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Setor de celulose registra, no primeiro semestre deste ano, consumo de energia 17,6% superior em comparação ao mesmo período do ano passado

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 27/07/2022 às 17:45
Celulose; energia; consumo
Foto: reprodução pixabay.com

Avanço no consumo de energia está relacionado, entre outros fatores, ao aumento da demanda por celulose graças à guerra na Ucrânia

Conforme divulgado pela CNN Brasil na última terça-feira (dia 26), o Brasil obteve, no primeiro semestre deste ano, alta de 17,6% no consumo de energia elétrica por parte dos setores de madeira, papel e celulose. O levantamento foi realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No mês de maio, o acréscimo chegou a atingir o percentual de 22,6%, o que, segundo a CCEE, pode ser explicado pelo aumento da demanda por insumos básicos, dado o cenário de guerra na Ucrânia.

Gerente de análise e informações ao mercado da CCEE discorre acerca do movimento de alta do consumo energético no país

Ricardo Gedra – gerente de análise e informações ao mercado da instituição – esclarece a respeito das raízes do movimento no país, que consiste no maior exportador mundial de celulose.

De acordo com ele, dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) evidenciam que o Brasil possui 22% de participação neste mercado. A Rússia, por sua vez, também é uma importante exportadora, porém está envolvida na guerra e lida, agora, com as consequências de um bloqueio, o que contribui para a ampliação da demanda de quem pode atender a oferta.

Gedra afirma, ainda, que, apesar de haver crescimento na demanda por energia nos setores de madeira e papel, o maior consumo está concentrado na produção de celulose, haja vista a grande demanda industrial pelo produto.

Sob esse viés, o especialista conclui que o material é um insumo para outros produtos, além de alimentar muito a cadeia de embalagens, em uma fase da economia que antecede a entrega do produto. Sendo assim, a celulose funciona como um sinalizador econômico de tendência, sendo o seu diferencial a questão ambiental, uma vez que ela entra em substituição ao plástico, que não é biodegradável.

Ampliação do consumo energético no setor de celulose é também justificado pela inauguração de nova fábrica no Paraná

Além das questões já mencionadas, a alta do consumo de energia foi impulsionada também pela inauguração de uma fábrica de celulose no Paraná, ocorrida durante o segundo semestre do ano passado. A unidade é responsável por um consumo de energia superior ao de todo o estado do Acre, aquele de menor demanda energética do país.

No estado do Paraná, o aumento do consumo no setor de celulose foi de 58,8%, devido à nova fábrica. Em seguida, estão os estados de Minas Gerais (6,8%); Bahia (4,4%); São Paulo (4,3%) e Espírito Santo (3,9%).

CCEE registra também salto de 1,4% no consumo de energia elétrica realizado em todos os âmbitos do país

Dados preliminares obtidos pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) demonstram também que, em relação ao mesmo período de 2021, o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu em 1,4% no primeiro semestre deste ano.

Conforme a avaliação da instituição, o aumento ocorreu, principalmente, em razão da retomada das atividades em alguns setores importantes da economia, como os de bebidas, alimentos e serviços. Além disso, é vivenciado um bom momento para as exportações, o que também contribui para a ampliação do consumo.

Em adição ao avanço na área de Papel, Madeira e Celulose, o qual já foi mencionado, houve também acréscimos no consumo dos ramos de Serviços (25,7%); Comércio (14,2%); Saneamento (12,1%); Alimentícios (9,2%); Bebidas (7,7%); Transporte (5,6%); Químicos (5,3%); Extração de Minerais Metálicos (0,2%); entre outros.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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