Segundo o presidente da Nissan no Brasil, Airton Cousseau, os testes da célula a etanol serão concluídos em 2025
Orgulhoso de ser brasileiro e do time com o qual trabalha na Nissan, Cousseau concedeu entrevista ao Estadão, publicada por Tião Oliveira na categoria “mobilidade”, acerca do projeto promissor da célula de etanol, que será lançado antes de 2030. Na entrevista, o presidente da Nissan afirma que o sistema a etanol não gera CO2 e poderá ser utilizado em qualquer veículo.
Veja ainda:
- Para torná-los mais acessíveis à população, as montadoras Renault, Mitsubishi e Nissan se juntam para novos lançamentos de carros elétricos
- Contrato bilionário é assinado entre Embraer e Azorra, para a compra de 20 aeronaves e direito de compra de mais 30
- Google oferece 26 cursos online e gratuitos em três áreas. Confira!
Desempenho da Nissan
Quando perguntado sobre o desempenho da Nissan em 2021, Cousseau respondeu que foi um ano de muitos desafios. Embora a Nissan não tenha parado por casos de contaminação por Covid, tiveram de realizar a paralisação em respeito às autoridades de saúde e, em seguida, por questões relacionadas a fornecedores. “Além da falta de semicondutores, tivemos grandes desafios na logística, que virou um caos. Houve até casos de contêineres descarregados em portos de outro país”, diz ele. Por outro lado, também há motivos para se alegrar: em dezembro, o SUV Kicks foi líder de vendas na Argentina e o Leaf foi o modelo elétrico mais vendido no Brasil, o que representa um crescimento enorme. “Portanto, posso dizer que 2021 foi um ano extremamente positivo para a Nissan”, finaliza Cousseau.
Dúvidas sobre carros elétricos
O consumidor ainda tem dúvidas quanto ao funcionamento dos modelos elétricos, como carregar, por exemplo. Esclarecendo isso, o presidente da Nissan diz: “É tão fácil como recarregar o celular. À noite, você chega em casa e conecta na tomada. Se você anda 70, 80 quilômetros por dia, é muito tranquilo”. Além disso, ele afirma que a rede de recarga está crescendo, com planos promissores da Raízen e da Shell.
- Toyota revela novo mini SUV mais barato que promete abalar o mercado, substituir o Yaris Cross, conquistar o coração dos brasileiros e vender que nem água
- Sedan e hatch, popular e inquebrável: novo Honda City 2025 é o carro japonês que promete dominar o Brasil
- Investimentos bilionários da China para pulverizar carros baratos no mundo: construção do segundo navio gigante da BYD está pronta e promete transportar 7,5 mil carros de uma só vez
- Nada de Volkswagen, BYD ou Toyota: fábrica automotiva mais moderna do Brasil pertence à companhia que muitas vezes é deixada de lado pelos brasileiros
Energia elétrica a partir do etanol, um biocombustível
De acordo com o presidente da Nissan, a tecnologia do etanol está indo bem. “Já dá para rodar quase 800 km com eletricidade usando um tanque de etanol. O etanol tem uma enorme capacidade de gerar energia na célula a combustível. E essa energia move o motor elétrico. Então, não vai ser preciso ligar o veículo na tomada. Para o consumidor, bastará parar no posto e encher o tanque com etanol”, explica. O sistema a etanol será aplicado este ano no Japão e chega ao mercado consumidor antes de 2030, podendo ser utilizado em qualquer tipo de veículo que utilize motor, como aviões e navios. Embora o desejo seja de adiantar o processo de lançamento, entende-se a necessidade de respeitar os planos de desenvolvimento, mesmo que todos os empecilhos já tenham soluções. Além disso, em menos de 3 anos os testes serão concluídos para dar lugar à etapa do marketing. Para finalizar, Cousseau diz: “Quando eu ouvi falar desse projeto, e que foram engenheiros brasileiros que o desenvolvera, senti ainda mais orgulho do nosso pessoal e do País. Estou muito entusiasmado porque esse não é um negócio para a Nissan. É para o Brasil e para o mundo.”
Desenvolvimento de novas tecnologias
Segundo Cousseau, infraestrutura é tudo. “Na China, por exemplo, as coisas acontecem de forma muito rápida e profunda. Quando eu cheguei ao país, o metrô da cidade já era espetacular e o pagamento era feito com um cartãozinho, como o de Nova York (EUA). No ano seguinte, já dava para pagar com o celular. No outro ano, era possível usar reconhecimento facial.” Ao contrário da China, que se desenvolve rapidamente, para o Brasil avançar é preciso investir em infraestrutura. Exemplificando, no agronegócio há máquinas sofisticadas, mas não é possível utilizá-las pela falta de internet no campo.