O mercúrio é um metal fascinante, mas seu uso na extração de ouro pode trazer sérios riscos. Descubra como esse processo funciona e suas consequências.
O mercúrio desempenha um papel fundamental na mineração de ouro ao longo dos séculos. Sua capacidade singular de formar amálgamas com o ouro fez com que ele se tornasse uma ferramenta indispensável para garimpeiros e mineradores artesanais.
No entanto, apesar de sua eficácia, o uso do mercúrio traz consequências ambientais e sanitárias severas. Este artigo examina a trajetória do uso do mercúrio na mineração, seus impactos e as alternativas tecnológicas emergentes para mitigar seus efeitos adversos.
Características químicas e história do uso do Mercúrio
O mercúrio é um metal líquido à temperatura ambiente, uma característica incomum entre os elementos da tabela periódica. Com uma densidade de 13,6 g/cm³, ele possui elevada tensão superficial e uma coloração prateada. Seu nome deriva do latim ‘argentum vivum’, ou “prata viva”, devido ao seu aspecto brilhante e fluidez.
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Registros históricos indicam que o mercúrio já era conhecido no Antigo Egito, por volta de 1500 a.C., sendo utilizado na medicina e em processos alquímicos.
No entanto, seu papel na mineração foi documentado por volta de 750 a.C., quando civilizações antigas começaram a utilizá-lo para extrair ouro e prata de minérios.
O processo de amalgamação e extração de ouro
O método de amalgamação é baseado na alta afinidade química do mercúrio com o ouro. Quando o mercúrio líquido é misturado a sedimentos contendo ouro, ocorre a formação de uma liga chamada amálgama de ouro. Esse processo facilita a separação do ouro de outros minerais presentes na rocha.
Após a formação da amálgama, o material é submetido a compressão em um tecido poroso, como couro de camurça, para remover o excesso de mercúrio.
Em seguida, a mistura passa por um aquecimento a temperaturas superiores a 356,7 °C, promovendo a vaporização do mercúrio e deixando para trás o ouro puro.
O mercúrio vaporizado pode ser recolhido e reutilizado, mas na mineração artesanal, geralmente é liberado diretamente no ambiente.
Consequências ambientais e para a saúde pública
A volatilização do mercúrio durante a queima do amálgama representa um dos maiores desafios ambientais associados à mineração.
A inalação de vapor de mercúrio elementar pode causar envenenamento crônico, afetando o sistema nervoso central e provocando sintomas como tremores, perda de memória e dificuldades cognitivas.
Além disso, o mercúrio lançado na natureza pode sofrer processos de metilação por bactérias presentes no solo e na água, formando metilmercúrio, um composto altamente tóxico que se bioacumula em organismos aquáticos.
Isso representa uma ameaça para comunidades que dependem da pesca como fonte de alimento, pois o consumo de peixes contaminados pode levar à intoxicação por mercúrio.
A persistência da mineração artesanal e de pequena escala (MAPE)
Apesar dos riscos conhecidos, a mineração artesanal ainda depende do mercúrio devido ao seu baixo custo e simplicidade de uso.
Estima-se que entre 10 e 19 milhões de pessoas estejam envolvidas na mineração artesanal em mais de 70 países, principalmente em regiões em desenvolvimento.
Esse setor é responsável por aproximadamente 37% da produção global de ouro, liberando anualmente cerca de 1.000 toneladas de mercúrio no meio ambiente.
A falta de regulamentação e a precariedade das condições de trabalho contribuem para a continuidade desse método, especialmente em comunidades economicamente vulneráveis.
As contaminações por mercúrio não afetam apenas os mineradores, mas toda a cadeia ecológica e social ao redor das áreas de extração.
Alternativas Tecnológicas e Métodos Sustentáveis Diante da necessidade de reduzir a dependência do mercúrio, pesquisadores e instituições têm desenvolvido métodos alternativos para a extração de ouro. Técnicas como a flotação, a concentração gravítica e o uso de cianetação controlada estão sendo promovidas como alternativas mais seguras e eficientes.
O uso de centrífugas gravimétricas tem se mostrado promissor, pois permite a separação do ouro sem a necessidade de mercúrio.
Além disso, programas de treinamento e capacitação em práticas de mineração sustentável têm sido implementados para conscientizar as comunidades sobre os riscos do mercúrio e incentivá-las a adotar métodos mais seguros.
Iniciativas globais
Diversos esforços internacionais têm sido realizados para reduzir o impacto da contaminação por mercúrio. A Convenção de Minamata, adotada pela ONU em 2013 e ratificada por diversos países, estabelece diretrizes para a eliminação progressiva do uso de mercúrio em atividades industriais e na mineração artesanal.
Além disso, a implementação de sensores portáteis para detectar a presença de mercúrio em áreas de mineração pode auxiliar na mitigação dos riscos.
Governos e ONGs têm trabalhado juntos para oferecer incentivos financeiros para a adoção de tecnologias limpas e para regulamentar o uso do mercúrio em pequena escala.
Perspectivas Futuras A transição para métodos de mineração mais sustentáveis depende de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo políticas públicas eficazes, desenvolvimento tecnológico e conscientização social.
Com investimentos em inovação e um esforço global coordenado, a mineração artesanal pode ser transformada em uma atividade mais segura para os trabalhadores e para o meio ambiente.
O uso do mercúrio na mineração de ouro, embora historicamente relevante, representa um risco substancial para o meio ambiente e para a saúde pública.
A contaminação por mercúrio continua sendo uma preocupação global, exigindo esforços contínuos para mitigar seus efeitos e substituir sua aplicação por métodos mais sustentáveis.
O compromisso com alternativas tecnológicas e regulamentações eficazes é essencial para garantir que a mineração de ouro ocorra de forma responsável e ambientalmente consciente.
Com informações de iflscience
Se o ESTADO parasse de atrapalhar quem trabalha isto teria grandes chances de melhorar. O ESTADO quer o ouro? Que pague por ele, com imposto muiiito baixo para desestimular a venda para concorrentes e legalizar o dinheiro/ produto, por exemplo 1%, e deixe o trabalhador trabalhar.
Deixa o mercado livre, tira IBAMA e outros disso, faça chegar aos garimpos gente confiável que verdadeiramente, possam ensinar novas técnicas aos garimpeiros. Parem de incendiar máquinas, judiar de quem trabalha. Acabem com esta história de terras indigenas do tamanho de paises, proibições de toda sorte. Tudo melhora quando todos querem.