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A Grande Muralha Verde da África: O megaprojeto de US$ 32,5 bilhões que promete transformar 22 PAÍSES e parar o avanço do Saara

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 03/01/2025 às 18:11
A Grande Muralha Verde da África: O megaprojeto de US$ 32,5 bilhões que promete transformar 22 PAÍSES e parar o avanço do Saara
A cada ano, o Deserto do Saara avança cerca de 63 quilômetros, engolindo terras férteis e afetando a vida de milhões de pessoas. Esse avanço acontece por causa da combinação de mudanças climáticas, desmatamento e uso inadequado do solo.

Com mais de 6.437 quilômetros de extensão, este megaprojeto busca restaurar 100 milhões de hectares, criar 10 milhões de empregos e capturar 250 milhões de toneladas de CO₂ até 2030, transformando a vida no Sahel.

A desertificação é uma ameaça silenciosa que, aos poucos, devora terras férteis e destrói ecossistemas inteiros. No coração do continente africano, a expansão do Deserto do Saara desafia a sobrevivência de milhões de pessoas. Mas uma ideia audaciosa está mudando esse cenário: a Grande Muralha Verde, um megaprojeto que promete transformar o continente e inspirar o mundo.

Desde sua concepção em 2007, esse projeto busca plantar um “muro vivo” de árvores ao longo do Sahel, uma faixa que atravessa 22 países da África, somando mais de 6.437 quilômetros. Mas por que esse projeto é tão importante e como ele está progredindo?

O contexto da desertificação e a expansão do Saara

Imagine perder uma área de cultivo do tamanho de uma cidade inteira todos os anos. É isso que a desertificação causa no Sahel. O Deserto do Saara, que já cresceu cerca de 10% desde 1920, continua avançando em um ritmo de 62,76 quilômetros anuais, impactando a agricultura, o meio ambiente e a segurança alimentar.

A perda de terras férteis significa colheitas menores, escassez de alimentos e aumento da pobreza. E com a população do Sahel prevista para dobrar até 2039, os desafios só aumentam. Foi nesse contexto que nasceu a ideia da Grande Muralha Verde.

O megaprojeto da Grande Muralha Verde

A Grande Muralha Verde é um esforço incrível para frear o avanço do Deserto do Saara, criando uma faixa de vegetação que se estende por mais de 6.400 quilômetros. Ela funciona como uma barreira viva, restaurando o solo degradado e trazendo esperança para milhões de pessoas no continente africano.
A Grande Muralha Verde é um esforço incrível para frear o avanço do Deserto do Saara, criando uma faixa de vegetação que se estende por mais de 6.400 quilômetros. Ela funciona como uma barreira viva, restaurando o solo degradado e trazendo esperança para milhões de pessoas no continente africano.

O megaprojeto da Grande Muralha Verde é muito mais do que um cinturão de árvores. É uma resposta ambiciosa aos desafios ambientais e sociais da região. Inicialmente planejada para ter 14,5 quilômetros de largura e quase 7.800 quilômetros de extensão, a iniciativa se expandiu para incluir ações de restauração em várias nações africanas.

Os objetivos são claros:

  • Restaurar 100 milhões de hectares de terras degradadas até 2030.
  • Capturar 250 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
  • Criar 10 milhões de empregos, gerando esperança em comunidades locais.

Essa é uma verdadeira corrida contra o tempo para salvar o Sahel, trazendo inspiração de projetos anteriores, como a Barragem Verde da Argélia e o Muro Verde da China, que enfrentaram desafios semelhantes.

Resultados alcançados até agora

Embora o caminho seja longo, os primeiros frutos do megaprojeto já começam a aparecer. Em Burkina Faso, mais de 15 milhões de árvores foram plantadas, restaurando quase 35.000 acres. No Senegal, o número ultrapassa 1,4 milhão de árvores, enquanto na Etiópia foram recuperados cerca de 8.900 acres.

Parcerias como a feita com a Ecosia têm sido fundamentais. Essa plataforma de busca ecologicamente consciente mobilizou comunidades locais, provando que pequenas ações podem gerar grandes impactos.

No entanto, até 2023, apenas 18% da meta de restauração havia sido atingida, destacando os desafios que o projeto enfrenta.

Desafios e perspectivas futuras

Como qualquer megaprojeto, a Grande Muralha Verde não está isenta de dificuldades. Promessas não cumpridas, má coordenação e falta de financiamento têm atrasado o progresso. Mesmo assim, a meta para 2030 permanece: restaurar o Sahel e transformar a vida de milhões de pessoas.

Será que esse “muro verde” conseguirá cumprir seu papel? Com mais apoio internacional, maior engajamento local e soluções inovadoras, as chances são promissoras.

A Grande Muralha Verde é mais do que um projeto; é um símbolo de esperança e resiliência. Se bem-sucedida, ela não apenas freará o avanço do deserto, mas também trará uma nova vida ao coração da África.

Esse megaprojeto nos lembra que, mesmo diante dos maiores desafios, as soluções começam com passos pequenos — ou, neste caso, árvores. Que essa muralha continue crescendo e inspirando o mundo!

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Jonny
Jonny
04/01/2025 08:14

Excelente iniciativa!!

Eduardo de Souza Jordão
Eduardo de Souza Jordão
04/01/2025 09:43

A natureza é capaz de transformar e transferir vida em qualquer lugar onde houver boa vontade do ser humano.
Construir e contribuir é melhor que distruir.

Francisco Fortes Filho
Francisco Fortes Filho
04/01/2025 09:47

Uma boa oportunidade para os países que exploraram a África dar o minimo de colaboração e financiarem este grande e belo projeto. O deserto terá um grande futuro para agricultura, assim como os cerrados brasileiros.

Francisco Fortes Filho
Francisco Fortes Filho
04/01/2025 10:29

Outra grande oportunidade será os países que exploraram a África construírem, msm que tenham um tempo de 30, 35 anos, ou o tempo necessário para constrírem e operarem a grande Hidréletrica de Ingá, no rio Congo. Esta hidrelétrica será a grande redenção do continente, inclusive, servirá para abastecer tanto a Afrrica quanto a Europa com energia limpa e renovável, sem precisar represar o rio e inundar grandes áreas. A capacidade de geração será o dobro da grande represa de Três Gargantas na China e quase 4 vezes a nossa de Iraipu, a 1a e 2a maiores do mundo.

Fernando Augusto Pinto Gallotti
Fernando Augusto Pinto Gallotti
04/01/2025 15:29

A Árvore, além produzir uma sombra maravilhosa em dias de sol forte, antiga incalculáveis vidas e produzem alimentos!
Todo apoio para essa iniciativa que vai dar muito certo!

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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