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Etanol precisa acompanhar a tendência da eletrificação, sugerem usineiros durante debate com o MME

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 31/01/2023 às 10:55
Atualizado em 02/02/2023 às 19:15
Ao redor do mundo, a tendência da eletrificação está se tornando cada vez mais forte e, de acordo com os usineiros, caso a gasolina e o etanol não acompanhem o crescimento, ambos ficarão para trás. A fala foi retirada de um debate entre o grupo e o MME para analisar possíveis mudanças.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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Ao redor do mundo, a tendência da eletrificação está se tornando cada vez mais forte e, de acordo com os usineiros, caso a gasolina e o etanol não acompanhem o crescimento, ambos ficarão para trás. A fala foi retirada de um debate entre o grupo e o MME para analisar possíveis mudanças.

Usineiros de todo o Brasil estão atentos à tendência de eletrificação que está acontecendo no mundo, como comprova Mário Campos Filho, líder do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS). Ele foi responsável por levantar o debate sobre o tema com o Ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, em uma tentativa de valorizar a gasolina e o etanol diante do cenário que não pode mais ser ignorado.

Combustíveis ficarão para trás caso não sejam implementados à eletrificação, de acordo com o líder do FNS

Para Campos Filho, a lógica é bem simples: a eletrificação está se espalhando rapidamente e tudo aquilo que for contrário a ela vai perder forças. Como ele mesmo comentou, ao fazer um recorte do Brasil: “etanol e gasolina morrem abraçados juntos”, caso a tendência seja ignorada pelas autoridades do país.

Até então, o último debate sobre o tema havia acontecido no último governo e a sinalização dada foi que, para que a solução fosse pensada em termos mais práticos, seria necessário passar pelos biocombustíveis antes.

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La fora, as decisões são mais rápidas, como é possível perceber em relação a China, Estados Unidos e alguns países da Europa.

De acordo com o presidente da FNS, é essencial que os usineiros integrem a prática comum à evolução que tem ganhado força: “A tendência da eletrificação, que traz consigo o conceito de descarbonização da matriz veicular, pode ser também com combustíveis menos emissores de gases efeito estufa. Mais verdes”.

Quanto ao tópico de possíveis soluções, é nisso que Campos Filho vê uma entrada viável do etanol e da gasolina no cenário, já que o derivado do petróleo, vendido diariamente nos postos, precisa ter, no mínimo, 27% do renovável, tornando-o uma opção viável.

Tendência da eletrificação não é apenas sobre carros movidos a gasolina. Variedade dá abertura para adaptações no contexto brasileiro

O modelo híbrido, que une gasolina, etanol e energia, é uma parte importante da eletrificação e tem sua relevância no contexto de crescimento da tendência.

Os carros movidos a bateria são também uma realidade, assim como o processo de recarga em eletropostos, mas o projeto evolutivo vai além disso. Um ponto importante, inclusive, é a célula a combustível.

Nela, o etanol atua como uma fonte de hidrogênio e serve como uma forma de energia capaz de fazer o veículo se mover.

Neste caso, a bateria é dispensável, quebrando o modelo que as pessoas costumam imaginar quando se fala sobre eletrificação.

Considerando esse leque de possibilidades, Campos Filho reforça que o Brasil, onde o etanol já é tão popularizado, pode ganhar grande destaque ao unir o combustível à eletrificação como um caminho para reduzir o impacto ambiental dos veículos.

Para que a ideia proposta seja colocada em prática, é preciso pensar em uma forte infraestrutura, de modo a levar praticidade para aqueles que investirem nos carros elétricos, principalmente ao considerar o aumento na demanda por eletricidade que deve acontecer.

Apesar disso, a tendência da eletrificação não pode ser negada, e o etanol pode contribuir fortemente para que o Brasil se torne pioneiro na área ao trazer uma proposta ambiental mais aceitável pelo público, além de ser comum aos usineiros. O MME, enquanto uma instituição governamental, também deve dar suas contribuições para que a ideia seja viabilizada.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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