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Petrobras na contra mão de um planeta mais sustentável?

4 de maio de 2022 às 16:44
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Petrobras - gás - petróleo
Plataforma semi-submersível P-20. Fonte: Google Imagens

Gigantes petrolíferas pelo mundo têm cortado gradualmente produção de petróleo e investido em energias renováveis, enquanto que Petrobras planeja aumentar a produção de óleo até 2026

A Petrobras tem sido o centro de debate político em todo o Brasil, sendo alvo de críticas e até acusada de contribuir com a inflação do país, devido sua política de preços que resulta nos valores da gasolina e do diesel. Não o bastante, a petrolífera brasileira ainda enfrenta o gigante desafio que é sobreviver ao fim da era do petróleo, tendo que começar a atuar no campo das energias renováveis.

De acordo com a classe científica, a humanidade deve reduzir já de forma drástica o uso de combustíveis derivados do petróleo para frear catástrofes climáticas. Em setembro de 2021, a revista Nature publicou um estudo apontando que a produção de petróleo e gás no planeta deveria cair 3% a cada ano até 2050 para que o aquecimento global caísse 1,5°C.

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No mesmo ano, a Agência Internacional de Energia (AIE) também divulgou um estudo que envolvia a produção de petróleo com o aquecimento global. A orientação foi para que nenhuma nova reserva do óleo ou de carvão fosse explorada afim de evitar os cenários calamitosos de mudanças climáticas.

Enquanto isso, a Petrobras pretende ampliar em cerca de 45% sua produção de petróleo até 2026, com 15 novas plataformas em poços do pré-sal, aumentando de 2,2 milhões de barris por dia para 3,2 milhões de bpd. Portanto, a petroleira brasileira entende que o petróleo continuará gerando rendimentos financeiros satisfatórios no futuro, apesar do planeta caminhar para um sistema de produção de energia e combustíveis menos dependentes dos fósseis. Ano passado, a empresa lucrou mais de R$ 106 bilhões, resultando o pagamento de R$ 37,3 bilhões em dividendos à União.

Vale lembrar que o conceito de sociedade sustentável não se limita à práticas voltadas à natureza, o que também é de suma importância. Mas também diz respeito á uma economia saudável, com mais oportunidades para todos. Porém, hoje o preço dos combustíveis pesa demais no bolso do brasileiro.

Reportagem da BBC News Brasil que compara as ações da Petrobras com outras petrolíferas em relação às energias renováveis

Petroleiras que têm investido em energias sustentáveis pelo mundo

Em agosto de 2019, o então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, havia dito que a empresa não investiria mais em energias renováveis “porque é um negócio que requer competências diferentes do negócio do petróleo e gás”.

De lá pra cá, porém, várias empresas do ramo passaram a investir no setor das renováveis. A Total, da França, anunciou que pretende neutralizar as emissões operacionais até 2050 e ampliar a produção de energia sustentável em dez vezes até 2030, alcançando 100 GW de capacidade.

A British Petroleum, empresa do Reino Unido, pretende alcançar 50GW de capacidade de energia renovável até 2050, e ainda trabalha para reduzir a produção de combustíveis derivados do petróleo em 1 milhão de barris de óleo até 2030.

Já anglo-holandesa Shell, que também tem rede de postos de combustíveis aqui no Brasil, pretende cortar sua produção de petróleo em até 2% ao ano até 2030, neutralizando suas emissões de gases tóxicos até 2050.

Demanda por petróleo vai continuar mesmo com a necessidade cada vez mais de energias renováveis, diz Petrobras

A Petrobras foi apontada pela organização americana Climate Accountability Institute, em um estudo elaborado em 2019, entre as 20 empresas que mais emitiram gases do efeito estufa no mundo a partir de 1965.

A petroleira brasileira afirma que o caminhar da humanidade às fontes de energias renováveis não eliminará a alta demanda pelo petróleo e que as duas fontes poderão existir juntas. “Transformar recursos brasileiros em riquezas” é um lema. Além disso vem implantando ações para reduzir suas emissões, apesar do esforço para explorar o pré-sal antes de “uma nova era“, como havia dito o ex-presidente da empresa, general Silva e Luna.

Para os próximos cinco anos, a Petrobras planeja investir US$ 2,8 bilhões com objetivo de reduzir a emissão de gases poluentes, criar um fundo de descarbonização de US$ 248 milhões para soluções de baixo carbono. Em 2015 a petroleira informou que pretendia diminuir em 25% suas “emissões operacionais” até 2030.

O fato é que a Petrobras manterá o foco em águas profundas e ultraprofundas, onde ainda tem vantagens competitivas. As próximas eleições podem ter efeitos sobre o futuro da Petrobras, mas ainda é muito cedo para imaginar algum outro cenário.

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