Movimentação dos mísseis balísticos Yars ocorre em meio a tensões entre Rússia e Ucrânia, com foco em treinamento militar e segurança
A Rússia deu início a exercícios planejados que envolvem os mísseis balísticos intercontinentais Yars, conforme reportado pela agência de notícias estatal RIA. O ministério da Defesa russo confirmou que regimentos de ICBMs Yars foram “enviados para posições de campo” nas regiões de Sverdlovsk e Altai, áreas próximas ao Cazaquistão.
O que é o míssil Yars?
O míssil Yars possui capacidade termonuclear, podendo ser transportado em caminhões ou estacionado em silos.
Trata-se de uma arma de segunda geração, operando por fusão, como a bomba de hidrogênio, o que proporciona um poder destrutivo significativamente maior do que as bombas atômicas de primeira geração, em um formato mais compacto.
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Com um alcance de até 12 mil km, o Yars pode cruzar continentes a uma velocidade impressionante de 30.600 km/h, e possui uma precisão de aproximadamente 100 metros, mesmo contra alvos altamente protegidos.
Sua estrutura mede 22,5 metros de comprimento e 2 metros de diâmetro, pesando cerca de 49.600 kg.
O projeto foi desenvolvido em segredo, com os primeiros testes realizados em 2007 como resposta ao escudo de mísseis que os EUA planejavam instalar na Europa.
A importância do Yars nas relações internacionais
Desde sua introdução, o Yars tem se tornado um ponto de discórdia entre EUA e Rússia. Documentos do Centro de Inteligência Nacional Aeroespacial dos EUA indicam que a administração Bush considerava o desenvolvimento do Yars uma violação do tratado START, assinado em 1991, que limitava a criação de armas ofensivas estratégicas.
Na época do primeiro teste, acreditava-se que o Yars poderia penetrar qualquer escudo antimísseis existente.
O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu o projeto, afirmando que não era uma resposta agressiva, mas sim uma necessidade de manter o equilíbrio estratégico global.
Exercícios militares recentes e suas implicações
A movimentação atual dos mísseis Yars ocorre em um contexto de negociações para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
O ministério da Defesa explicou que as unidades de segurança e suporte em operação próxima ao Cazaquistão estão realizando tarefas de engenharia e proteção radiológica, química e biológica.
Além disso, os militares estão participando de um treinamento em turnos para missões de combate, preparando-se para operações mais complexas, embora detalhes específicos não tenham sido divulgados.
Esses exercícios militares são particularmente relevantes, pois acontecem em meio a tensões crescentes entre a Rússia e a OTAN.
Em 2022, os Yars já haviam sido utilizados em testes que mobilizaram mais de 1.000 militares e cem veículos, focando na busca e destruição de sabotadores e formações de reconhecimento, tanto durante o dia quanto à noite.
Reações internacionais e declarações de líderes
O então presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que o uso de armas nucleares na Ucrânia seria inaceitável e teria consequências “inimagináveis”.
Por outro lado, o vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov, afirmou que a Rússia não seria a primeira a realizar um ataque nuclear, mas responderia a qualquer provocação.
Em 2024, os Yars foram reposicionados, servindo como um alerta nuclear ao Ocidente, em meio a um clima de crescente tensão.
Em fevereiro de 2025, a Rússia também conduziu exercícios com o míssil Yars em áreas próximas à Ucrânia, demonstrando a disposição do país em manter sua capacidade militar em alerta.
A continuidade dos exercícios militares e o desenvolvimento de armamentos como o Yars ressaltam a tensão persistente e a complexidade das relações internacionais, especialmente no contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Este cenário continua a ser monitorado de perto por analistas e autoridades de defesa em todo o mundo.
FONTE: UOL