Taiwan anuncia o desenvolvimento de um míssil hipersônico de última geração, capaz de atingir 6 vezes a velocidade do som, reforçando sua defesa nacional.
Taiwan deu um passo estratégico em sua defesa nacional ao desenvolver um míssil hipersônico avançado, batizado de Qingtian. Com a capacidade de atingir velocidades de Mach 6, o equivalente a seis vezes a velocidade do som, o armamento coloca o país em um seleto grupo de nações que possuem essa tecnologia militar de ponta.
O anúncio ocorre em meio a crescentes tensões com a China, que considera Taiwan uma província rebelde e tem intensificado ações na região do Indo-Pacífico.
Detalhes do míssil Qingtian
De acordo com informações divulgadas pelo Liberty Time Net, o Qingtian já está sendo produzido em massa e será integrado ao exército de Taiwan em breve.
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O míssil possui um alcance impressionante de mais de 2.000 quilômetros, permitindo atingir alvos estratégicos em regiões distantes.
O desenvolvimento do Qingtian foi liderado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan (NCSIST), com o apoio do “Plano de Pesquisa em Tecnologia Avançada de Defesa Nacional” do Ministério da Defesa Nacional de Taiwan.
Fontes confirmam que algumas unidades já foram entregues às brigadas de mísseis da força aérea do país, sinalizando que o projeto está avançado e operacional.
Além disso, Taiwan está negociando com empresas tchecas e americanas para criar lançadores móveis que ampliem a flexibilidade de implantação do armamento.
Entre os modelos em avaliação, estão os caminhões Tatra Force 12×12, conhecidos por sua adaptabilidade a terrenos montanhosos, e o Oshkosh M983, um modelo americano com alto desempenho em ambientes adversos.
Antecedentes tecnológicos
O Qingtian não é o primeiro projeto de mísseis hipersônicos de Taiwan. A nova tecnologia tem como base os programas Yunfeng e Yungeng II, que já proporcionaram avanços notáveis no passado.
Em 2014, o país lançou o míssil Yun Feng, um modelo de cruzeiro supersônico com alcance de 1.200 km. Uma variante de alcance estendido foi posteriormente desenvolvida, ultrapassando 2.000 km, o que pavimentou o caminho para o Qingtian.
O Yun Feng utilizava um motor ramjet com propulsor de combustível sólido, tecnologia que também influenciou o design do novo míssil hipersônico.
A velocidade Mach 6 do Qingtian representa um avanço substancial, tornando-o extremamente difícil de ser rastreado ou interceptado por sistemas de defesa aérea inimigos.
Contexto regional e a ameaça da China
A escalada das tensões entre Taiwan e China tem sido um dos principais motores para o desenvolvimento de armas avançadas.
A China considera Taiwan parte de seu território e frequentemente realiza exercícios militares nas proximidades da ilha.
Além disso, a pressão diplomática e econômica de Pequim sobre a comunidade internacional para isolar Taiwan tem intensificado a busca do país por autonomia militar.
A tecnologia hipersônica é vista como uma resposta estratégica a essas ameaças. Diferente de mísseis tradicionais, armas hipersônicas têm a capacidade de alcançar altitudes fora do alcance da maioria dos sistemas de defesa antes de descerem rapidamente em direção ao alvo, tornando qualquer reação extremamente difícil.
Em 2024, Taiwan anunciou o desenvolvimento de motores scramjet, tecnologia de combustão supersônica que promete impulsionar ainda mais suas capacidades militares.
Esse tipo de motor é essencial para armas hipersônicas devido à sua eficiência em altas velocidades e capacidade de operar em altitudes elevadas.
O cenário global de armas hipersônicas
O desenvolvimento de armas hipersônicas não é exclusividade de Taiwan. Estados Unidos, Rússia, China e Índia também possuem programas avançados nessa área.
Em dezembro de 2024, o Exército e a Marinha dos Estados Unidos testaram com sucesso o míssil hipersônico Dark Eagle, com alcance de 1.725 milhas (cerca de 2.780 km).
O evento marcou um avanço significativo no programa de Long-Range Hypersonic Weapon (LRHW), consolidando os EUA como uma das potências líderes em tecnologia hipersônica.
A China, por sua vez, tem demonstrado progresso acelerado, integrando mísseis hipersônicos ao seu arsenal militar nos últimos anos. A Rússia também se destaca com o míssil Avangard, que já foi testado com sucesso e está em operação.
A Índia, mais recentemente, realizou um teste bem-sucedido de uma arma hipersônica com alcance de 930 milhas (aproximadamente 1.500 km), mostrando que o cenário global está em rápida evolução.