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Vazou a estratégia que Trump terá com a Coreia do Norte no seu governo em 2025

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/11/2024 às 18:47
Atualizado em 27/11/2024 às 17:26
Trump, Coreia do Norte
Foto: Reprodução
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Informações vazadas sugerem que Trump planeja adotar uma abordagem estratégica com a Coreia do Norte em 2025

Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, considera retomar o diálogo direto com o líder norte-coreano Kim Jong Un, em uma tentativa de desescalar as tensões nucleares. A ideia surge como parte de um esforço diplomático renovado para evitar um possível conflito armado, segundo fontes próximas à equipe de transição, a Reuters.

Trump pode se encontrar com o líder norte-coreano novamente?

Membros da equipe de Trump acreditam que uma abordagem direta pode ser a chave para destravar o impasse com Pyongyang. O relacionamento entre Trump e Kim, marcado por trocas de insultos e cartas elogiosas durante o primeiro mandato do republicano, deixou a porta aberta para novas conversas.

Embora ainda não haja decisão final sobre os próximos passos, analistas afirmam que Trump pretende reestabelecer um canal básico de comunicação com a Coreia do Norte. No entanto, questões mais urgentes, como o conflito no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia, podem desviar a atenção da política externa de Washington.

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Contexto atual

Desde a saída de Trump da presidência em 2021, Kim Jong Un fortaleceu seu arsenal nuclear e estreitou laços com a Rússia, tornando o ambiente ainda mais desafiador. Durante o governo Biden, Pyongyang ignorou convites para negociações sem pré-condições, e Kim declarou recentemente que as provocações dos EUA aumentaram o risco de uma guerra nuclear.

Pesquisas recentes revelam que a Coreia do Norte expandiu instalações de produção de mísseis de curto alcance, que têm sido utilizados pela Rússia no conflito ucraniano. Além disso, há temores de que a troca de tecnologia militar entre Moscou e Pyongyang possa alimentar tensões regionais e globais.

A herança diplomática de Trump

Durante seu primeiro mandato, Trump foi o primeiro presidente dos EUA a pisar em solo norte-coreano. Ele realizou três reuniões históricas com Kim, em Singapura, Hanói e na Zona Desmilitarizada da Coreia. Apesar das expectativas, essas cúpulas não resultaram em avanços concretos.

Enquanto os EUA exigiam a desnuclearização completa da Coreia do Norte, Kim insistia no alívio total das sanções econômicas. O impasse resultou em uma retomada das ameaças e uma intensificação da retórica hostil.

Mesmo assim, Trump e seus aliados veem a diplomacia direta como a melhor alternativa para influenciar o comportamento de Pyongyang. “Minha experiência com Trump é que ele está mais disposto ao engajamento direto”, disse o senador Bill Hagerty.

Desafios para a nova estratégia

Além de enfrentar uma Coreia do Norte mais fortalecida militarmente, Trump deve lidar com uma relação bilateral deteriorada entre EUA e China. Em sua última reunião com o presidente Xi Jinping, Biden pediu que Pequim exercesse sua influência sobre Kim.

No entanto, com Trump prometendo tarifas mais agressivas contra produtos chineses e escolhendo figuras conhecidas por sua postura dura em relação à China, como Marco Rubio e Mike Waltz, o caminho para cooperação parece limitado.

O envolvimento da Rússia na equação adiciona uma camada extra de complexidade. Segundo relatos, milhares de soldados norte-coreanos podem estar sendo enviados para apoiar a Rússia na Ucrânia, enquanto tecnologias nucleares podem estar sendo compartilhadas.

Estratégia de Trump em relação à Coreia do Norte no seu primeiro mandato

A gestão de Donald Trump (2017-2021) trouxe uma abordagem incomum e polarizadora à diplomacia com a Coreia do Norte. Caracterizada por uma combinação de retórica agressiva, sanções econômicas rigorosas e inéditos encontros diretos com o líder norte-coreano Kim Jong-un, a estratégia de Trump se destacou por romper com os métodos tradicionais empregados por administrações anteriores. Aqui está um panorama detalhado das ações e políticas adotadas:

1. Escalada retórica e “Fogo e Fúria”

No início de seu mandato, Trump adotou uma postura agressiva em relação à Coreia do Norte. Em 2017, quando Pyongyang intensificou seus testes de mísseis balísticos intercontinentais e nucleares, Trump ameaçou responder com “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Essa abordagem elevou as tensões na Península Coreana, levando muitos a temerem uma escalada militar.

2. Pressão máxima: Sanções econômicas e isolamento

A política de “pressão máxima” foi central para o plano de Trump. O governo trabalhou com aliados e organizações internacionais para impor sanções econômicas severas contra a Coreia do Norte, buscando sufocar sua economia dependente de exportações como carvão e têxteis. Além disso, Trump pressionou a China, principal parceira comercial de Pyongyang, para reduzir seus laços econômicos com o regime norte-coreano.

3. Diplomacia inédita: Encontros históricos com Kim Jong-un

Apesar da retórica inicial, Trump surpreendeu o mundo ao se tornar o primeiro presidente dos EUA em exercício a se encontrar pessoalmente com um líder norte-coreano. Entre 2018 e 2019, ele participou de três encontros com Kim Jong-un:

  • Singapura (2018): O primeiro encontro resultou em um acordo geral sobre a desnuclearização da Península Coreana, mas carecia de detalhes práticos.
  • Hanói (2019): As negociações fracassaram devido a divergências sobre o levantamento de sanções e os passos concretos para a desnuclearização.
  • Zona desmilitarizada (2019): Trump cruzou brevemente para o território norte-coreano, simbolizando sua disposição para o diálogo.

Embora os encontros tenham sido históricos, eles não resultaram em avanços significativos na desnuclearização ou na normalização das relações.

4. Resultados e críticas

Os resultados da estratégia de Trump foram mistos. Por um lado, a abordagem abriu uma nova via de comunicação com a Coreia do Norte e evitou uma guerra potencial durante um período de alta tensão. Por outro, críticos apontam que os encontros legitimaram Kim Jong-un sem garantir concessões concretas, como a redução do arsenal nuclear norte-coreano.

Além disso, apesar das sanções, a Coreia do Norte continuou desenvolvendo sua capacidade nuclear e balística, o que indica que a “pressão máxima” não foi suficiente para forçar mudanças estruturais

O próximo capítulo da relação EUA-Coreia do Norte

Apesar dos desafios, a indicação de Alex Wong, ex-oficial do Departamento de Estado que ajudou a negociar os encontros anteriores com Kim, como vice-conselheiro de segurança nacional, sinaliza que Trump pretende revisitar sua estratégia de engajamento.

Resta saber se a Coreia do Norte estará disposta a ceder em algum ponto ou se a postura de Kim permanecerá inflexível. De qualquer forma, Trump parece determinado a enfrentar o problema diretamente, como fez ao assumir o cargo pela primeira vez em 2017.

Com a posse marcada para janeiro, Trump terá pouco tempo para reavaliar uma política externa repleta de desafios. A possibilidade de um diálogo renovado com Kim Jong Un pode representar uma oportunidade única para reduzir tensões, mas o sucesso dependerá de uma abordagem estratégica e da disposição de ambas as partes em comprometer-se. O mundo observa atentamente os próximos movimentos dessa delicada relação.

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Claudio almeida
Claudio almeida
27/11/2024 18:05

Parabéns para o governo brasileiro e chinês, esse dia já era esperado, a união de dois países importantíssimos para a paz mundial..juntamente com a Rússia entre outras nações.

Claudio almeida
Claudio almeida
27/11/2024 18:30

Trump, você pode , e vai enganar vários governantes pelo mundo afora, ex: Brasil, Argentina, México, países Árabes, alguns da Europa, Israel, entre outros, más Coreia do norte, (Kim) pyongyang, NÃO vai mesmo, pode tirar o cavalinho da chuva, boa sorte…

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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