Os dois trabalharam juntos na Americanas por mais de 2 décadas.
A Americanas anunciou nesta manhã que encontrou “erros contábeis” em seu balanço com materialidade potencial de R$ 20 bilhões. O CEO Sergio Rial e o CFO André Covre renunciaram depois que a investigação inicial revelou o problema. Ambos estavam no cargo há apenas 9 dias quando isso aconteceu.
Um conselho de administração da Americanas nomeou Joo Guerra, um funcionário de longa data que não trabalhava na área de CFO nem se reportava ao CEO, para as funções de CEO temporário e diretor de relações com investidores. A dívida da Americanas com seus fornecedores, que pode ter sido subestimada nos últimos anos, é o principal destaque da pesquisa.
Nesse cenário, o banco paga o fornecedor em nome da empresa, que passa a dever dinheiro ao banco. A corporação acredita que o impacto no caixa das discrepâncias é insignificante. O valor preliminar de R$ 20 bilhões não será necessariamente retirado do patrimônio, apesar de a Americanas ter um patrimônio líquido de R$ 14 bilhões.
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Para descobrir o verdadeiro valor do problema, é necessária uma análise mais aprofundada. Este valor pode incluir cifras que ainda podem ser ativadas. A Americanas garantiu a seus funcionários em um memorando que tinha R$ 8 bilhões em caixa e continuará pagando seus fornecedores em dia. Os balanços patrimoniais da Americanas dos últimos anos foram auditados pela PricewaterhouseCoopers (PWC).
Internamente, um comitê do conselho de administração está analisando isso, com a ajuda da pwc. O ex-CEO Miguel Gutierrez, Anna Saicali, chefe da Ame Digital, Timotheo Barros, chefe de lojas físicas e CFO, e Márcio Cruz, chefe da B2W, trabalharam juntos na Americanas por mais de duas décadas antes da recente mudança de liderança. Segundo fonte próxima à empresa, ainda não foram apurados os lançamentos em questão estavam em uma zona cinzenta da regulamentação contábil ou se constituíam fraude.
Seja qual for a situação, a descoberta das “inconsistências” deve levar o mercado a se perguntar se métodos contábeis semelhantes estão sendo usados por outras empresas. Os CFOs de todos os setores da economia precisam começar a pensar no futuro hoje. Devido à preponderância de investidores estrangeiros como Blackrock, Vanguard e Wells Fargo no Free Float da empresa, esse incidente também é um revés para o mercado de capitais brasileiro.
Nos últimos dois anos, as ações da Americanas perderam valor constantemente, tornando-se uma das piores ações do varejo. O valor de mercado da corporação no fechamento do dia era de R$ 11 bilhões. “A corporação está expressando o que sabe neste momento”, afirmou uma fonte próxima da situação. Os três principais acionistas da Americanas, todos com mais de 40 anos de empresa (chamados Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann), afirmaram que continuarão a apoiar a empresa e que a Rial aconselhá-los sobre como corrigir o problema.