A COP 26 terminou agora em novembro e seu relatório final trouxe avanços e decepções, além de novos desafios. Confira o principal aqui.
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas 2021 (COP 26) se encerrou, trazendo novas metas e possibilitando à diversos países, incluindo o Brasil, a celebrar tratados multilaterais a respeito da questão tanto da diminuição do uso de combustíveis fósseis e o aumento das iniciativas em favor de energias alternativas.
Vale destacar que houveram avanços significativos nos compromissos de diminuição da utilização dos combustíveis fósseis como petróleo e carvão mineral, além da necessidade da transição dessa matriz energética para energias renováveis, com menor impacto na quantidade de carbono liberada na atmosfera.
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Nesse sentido, é importante celebrar o fato de que cerca de 40 países assinaram um compromisso de zerar a utilização do carvão mineral.
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Apesar de grandes potências assinando o pacto, como Grã-Bretanha, os dois maiores campeões de liberação de gases poluentes, Estados Unidos e China, não assinaram esse tratado.
Outra vitória da Cop 26 foi a de que até o final de 2022 os países participantes precisam entregar suas novas metas para redução de emissão de carbono, já que as metas atuais ainda não estão totalmente adequadas para a o controle desejado de aumento de temperatura, que tem como meta o aumento de, no máximo mais 1,5°C.
Um aspecto que surpreendeu na COP 26 foi o fato de que a cobertura da mídia foi consideravelmente maior nesta edição do que em suas edições anteriores.
Isso se deve especialmente ao fato de que existe uma maior preocupação atualmente com os efeitos adversos que a poluição vem causando.
O que o evento falhou em fazer?
A Cop 26 infelizmente não teve sucesso em estabelecer uma meta para o fim da utilização de combustíveis fósseis. Apesar de existir algumas conversas a respeito disso no início do evento, por pressão de países produtores e cuja economia depende amplamente desses combustíveis, como China, Arábia Saudita e Rússia, essa discussão acabou não sendo levada adiante, e a palavra “eliminação” foi trocada por “diminuição” no relatório final.
Outra discussão que acabou não sendo levada adiante foi o financiamento de ações ambientais de países em desenvolvimento, que se chegou a indefinido foi um valor em doações por parte dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento.
As doações dos países desenvolvidos vão ser de US $100 bilhões até 2025, mas mesmo no relatório final se admitiu que este montante ainda não é suficiente.
Outro ponto que pode ser considerado uma “falha” no relatório final é que ele coloca a neutralidade de carbono apenas para o ano 2050. A neutralidade de carbono é quando todas as emissões de carbono que existissem fossem compensadas por ações de reflorestamento e tecnologias de captura de carbono na atmosfera.
Diversos ambientalistas e ativistas criticaram essas metas, embora exista um consenso de que houve uma evolução quando comparam-se as metas da COP 26 com metas colocadas em outros eventos similares.
Como o Brasil sai da Cop 26?
Da parte brasileira, uma das principais queixas é exatamente a respeito da falta de clareza das ações internacionais para os projetos de preservação, especialmente da Amazônia.
Existe uma sensação entre os países em desenvolvimento de que existe um desequilíbrio entre o que é exigido dos países em matéria de preservação ambiental e as contrapartidas econômicas oferecidas pelos países desenvolvidos, ainda mais quando se fala em ajuda internacional às áreas que foram mais afetadas pelas mudanças climáticas.