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Petrobras recompra materiais vendidos como sucata, afirma Sindipetro

17 de setembro de 2020 às 17:32
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sucatas vendidas pela Petrobras
Dos 9.800 itens vendidos pela Petrobras desde junho, 980 possuem pedidos de compra emitidos e 1.162 estão em análise para serem adquiridos novamente

Dos 9.800 itens vendidos pela Petrobras desde junho, 980 possuem pedidos de compra emitidos e 1.162 estão em análise para serem adquiridos novamente

De acordo com a publicação feita na última terça-feira (15/09) pelo Sindipetro Unificado SP a Petrobras estaria vendendo peças em uso nas suas unidades como se fossem sucata. Campo de Lula – o maior produtor de petróleo e gás natural do Brasil foi alterado em 14 de setembro para Tupi após determinação da ANP

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A entidade afirma que dos 9.800 itens vendidos pela estatal desde junho, 980 possuem pedidos de compra emitidos e 1.162 estão em análise para serem adquiridos novamente.

“Isso comprova que a Petrobrás não aplica o critério de potencial de utilização e está recomprando por preços atualizados os mesmos materiais que vendeu por preços simbólicos, o que tem gerado prejuízo sistêmico bilionário para a companhia”, indigna-se a fonte.

A entidade sindical diz que a denúncia feita tem como base dados internos da Petrobras, por meio de uma fonte que preferiu não ser identificada.

Sindipetro Unificado SP cita como exemplo, um caminhão que saiu carregado da Usina Termelétrica (UTE) Luiz Carlos Prestes, em Três Lagoas (MS) no mês de setembro.

Materiais pertencente à Petrobras que até então faziam parte do estoque da unidade da usina foram vendidos como sucata por nove mil reais. Entre os itens, havia uma válvula de controle pneumática nova, embalada na caixa, que custa entre R$ 12 mil e R$ 15 mil.

De acordo com a fonte da entidade sindical o mau planejamento, a lentidão, a gestão de estoques centralizada e as mudanças abruptas de projetos são alguns dos fatores que elevam os estoques da companhia.

Mudanças nas políticas de investimento da Petrobras levaram a prejuízos bem maiores. Em 2010, a encomendou encomendou oito cascos de plataformas ao estaleiro Rio Grande, da Ecovix, por R$ 10 bilhões.

Em 2016, após o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, a Petrobras decidiu transferir para a Ásia a construção de nove plataformas de petróleo, que já estavam em construção no Brasil, destinadas ao Campo de Lula, no pré-sal.

O Estaleiro Rio Grande foi obrigado a demitir quase a totalidade de seus 24 mil trabalhadores, e foram vendidas como sucata cerca de 80 mil toneladas de estruturas de aço que seriam utilizadas na construção das plataformas P-71 e P-72.

O abandono desses projetos trouxe consequências graves a indústria naval do Brasil, deixando milhares de brasileiros sem trabalho. Apenas no Rio de Janeiro, mais de 55 mil trabalhadores perderam o seu emprego entre 2014 e 2018.

“Essa política vai de encontro à política de conteúdo local existente no Brasil desde 1999. O mecanismo obriga que todo equipamento destinado à exploração de petróleo no país tenha uma porcentagem mínima de materiais produzidos pela indústria nacional. Ele foi feito para evitar a chamada “doença holandesa”, que se caracteriza pela extração e exportação de óleo bruto, sem o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional.”, afirma Sindipetro.

O atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, já fez duras críticas ao conteúdo local. Em 2019, ele afirmou que essa regra foi responsável por uma “história desastrosa, perda de produtividade e corrupção” e, ainda, “trouxe enorme prejuízo, não somente para a Petrobrás, mas para todo o país”.

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