Antiga Odebrecht (Novonor) está se desfazendo de sua ações na bolsa da Braskem, onde possui o equivalente a R$ 19,3 bilhões, obrigando a Petrobras a buscar a melhor forma de vender suas ações na petroquímica
Sem proposta firme para adquirir suas ações na petroquímica Braskem, a Novonor (antiga Odebrecht) apresentou ontem (20), para um grupo de credores, um plano que visa tirar seus papéis na Bolsa da petroquímica e se essa estratégia prosseguir, a família Odebrecht se desfaz de sua principal companhia, que atualmente está em um dos melhores momentos com a alta da cadeia petroquímica e reduz mais ainda seu tamanho. Além disso, a estratégia da Novonor afeta as ações da Petrobras, que também possui participação na Braskem.
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A fatia que a Novonor possui na petroquímica em Bolsa equivale a R$ 19,3 bilhões. A empresa é dona de 38,3% do capital total e 50,1% do capital votante. Já a Petrobras possui uma fatia de R$ 18,2 bilhões.
O valor de mercado da pretoquímica encerrou nesta sexta (17) em R$ 50,5 bilhões. O grupo de credores que participaram da apresentação com a antiga Odebrecht é formado pelas instituições financeiras: Bradesco, Santander, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que juntas, detêm ações da Braskem como garantia.
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As instituições têm a receber cerca de R$ 14 bilhões. Se vender a totalidade de sua fatia, no valor atual, a antiga Odebrecht ficaria com R$ 5,3 bilhões em dinheiro, sem levar em consideração os impostos. Duas fontes ouvidas afirmaram que a Novonor pretende fazer a oferta subsequente de ações para se desfazer dos papéis preferenciais e ordinários. Entretanto, tudo ainda depende do caminho que a Petrobras decidir tomar para vender suas ações.
Antiga Odebrecht pode iniciar vendas ainda este ano
Se os bancos estiverem com pressa para aprovar a nova estratégia, o grupo poderá dar início à venda de papéis preferenciais ainda este ano. Já as ordinárias seriam vendidas apenas após a migração da Braskem para o Novo Mercado.
O intuito é aproveitar a janela para operações em bolsa até abril do próximo ano, quando as eleições presidenciais terão início. A venda de suas ações começaram a sair do papel após o grupo não receber propostas firmes pela sua participação em um processo tradicional de fusão e aquisição. Há vários interessados pela Braskem, mas, por enquanto, pela compra de alguns ativos e não pela venda fatiada.
A saída da Novonor depende do aval dos cinco bancos, que receberam bem a proposta a princípio. Agora é necessário saber qual caminho a Petrobras pretende escolher. A Petrobras já reafirmou o interesse em vender sua posição, mas não afirmou como o processo será conduzido. Caso a venda aconteça via bolsa, coordenará as eventuais ofertas subsequentes de ações ou vendas em bloco. A Petroleira já contratou o banco JP Morgan para que as oportunidades sejam avaliadas.
Braskem pode encerrar 2021 com números históricos
Nos últimos meses, grupos do país e de fora mostraram interesse em comprar a Braskem. Mas há algumas pontas soltas, pois é a Petrobras que fornece a nafta à Braskem, ficando ou não no negócio, além dos contratos de fornecimento de matéria-prima no México e passivos ambientais da companhia em Alagoas.
Há uma grande chance da Braskem encerrar este ano com números históricos, pois está caminhando para chegar à receita líquida de R$ 100 bilhões por ano, o que é quase o dobro do ano de 2019 e 71% acima do ano de 2020.