A Anfavea está em pé de guerra contra as gigantes chinesas GWM e BYD, acusando-as de práticas desleais ao venderem carros a preços irrisórios no Brasil. Com importações que superam exportações pela primeira vez em anos, o mercado automotivo nacional enfrenta uma ameaça sem precedentes.
O mercado automotivo brasileiro está passando por transformações significativas nos últimos anos.
A crescente presença de veículos importados, especialmente os provenientes da China, tem gerado debates intensos entre especialistas e entidades do setor.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) expressou preocupações sobre o impacto dessa tendência na indústria nacional.
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Em 2024, pela primeira vez desde 2014, as importações de veículos superaram as exportações em 60 mil unidades.
As vendas de carros chineses no Brasil aumentaram 299% no ano, passando de 32,2 mil para 105.763 unidades.
A participação dos veículos chineses nas importações totais subiu de 10% para 26%, enquanto a da Argentina caiu de 64% para 48%.
No acumulado de janeiro a agosto de 2024, as importações de veículos registraram crescimento de 35%, com 279.578 unidades comercializadas internamente, ante as 207.110 do mesmo período de 2023.
Aumento das importações chinesas
A China assumiu a liderança nas vendas de carros para o Brasil no primeiro semestre de 2024, com 129.933 veículos vendidos de janeiro a junho, representando um aumento de 717% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Essa quantidade corresponde a 57,5% do total de automóveis de passageiros importados pelo Brasil no período, ultrapassando a Argentina, que vendeu 41.628 unidades.
Preocupações com o estoque elevado
A Anfavea alertou para um estoque recorde de 81,7 mil carros chineses eletrificados no país, volume que supera as 72.476 unidades comercializadas no Brasil de janeiro a agosto de 2024.
Esse cenário levanta preocupações sobre possíveis distorções no mercado brasileiro, como excesso de promoções e impacto na competitividade das montadoras locais.
Investigações sobre práticas de preços
A Anfavea está preparando documentos para apresentar ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), visando investigar práticas de preços das montadoras chinesas GWM e BYD.
A principal alegação é a prática de dumping, que ocorre quando produtos são vendidos por um valor inferior ao custo de produção, prejudicando o equilíbrio competitivo do mercado local.
Em 2024, GWM e BYD foram responsáveis por 60% das vendas de carros eletrificados importados, com 76.800 e 29.200 unidades vendidas, respectivamente.
Investimentos chineses no Brasil
Paralelamente, as montadoras chinesas estão investindo significativamente no Brasil.
A BYD adquiriu a antiga planta da Ford em Camaçari, Bahia, e está transformando-a em um importante centro de produção para a América Latina.
A Great Wall Motor (GWM) também está investindo no país, convertendo uma antiga instalação da Mercedes-Benz em seu centro sul-americano.
Esses movimentos fazem parte de uma estratégia mais ampla para contornar tarifas restritivas e tensões comerciais em outros mercados, focando em regiões em crescimento, como a América Latina.
Desafios trabalhistas da BYD
No entanto, nem tudo são boas notícias para as montadoras chinesas no Brasil. A BYD enfrentou um escândalo trabalhista em sua planta na Bahia, onde 163 trabalhadores chineses foram resgatados em condições análogas à escravidão.
O incidente levou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil a suspender a concessão de vistos temporários para a BYD, representando um desafio significativo para a empresa em sua expansão internacional.
Perspectivas futuras
O aumento expressivo das importações de veículos chineses e os investimentos das montadoras da China no Brasil indicam uma mudança no panorama automotivo nacional.
Enquanto essas empresas buscam expandir sua presença no mercado latino-americano, entidades como a Anfavea estão atentas aos possíveis impactos na indústria local e na competitividade do mercado.
As investigações em andamento e as discussões sobre práticas de preços serão cruciais para determinar o futuro desse setor no país.
Para especialistas, a entrada massiva de veículos chineses no Brasil está redefinindo o cenário automotivo nacional.
Embora os investimentos tragam oportunidades de crescimento e desenvolvimento, é essencial equilibrar esses avanços com a proteção da indústria local e a garantia de condições justas de mercado.
As próximas decisões regulatórias e empresariais serão determinantes para o futuro do setor automotivo brasileiro.
Precisamos saber se os preços dos carros fabricados no Brasil estão de acordo com o rendimento dos compradores no Brasil.
Não esqueçamos que a ANFAVEA é um sindicato das montadoras no Brasil.
Deve ser respeitado a lei da oferta e da procura. Se há muita oferta, realmente o preço cai.
Cada um faz o preço que bem entender
Só um detalhe: Qual indústria automotiva local, realmente é local? Fiat é italiana, GM é americana, Honda e Toyota são japonesas, Hyundai é coreana, BMW é alemã, Peugeot é francesa. E por aí segue seguem tantas outras. E todas elas montam alguns modelos aqui no Brasil e importam outros. Qual é mesmo a diferença entre estas e a BYD? Ah! Tah! A BYD ainda não faz parte do sindicato, né? Ainda não está “no esquema”