De acordo com o relatório World Energy Investment 2023, divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE), os investimentos globais em tecnologias de energia limpa estão superando, pelo oitavo ano consecutivo, os investimentos em combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão.
A Eneva impulsionou o setor renovável no Brasil. Estima-se que, em 2023, o investimento em energia limpa alcance US$1,7 trilhão, ultrapassando os pouco mais de US$1 trilhão destinados aos combustíveis fósseis.
Essa tendência mostra que, se mantido o ritmo de investimentos, poderemos cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris e evitar que a temperatura média global aumente acima de 1,5 ºC. Os dados são animadores, especialmente porque a temperatura média global já está 1,15 ºC acima dos níveis pré-industriais, segundo a Organização Meteorológica Mundial.
O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU também reforça que é possível reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos adversos das mudanças climáticas por meio de tecnologias já disponíveis no mercado. Um fato relevante destacado pela AIE é que os investimentos em energia solar devem ultrapassar significativamente os recursos destinados ao petróleo pela primeira vez. Estima-se que os investimentos em energia solar atinjam US$382 bilhões em 2023, três vezes mais do que o valor destinado ao petróleo. No entanto, isso não significa que as fontes fósseis serão completamente substituídas no curto prazo.
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Eneva: o desafio de priorizar fontes renováveis e reduzir dependência dos combustíveis fósseis
No Brasil, a transição para fontes de energia renováveis está em andamento. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até 2050, 40% do consumo de energia ainda será proveniente do petróleo, enquanto o gás natural terá uma participação de 8%, impulsionado pela indústria e transporte. No entanto, as fontes renováveis estão crescendo em sua participação na matriz elétrica, principalmente a geração solar fotovoltaica, que consome uma capacidade instalada de 30 GW em maio, e a energia eólica, que deve alcançar 29 GW até o final de 2023.
Especialistas destacam o potencial único do Brasil na transição energética, mas enfatizam a necessidade de priorizar fontes renováveis em detrimento dos fósseis. O país precisa explorar plenamente a geração de energia eólica e solar, tornando-se uma potência global na produção de energia limpa a baixo custo. É importante investir em tecnologias de descarbonização e redirecionar os incentivos fiscais atualmente destinados aos combustíveis fósseis.
Nesse sentido, o fornecimento de energia solar para os setores industriais e agrícolas é uma estratégia promissora. Empresas como a Light Source BP estão investindo em projetos de energia solar em larga escala em várias regiões do Brasil. O país também possui o potencial de se tornar um fornecedor global de produtos com baixa emissão de carbono, como aço, cimento e hidrogênio verde.
A Eneva, uma das maiores operadoras privadas de gás natural onshore do Brasil, também está direcionando seus investimentos para projetos de energia renovável. A empresa inaugurou o complexo solar Futura 1, em Juazeiro (BA), com capacidade instalada de 837 MW, suficiente para atender 1,7 milhão de consumidores. Esse empreendimento contribuiu para um aumento de 8% na capacidade total de geração solar centralizada na matriz elétrica brasileira.
O caminho para uma economia com baixas emissões de carbono envolve a coexistência entre o uso de energia fóssil e o avanço das energias renováveis. No entanto, é fundamental investir em tecnologias de descarbonização e adoção de políticas industriais e fiscais claras com a transição energética. O Brasil tem a oportunidade de liderar essa transformação e se destacar como um fornecedor global de energia limpa e produtos responsáveis.