Brasil será o primeiro país da América Latina a importar morangos da Coreia do Sul em 2025. Tarifa cai para 9% e acordo abre novo capítulo no comércio agrícola.
Em março de 2025, o Brasil entrou para a história como o primeiro país da América Latina a importar morangos frescos da Coreia do Sul. Após quase uma década de negociações sanitárias e comerciais, os dois governos chegaram a um acordo que viabiliza o embarque da fruta ao mercado brasileiro. A novidade vem acompanhada de um detalhe crucial: a tarifa de importação foi fixada em apenas 9%, número muito abaixo dos 45% cobrados tradicionalmente sobre os morangos importados pela Coreia.
Esse ajuste tarifário abriu caminho para que um produto considerado premium no mercado asiático encontre espaço nas gôndolas brasileiras. A decisão é vista como um movimento estratégico que vai muito além da fruta em si: simboliza a aproximação agrícola entre dois países em polos opostos do planeta e inaugura um novo capítulo para o comércio agroalimentar internacional.
O peso do acordo em 2025
O Brasil é reconhecido mundialmente como potência exportadora de alimentos, mas nesse caso o papel é invertido: agora o país se posiciona como comprador estratégico de um produto diferenciado, de alto valor agregado e cultivado com forte identidade tecnológica.
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A Coreia do Sul é famosa pela produção de morangos de altíssima qualidade, resultado de décadas de investimento em pesquisa, estufas climatizadas e técnicas avançadas de cultivo. Esses morangos são tratados como artigo de luxo em alguns mercados asiáticos, com preços que chegam a ser até dez vezes superiores aos de variedades comuns.
Para o Brasil, receber esses frutos em 2025 significa abrir o mercado nacional a um produto diferenciado, capaz de abastecer nichos de consumo sofisticados — desde restaurantes gourmet até consumidores dispostos a pagar mais por uma experiência alimentar única.
Por que o Brasil?
O interesse sul-coreano no Brasil não é por acaso. O país é a maior economia da América Latina e possui um mercado consumidor de mais de 200 milhões de pessoas, em franca expansão no setor de alimentos premium. Além disso, a Coreia vê no Brasil uma vitrine para toda a região.
Ao conquistar o mercado brasileiro, automaticamente pavimenta o caminho para expandir as exportações de morangos a outros países vizinhos da América do Sul.
O Brasil também ofereceu garantias sanitárias e logísticas que facilitaram o acordo. A assinatura do Certificado Sanitário Internacional (CSI) em 2025 atendeu às exigências de rastreabilidade, inspeção e qualidade, permitindo que os embarques sejam feitos com segurança.
Impacto no setor de frutas e comércio bilateral
Embora o Brasil seja um gigante na produção de frutas tropicais — como manga, melão, mamão e açaí — o país ainda depende de importações para atender nichos de mercado, especialmente no caso de frutas de clima temperado cultivadas em condições específicas.
A entrada dos morangos coreanos em 2025 reforça uma tendência de diversificação no comércio agrícola bilateral. Do lado coreano, abre-se uma vitrine na América Latina.
Do lado brasileiro, cria-se a oportunidade de estreitar laços e negociar contrapartidas, como facilitar a entrada de frutas tropicais brasileiras no mercado sul-coreano, onde a demanda por produtos exóticos vem crescendo.
Em termos comerciais, o acordo é visto como bilionário em potencial. Segundo analistas, o mercado premium de frutas importadas no Brasil pode movimentar mais de US$ 1 bilhão por ano até o fim da década.
A disputa global e a geopolítica da fruta
Não se trata apenas de frutas. O acordo entre Brasil e Coreia do Sul deve ser lido também dentro do contexto geopolítico mais amplo. Enquanto o Brasil busca diversificar mercados para seus produtos agro, também passa a importar alimentos estratégicos, fortalecendo relações comerciais que extrapolam o agronegócio.
Para a Coreia, é um passo importante na competição contra outros exportadores de morangos, como Japão e Estados Unidos, que dominam nichos de alto valor. Ao conquistar o Brasil, os produtores coreanos não apenas vendem fruta: ganham espaço em um dos maiores mercados emergentes do planeta.
Esse movimento faz parte da chamada “diplomacia dos alimentos”, em que países utilizam a exportação de produtos agrícolas como forma de ampliar influência política e econômica. O Brasil, ao aceitar ser a porta de entrada dos morangos coreanos na América Latina, sinaliza disposição em fortalecer o eixo de cooperação agrícola com a Ásia.
O efeito interno no Brasil
Para o consumidor brasileiro, o impacto mais visível será a presença de morangos coreanos em prateleiras e feiras especializadas.
Os preços devem ser significativamente mais altos do que os praticados para os morangos nacionais, mas o produto será posicionado como artigo premium, voltado a um público que busca diferenciação.
Produtores locais, por sua vez, observam o movimento com cautela. Há receio de que a entrada de frutas importadas possa pressionar o setor em determinados nichos.
Contudo, especialistas do setor acreditam que os morangos coreanos vão atuar em segmentos distintos, sem competir diretamente com a produção nacional, mas complementando a oferta com qualidade e exclusividade.
Paralelos com outros mercados abertos em 2025
O acordo com a Coreia do Sul integra uma onda de aberturas registradas em 2025. Além dos morangos, o Brasil também ampliou exportações de frutas próprias, batendo recordes no primeiro semestre: foram 546 mil toneladas enviadas ao exterior, gerando US$ 583 milhões em receita.
Em paralelo, acordos com o Marrocos e com o Quênia abriram novas frentes para a carne bovina brasileira, mostrando que o país vive uma fase de intensa diversificação no comércio agrícola. Essa combinação de importar produtos premium e exportar alimentos em larga escala coloca o Brasil no centro do tabuleiro global da segurança alimentar.
O que esperar do futuro
Especialistas acreditam que a abertura para os morangos coreanos pode ser apenas o começo de uma nova onda de importações de frutas diferenciadas.
A Coreia também produz uvas de alto valor, maçãs especiais e até frutas exóticas cultivadas em estufas de última geração. Se o modelo funcionar com os morangos, novos produtos podem chegar ao Brasil em breve.
Para os próximos anos, o Ministério da Agricultura projeta que esse tipo de acordo bilateral contribua para aumentar a sofisticação do mercado brasileiro de frutas e ampliar as opções de consumo. Ao mesmo tempo, servirá como moeda de troca para expandir ainda mais as exportações de frutas tropicais brasileiras para a Ásia.
Mais do que uma fruta, um símbolo
O embarque dos primeiros morangos coreanos para o Brasil em 2025 é um evento histórico. Não é apenas a chegada de uma fruta, mas a prova de que o Brasil está cada vez mais integrado às redes globais de comércio agrícola, atuando tanto como exportador de alimentos em larga escala quanto como consumidor de produtos premium.
Assim como o acordo do agro com a carne bovina no Quênia, a importação dos morangos da Coreia mostra que o Brasil se posiciona no centro da geopolítica da alimentação.
O movimento abre oportunidades comerciais, gera impacto cultural e reforça a imagem do país como protagonista em um mercado global em transformação.
Aqui o vizinho país do Peru, produce mais morangos que a Coreia, é o maior produtor de uvas do mundo, etc, etc.
Maravilhosa essa notícia, vou poder comer os morangos coreanos, isso é um passo importante para que tenhamos variedades de produtos importados, logo queremos os dermacosmeticos coreanos
Bom demais, o Brasil é um país muito fechado é necessário conhecer a diversidade de produtos que vem de fora. Com certeza não impactará nossa produção, porque deve ser de um valor mais caro. Porém nossos morangos possui elevadas cargas de agrotóxicos, eu prefiro os orgânicos que não tem o ano inteiro e são mais caros.