500 kV Campos 2.
“O ponto de conexão em terra nos limites do Porto do Açu busca minimizar alterações ambientais e sociais relacionadas a este projeto, além de ser fator facilitador para implantação e manutenção do projeto, uma vez que o porto possui infraestrutura de apoio existente e área para ampliação, conforme demandado pelo projeto”, diz o projeto enviado ao Ibama.
por – epbr
Porto do Açu receberá investimentos para a construção de novas usinas de hidrogênio
Além da produção de energia pelas ondas do mar, o Porto do Açu prevê uma planta de hidrogênio verde e outra de amônia baseada em hidrogênio verde.
O Brasil é capaz de liderar o mercado de hidrogênio verde com um preço competitivo por conta da sua vocação para energia limpa, avaliaram especialistas reunidos em webinar promovido hoje, 3, pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
“Até 2025 as estratégias estarão definidas e o hidrogênio verde vai entrar com força no mercado global, e vai mudar toda a forma de negociação da energia no mundo inteiro”, disse Ansgar Pinkowski, gerente de Inovação e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Segundo ele, grandes consórcios já estão sendo formados na Europa para entrar no mercado de hidrogênio verde, e os olhos da Alemanha estão atentos ao Brasil. Outros países, porém, devem entrar nessa disputa, inclusive o Paraguai, que, segundo Pinkowski, quer utilizar a energia que hoje não usa da usina hidrelétrica binacional de Itaipu, para produzir hidrogênio verde visando exportação.
O Paraguai tem direito a metade da energia de Itaipu, mas como não a utilizava, vendia cerca de 40% da sua parte para o Brasil, modelo que vem sendo modificado e pode mudar de vez com a renegociação do contrato, que vence em 2023. O Paraguai quer o direito de negociar a energia excedente com outros países, inclusive para a produção de hidrogênio verde.
A Alemanha anunciou a meta de atingir a descarbonização da economia até 2050. Para isso, segundo Pinkowski, vai precisar importar 90% do hidrogênio verde de que necessita. Marrocos é outro concorrente para o hidrogênio verde brasileiro, e pretende construir dutos para levar o insumo até a Alemanha, o que lhe dará vantagem sobre o produto do Brasil que, para chegar ao país europeu, teria adição de gases de efeito estufa no transporte.
“Não adianta nada gerar hidrogênio verde e colocar num navio que usa óleo pesado até a Europa. Esse balanço de carbono vai custar. Mas já existem estudos para navios baseados em amônia, por exemplo, a amônia verde poderia ser usada como combustível para navios grandes”, disse o executivo.
Mercado de hidrogênio verde possa movimentar cerca de 40 bilhões de euros até 2030
A estimativa é de que o mercado de hidrogênio verde possa movimentar cerca de 40 bilhões de euros até 2030. No Brasil, até o momento, dois grandes projetos estão sendo desenvolvidos, no Ceará e no Porto do Açu (RJ), informou o consultor técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luciano Oliveira, que não vê barreiras para o início da produção de hidrogênio verde no País.
“Não precisa ter regras novas para produção de hidrogênio, temos arcabouço regulatório para aproveitar essa oportunidade”, destacou Oliveira.
Para Filipe Segantine, gerente de Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis do Porto do Açu, o hidrogênio verde que será produzido no Brasil poderá se tornar o mais competitivo do mundo, atingindo o preço de US$ 0,55 por quilo, à frente dos vizinhos Argentina e Chile.
Confira abaixo o projeto