Pesquisadores de Londres desenvolveram novo concreto a partir de bagaço de cana-de-açúcar que pode mudar a sustentabilidade no setor de construção civil mundial.
Pesquisadores da Universidade de East London (UEL), ao lado de arquitetos do escritório Grimshaw e a fabricante de açúcar Tate & Lyle Sugar, desenvolveram um novo concreto de bagaço de cana-de-açúcar para a construção civil, chamado de Sugarcrete. O foco do projeto é desenvolver soluções de baixo carbono com foco na construção civil, visto que este setor é responsável por mais de 34% do uso de energia e 37% das emissões de dióxido de carbono ligadas a energia e processos apenas em 2021, segundo dados do Pnuma.
Entenda como o concreto de bagaço de cana-de-açúcar é produzido
A cana-de-açúcar, sendo a maior cultura do mundo em volume de produção, pode contribuir para a redução das emissões de CO2 no setor de construção civil. Os pesquisadores afirmam que o cultivo da cana-de-açúcar também disponibiliza um dos meios de conversão de CO2 em biomassa mais rápidos disponíveis, até 50 vezes mais eficiente do que a silvicultura.
Um estudo feito pela Agroicone, Embrapa Meio Ambiente e Unicamp comprovou que a cana-de-açúcar contribuiu para a remoção do carbono da atmosfera nas últimas duas décadas no país.
- Darién: Por que ninguém consegue ir do Brasil aos Estados Unidos de carro
- China promete transformar o Nordeste do Brasil com R$ 100 bilhões em energia solar, eólica, hidrogênio verde, ferrovias e milhares de empregos em megaprojetos revolucionários para o futuro da região!
- Alerta máximo na Índia! A obra mais perigosa do século tem início em Hirakud, a maior barragem de terra do mundo
- Governo vai investir MAIS de R$ 15 BILHÕES para desafogar trânsito em uma das regiões mais populosas de estado brasileiro
O novo concreto de bagaço de cana-de-açúcar foi prototipado utilizando a modelagem digital avançada e produção robótica. A inovação apresenta propriedades mecânicas, de fogo, acústicas e térmicas de alta qualidade, tendo sido testado de acordo com os padrões da indústria para resistência ao fogo, condutividade térmica, resistência à compressão e durabilidade. O produto para construção civil pode ser utilizado como painéis de isolamento, pisos estruturais, blocos de suporte de carga e lajes de telhado.
Concreto de bagaço de cana-de-açúcar será testado em ONGs
Os benefícios do novo material incluem emissões de carbono 20 vezes menores do que o concreto comum, além de ser 5 vezes mais leve e ter uma produção mais barata.
Os pesquisadores também ressaltam que a reciclagem do bagaço da cana-de-açúcar pode contribuir no desenvolvimento de soluções de construção feitas localmente para comunidades produtoras de açúcar.
A equipe do projeto já está em busca de locais no sul global que produzem açúcar, com o objetivo de testar o Sugarcrete em parceria com ONGs locais. Os pesquisadores afirmam que a chave para o projeto é criar uma tecnologia e um resultado de produção que utilize bio resíduos de cana-de-açúcar em seu contexto local.
O concreto de bagaço de cana-de-açúcar pode trazer grandes avanços para a construção civil em relação à sustentabilidade e redução nas emissões de CO2, além de disponibilizar soluções de baixo carbono para comunidades produtoras de açúcar. A iniciativa é uma prova de que é possível gerar soluções inovadoras e sustentáveis a partir de biorresíduos e materiais locais.
Construção Civil cada vez mais sustentável
Além do concreto de bagaço de cana-de-açúcar, a construção civil vem contando com novas tecnologias a cada dia. Pesquisadores desenvolveram um concreto solar que gera energia a partir da radiação solar.
O produto foi desenvolvido no México, sendo fruto de uma pesquisa de doutorado de Euxis Kismet Sierra Marques e Orlando Gutiérrez Obeso. Os desenvolvedores se formaram em Tecnologia Avançada no Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica Azcapotzalco, do Instituto Politécnico Nacional (IPN).
Para produzir o concreto solar, o processo desenvolvido pelos cientistas utiliza a perovskita, um mineral de óxido de cálcio e titânio e também uma alternativa mais custo benefício em relação às células solares de silício. Utilizando moagem de alta energia, os inventores desenvolveram um pó de cimento em nanoescala, com partículas menores que 100 nanômetros.