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Descoberta revolucionária: Neutrino ultraenergético abre novo capítulo na astronomia!

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 13/02/2025 às 21:11
Cientistas descobrem um neutrino ultraenergético no Mar Mediterrâneo: A partícula fantasma que desvenda os segredos do cosmos
Foto: IA

Cientistas descobrem um neutrino ultraenergético no Mar Mediterrâneo: A partícula fantasma que desvenda os segredos do cosmos

Uma descoberta impressionante está revolucionando a astrofísica: cientistas captaram um neutrino com energia jamais registrada, utilizando uma vasta rede de sensores subaquáticos no Mar Mediterrâneo.

A partícula, denominada KM3-230213A, apresenta um nível energético 30.000 vezes maior do que aquele produzido pelo maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC), do CERN.

Este achado promissor abre novas perspectivas para a astronomia de neutrinos e a compreensão dos fenômenos mais extremos do universo.

O Neutrino: A partícula fantasma do universo

Os neutrinos são partículas subatômicas praticamente sem massa, que viajam pelo universo atravessando estrelas, planetas e galáxias inteiras sem sofrer alteração.

Devido à sua interação extremamente fraca com a matéria, sua detecção é um verdadeiro desafio para os cientistas.

No entanto, quando interagem com água ou gelo, emitem uma luz azulada que pode ser captada por sensores especializados.

A descoberta foi realizada pela Colaboração KM3NeT, que envolve mais de 360 cientistas de diversas partes do mundo.

O estudo foi publicado na renomada revista Nature, destacando a importância desse evento na investigação dos mistérios cósmicos.

Energia sem precedentes

O neutrino identificado possui uma energia de 220 milhões de bilhões de elétron-volts, um valor assombroso para uma partícula elementar.

Para se ter uma ideia, essa energia equivale à fissão de um bilhão de átomos de urânio. Em termos comparativos, o neutrino ultraenergético possui um bilhão de vezes 100 milhões a energia de um fóton de luz visível.

Origem misteriosa e possíveis fontes

Os cientistas acreditam que esse neutrino tenha vindo de muito além da Via Láctea, possivelmente de um ambiente extremo, como um buraco negro supermassivo, uma explosão de raios gama ou o remanescente de uma supernova.

Entretanto, sua origem exata ainda é um mistério, e mais estudos serão necessários para determinar sua trajetória e fonte.

Durante a análise, os pesquisadores identificaram 12 blazares potenciais que poderiam estar relacionados à emissão do neutrino.

Blazares são núcleos galácticos ativos que emitem jatos de partículas de altíssima energia, podendo estar ligados à criação do neutrino recordista.

KM3NeT: Um telescópio subaquático revolucionário

A detecção foi realizada pelo KM3NeT (Telescópio de Neutrinos do Quilômetro Cúbico), um projeto inovador instalado nas profundezas do Mar Mediterrâneo.

Composto por dois detectores principais, o ARCA, posicionado a 3.450 metros de profundidade próximo à costa da Sicília, e o ORCA, localizado a 2.450 metros próximo a Toulon, na França, essa rede de sensores está sendo projetada para captar neutrinos de diferentes faixas energéticas.

Mesmo estando com apenas 10% de sua capacidade total operante, o detector ARCA conseguiu captar o neutrino ultraenergético, registrando mais de 28.000 fótons de luz provenientes da interação da partícula com a água.

Implicações para o futuro da astronomia

A detecção desse neutrino ultraenergético marca um novo capítulo na astronomia de partículas e na busca pela compreensão da origem dos raios cósmicos, que são as partículas mais energéticas conhecidas no universo.

Os cientistas esperam que avanços em telescópios de neutrinos permitam mapear com mais precisão as fontes dessas partículas e entender melhor os eventos cataclísmicos que as geram.

“Os neutrinos são mensageiros cósmicos especiais, trazendo informações únicas sobre os fenômenos mais energéticos do universo”, destacou Rosa Coniglione, pesquisadora do Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália e coautora do estudo.

A detecção do KM3-230213A reforça a importância de continuar investindo em tecnologia para a captura de neutrinos, uma vez que essas partículas podem revelar segredos profundos do cosmos e ajudar a responder perguntas fundamentais sobre a origem do universo.

CNN Brasil

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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