Pressão sobre o preço do combustível aumenta às vésperas do 2º turno. Petrobras mantém valores em suas refinarias desde 2 de setembro na gasolina e desde 20 de setembro no diesel.
Mesmo com o preço do diesel e do petróleo sofrendo forte pressão, e subindo no mercado internacional, a Petrobras mantém defasado o valor do combustível referente a paridade internacional, aponta Abicon.
De acordo com as informações da S&P Global Commodity Insights, as margens das refinarias da Bacia do Atlântico, onde está inserido o mercado brasileiro, voltaram a subir nas últimas semanas. Isso representa um aumento nos preços do diesel e do petróleo, reforçando a pressão sobre o combustível, às vésperas do 2º turno das eleições presidenciais no Brasil.
Greve de refinarias na França e a redução dos estoques dos EUA impactam nas margens do refino
A greve de refinarias na França e a redução dos estoques dos EUA contribuíram significativamente na oferta, haja visto que a demanda irá aumentar devido a proximidade do inverno no Hemisfério Norte.
Na sua maioria, os derivados do petróleo importados pelo Brasil vêm da costa atlântica dos EUA, onde o crack spread (margem do refino, medida pela diferença entre o preço do derivado e o do petróleo bruto) subiu na semana passada para US$ 30,69 o barril, o que representa 14 % ante a semana anterior.
De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, para tentar corresponder o aquecimento da demanda europeia, as refinarias dos EUA têm se empenhado em superar sua produção de diesel.
“A oferta americana de diesel atingiu o nível mais alto nos últimos cinco anos para esta época do ano. No entanto, as exportações estão elevadas, e os estoques caíram para níveis perigosamente baixos. O preço do diesel nos EUA e na Europa disparou, e o inverno ainda nem começou”, observa o analista de Energia e Macroeconomia, Heitor Paiva.
Gasolina e diesel com preços defasados no Brasil
A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), afirma que para a Petrobras manter a paridade com o mercado internacional, seria necessário a estatal aumentar o valor do diesel em 70 centavos por litro. Já o déficit da gasolina era de 18 centavos (5%).
Vale ressaltar que a Petrobras está há quase dois meses sem alterar o preço da gasolina e há 30 dias no diesel, mantendo os mesmos valores em suas refinarias desde 2 de setembro na gasolina e desde 20 de setembro no diesel.
