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Lei obriga que deputados adotem escala 6×1 para eles! Hoje, parlamentares trabalham DUAS vezes na semana

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 14/11/2024 às 22:30
Proposta polêmica obriga deputados a adotar escala 6x1. Projeto de André Janones levanta debate sobre privilégios e rotina no Congresso.
Proposta polêmica obriga deputados a adotar escala 6×1. Projeto de André Janones levanta debate sobre privilégios e rotina no Congresso.

Lei revoluciona a rotina dos parlamentares, obrigando-os a cumprir seis dias de trabalho por semana. Este projeto responde à PEC que visa reduzir a jornada de trabalho no Brasil e reacende o debate sobre os privilégios no Congresso.

A pressão por mais comprometimento dos parlamentares pode transformar a rotina do Congresso Nacional.

Em uma reviravolta que promete sacudir Brasília, o deputado André Janones (Avante/MG) apresentou uma proposta que desafia o atual modelo de trabalho dos congressistas.

A ideia é obrigá-los a adotar a escala de trabalho 6×1, a mesma que muitos trabalhadores enfrentam diariamente, impondo seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso.

Em um cenário onde os cidadãos lutam por jornadas mais justas, Janones busca questionar os privilégios da elite política e incitar um debate sobre o exemplo que a classe política deve dar ao país.

No dia em que a Câmara dos Deputados alcançou o número de assinaturas necessário para debater a redução da jornada de trabalho dos brasileiros, a proposta de Janones surgiu como uma resposta contundente.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende reduzir a jornada semanal de trabalho para 36 horas foi encabeçada pela deputada Érika Hilton (PSOL/SP) e reuniu 216 assinaturas, superando o mínimo de 171 exigido para tramitação.

Enquanto isso, a ideia de um Congresso onde deputados cumprem jornadas de seis dias ganha tração nas redes sociais e levanta a questão: até que ponto a rotina dos parlamentares é compatível com a realidade brasileira?

O que prevê a proposta de André Janones

Janones, que utilizou suas redes sociais para fazer o anúncio, classificou sua proposta como uma “bomba”.

Em sua visão, a nova escala para os deputados seria uma medida necessária para alinhar a classe política à realidade dos trabalhadores comuns.

“Pra quem não sabe, aqui trabalhamos na escala 2×5, ou seja, trabalhamos 2 dias e folgamos 5”, comentou o deputado em tom provocativo.

Segundo ele, a mudança é uma resposta direta aos parlamentares que se recusaram a apoiar a PEC 6×1, argumentando que o povo brasileiro merece ver seus representantes adotarem a mesma carga exigida de muitos cidadãos.

Janones foi incisivo ao afirmar que, se os parlamentares não concordaram em apoiar uma jornada reduzida para a população, então eles próprios deveriam ser submetidos ao regime 6×1, pois “se é pro povo, tem que ser pra todos”, completou ele, conclamando a população a pressionar o Congresso para a aprovação da medida.

A proposta, que ainda não foi colocada em votação, gerou intensas discussões online, atraindo comentários a favor e contra a mudança, e reacendendo o debate sobre os privilégios da classe política.

O atual regime de trabalho dos deputados federais

No modelo vigente, a rotina dos deputados federais já difere consideravelmente do trabalhador brasileiro médio.

A jornada dos parlamentares é estabelecida pelo regimento interno da Câmara, com sessões legislativas entre fevereiro e julho no primeiro semestre, e de agosto a dezembro no segundo.

As atividades semanais incluem três sessões ordinárias, que, em geral, acontecem às terças e quintas-feiras, com votações em apenas duas dessas sessões.

Essas sessões ordinárias começam por volta das 14h e duram cinco horas, mas os deputados podem ser convocados para sessões extraordinárias, com duração de até quatro horas, em horários diferenciados.

No entanto, nas segundas e sextas-feiras, as sessões são não deliberativas, dedicadas apenas a discursos e comunicações parlamentares, sem exigência de presença para votação.

Fora do plenário, os deputados têm compromissos em comissões, audiências públicas e eventos em seus gabinetes, onde atendem eleitores, lideranças e organizam suas pautas com assessores e jornalistas.

Impacto e reflexões sobre a nova proposta

A proposta de Janones provoca uma reflexão incisiva sobre o distanciamento entre a realidade dos parlamentares e a dos eleitores.

Muitos críticos apontam que a mudança para um regime de 6 dias de trabalho traria mais alinhamento com o cotidiano de milhões de brasileiros e aumentaria a produtividade parlamentar, obrigando os políticos a se dedicarem mais às atividades legislativas.

No entanto, não há consenso sobre como essa medida afetaria a qualidade do trabalho legislativo.

O aumento das horas pode influenciar na agilidade e produtividade nas votações, mas existe o risco de sobrecarga dos parlamentares, o que poderia diminuir a eficácia na análise de projetos e discussões em comissões.

Para os defensores da medida, o ganho em transparência e compromisso pode compensar possíveis desafios operacionais.

Caminho para aprovação da escala 6×1 e próximos passos

A proposta de André Janones ainda precisa passar por diversos processos legislativos para ser aprovada.

Para entrar em votação, é necessário que o projeto atinja o apoio necessário entre os deputados e que seja incluído na pauta da Câmara, o que pode levar meses ou até anos, dependendo das articulações políticas em Brasília.

Por enquanto, a PEC 6×1 deve continuar a mobilizar a opinião pública e a ganhar tração, especialmente entre os eleitores que veem no projeto uma oportunidade de reformar o funcionamento do Congresso e aumentar a responsabilização dos parlamentares.

Um Congresso que trabalha como o povo?

O projeto de Janones lança luz sobre uma questão crucial: os deputados deveriam se submeter às mesmas regras que impõem aos cidadãos?

Em um país onde o trabalhador médio se desdobra para atender às exigências do mercado, essa proposta de alinhamento entre a rotina dos parlamentares e a realidade do povo tem um apelo simbólico poderoso.

Mas será que a classe política está disposta a abrir mão de suas regalias em nome da coerência e do exemplo?

Para muitos, essa mudança seria um passo importante para aproximar a classe política dos anseios populares, mas ainda há um longo caminho pela frente.

A dúvida persiste: será que esse projeto revolucionário realmente tem chances de ser aprovado e implantado? E, se for, como ele impactará a qualidade do trabalho legislativo no Brasil?

Pergunta ao leitor: Você acha que obrigar os deputados a trabalharem seis dias por semana mudaria realmente a forma como representam o povo brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários!

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Geraldo
Geraldo
15/11/2024 07:59

Seria otimo ver o parlamento trabalhar no mesmo regime de horas que a maioria da população está submetida!!!

Alvibar Santos Pinheiro
Alvibar Santos Pinheiro
15/11/2024 10:08

Eu mudaria o meu nome para Filomena, se isso acontecesse. Os privilégios para quem está no poder data de séculos. Principalmente em países do terceiro mundo. Os bestas trabalham, são escorchados em impostos para manter a vida nababesca e de privilégios de quem está no poder. Isso desde os tempos da realeza europeia. E não mudou nada. Em países onde o povo tem cultura, sempre o bicho pega. Afinal a igualdade, mesmo com respeito aos cargos ocupados, é um ponto à se respeitar.

Marcos Antônio Evangelista de Figueiredo
Marcos Antônio Evangelista de Figueiredo
15/11/2024 11:33

Mudaria e muito. Os parlamentares ganham em um dia o mesmo que o trabalhador ganha em dois meses e dependendo da classe o rendimento do trabalhador seria de três a quatro mese por um dia de trabalho do parlamentar.s.

Carlos eduardo de oliveira
Carlos eduardo de oliveira
15/11/2024 15:59

Com certeza!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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