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Pesquisadores de Hong Kong anunciaram um avanço no desenvolvimento de um ar-condicionado que dispensa o uso de fluidos refrigerantes

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/03/2025 às 19:16
A equipe de pesquisa da HKUST que participou do projeto de resfriamento elastocalórico. Crédito da foto: HKUST

Cientistas de Hong Kong anunciaram um avanço promissor no desenvolvimento de um ar-condicionado que funciona sem fluidos refrigerantes. A tecnologia pode revolucionar o setor ao reduzir custos, aumentar a eficiência e diminuir impactos ambientais, tornando o resfriamento mais sustentável.

Cientistas de Hong Kong anunciaram um avanço promissor no desenvolvimento de um sistema de ar-condicionado que elimina a necessidade de fluidos refrigerantes, reduzindo impactos ambientais e consumo de energia.

O consumo de eletricidade em edifícios cresce constantemente, e os sistemas de ar-condicionado representam uma parcela significativa desse gasto.

Com o aquecimento global, a demanda por refrigeração aumenta, tornando essencial buscar alternativas mais sustentáveis.

Além do alto consumo energético, os aparelhos convencionais utilizam fluidos refrigerantes nocivos ao meio ambiente.

Uma nova tecnologia pode mudar esse cenário. Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST) anunciaram um avanço no desenvolvimento de um ar-condicionado elastocalórico, que dispensa o uso de fluidos refrigerantes.

Esse sistema utiliza um efeito termomecânico que provoca variação de temperatura quando um material é submetido a estresse mecânico.

Avanço significativo na tecnologia

Desenvolver um sistema de refrigeração eficiente baseado nesse efeito sempre foi um desafio.

A maioria dos protótipos anteriores não conseguiu ultrapassar a escala de quilowatts, tornando inviável o uso em ambientes maiores.

A equipe da HKUST, liderada pelos professores Sun Qingping e Yao Shuhuai, conseguiu superar essa limitação.

O novo sistema de resfriamento desenvolvido pelos cientistas é capaz de refrigerar uma sala inteira com alta eficiência.

O estudo foi publicado na revista Nature Energy e destaca como essa inovação pode transformar a indústria de climatização e contribuir para reduzir as emissões de carbono.

O resultado é fruto de anos de pesquisa e aprimoramento da tecnologia.

Arquitetura inovadora

Os pesquisadores conseguiram contornar desafios que antes limitavam a eficiência dos sistemas elastocalóricos.

O principal obstáculo era equilibrar a potência de resfriamento com a quantidade de material ativo utilizado.

Além disso, a transferência de calor costumava ser ineficiente em frequências mais altas de operação.

Para resolver esses problemas, a equipe desenvolveu um design multicelular. Esse modelo consiste na conexão de cerca de dez unidades de resfriamento elastocalórico.

Cada unidade é composta por quatro tubos de liga de níquel-titânio de paredes finas. Esses tubos ultraleves melhoram a troca de calor, tornando o sistema mais eficiente.

Outra inovação foi a substituição da água destilada por um nanofluido de grafeno. Esse material melhora ainda mais a condução de calor e aumenta o desempenho do equipamento.

Nos testes, o dispositivo atingiu uma potência de resfriamento específica de 12,3 W/g a uma frequência de 3,5 Hz. A potência total ultrapassou 1 kW, chegando a 1284 watts, algo inédito para essa tecnologia.

Resultados promissores

Durante os experimentos, o equipamento conseguiu resfriar uma sala de 2,3 m³. A temperatura do ambiente caiu para 21-22°C em apenas 15 minutos, enquanto a temperatura externa variava entre 30-31°C. Esse resultado comprova o potencial do sistema para uso em escala real.

Segundo Sun Qingping, esse avanço abre caminho para a aplicação comercial da tecnologia. “Estamos trabalhando com a indústria para acelerar a comercialização.

Com regulações mais rigorosas sobre hidrofluorcarbonetos (HFCs), essa solução de resfriamento, sem emissões e altamente eficiente, pode remodelar o setor e contribuir para a neutralidade de carbono”, afirmou o pesquisador.

Embora ainda esteja em fase inicial de desenvolvimento, a tecnologia tem potencial para se tornar o padrão do futuro na refrigeração.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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