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Uma das maiores concessionárias Mercedes da China fechou — agora começará a vender carros elétricos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/01/2025 às 19:31
Mercedes
Foto: Reprodução

Uma das maiores concessionárias da Mercedes na China fechou as portas, surpreendendo o mercado. Agora, ela embarca no promissor mundo dos veículos elétricos.

Uma das maiores concessionárias Mercedes-Benz da China, localizada na província de Hunan, encerrou suas vendas de veículos dA marca alemã.

Em vez disso, agora comercializará carros elétricos de uma empresa de tecnologia que acaba de ingressar no setor automotivo.

A mudança não é surpresa. Na China, os consumidores estão cada vez mais interessados em marcas locais, optando por veículos que oferecem tecnologia avançada e conectividade de ponta.

A preferência por fabricantes chineses está crescendo rapidamente, deixando para trás marcas europeias que dominavam o mercado há décadas.

Esse movimento reflete uma transformação profunda no setor automotivo. A transição não é apenas entre motores a combustão e elétricos, mas também na maneira como os consumidores enxergam os veículos.

Mesmo prédio, antiga concessionária Mercedes (acima), hoje loja AITO.

A ascensão das marcas chinesas no setor automotivo

A maior concessionária Mercedes de Hunan agora é uma loja da AITO, a nova marca de carros elétricos da Huawei, um dos gigantes tecnológicos chineses.

O Aito M9, um SUV desenvolvido em parceria com a Seres, é um exemplo do novo padrão de mercado. O carro conta com mais telas do que assentos, destacando a prioridade dos chineses pela digitalização.

Nos últimos 20 anos, a China foi um mercado crucial para as montadoras europeias. No entanto, algumas dependeram excessivamente do mercado asiático e agora enfrentam desafios significativos. Em 2024, a Mercedes-Benz registrou uma queda de 7% nas vendas na China. A situação é ainda mais preocupante para a BMW, que viu suas vendas despencarem 13,4%. No entanto, a marca mais afetada foi a Porsche, que vendeu 28% menos carros em relação ao ano anterior.

A mudança no perfil do consumidor chinês é um dos principais fatores por trás desse declínio. Hoje, os compradores priorizam veículos com alta tecnologia, conectividade avançada e funções autônomas sofisticadas. Esses aspectos superam a tradição de marca, um fator que anteriormente pesava mais na decisão de compra.

Outro ponto crucial é o forte incentivo governamental ao carro elétrico. A China investe pesadamente na expansão da indústria de baterias, o que torna os veículos elétricos locais muito mais competitivos em termos de preço e desempenho em relação aos modelos europeus. Quase metade dos novos carros registrados no país são elétricos, e os consumidores encontram opções acessíveis e tecnológicas em abundância.

O exemplo mais emblemático é o carro elétrico da Xiaomi. A versão básica custa cerca de 29 mil euros e oferece autonomia de 700 quilômetros. Já a versão premium, Xiaomi SU7 Max, tem mais de 800 quilômetros de autonomia e custa menos de 40 mil euros.

Com sistema elétrico de 800 volts, carregamento ultrarrápido e total integração com o ecossistema tecnológico da marca, o veículo conquistou rapidamente os consumidores chineses.

O pesado mercado chinês

A feroz concorrência de preços, combinada com a alta demanda por tecnologia avançada, colocou as marcas europeias em uma posição delicada.

O que antes era visto como um mercado promissor agora se tornou um desafio significativo para empresas como Mercedes, BMW e Porsche.

Diante desse cenário, a mudança de uma grande concessionária para uma marca local como a AITO reflete uma tendência que parece irreversível.

Os consumidores chineses estão cada vez mais voltados para opções domésticas, impulsionadas por tecnologia avançada, preços competitivos e suporte governamental.

As marcas ocidentais, por sua vez, enfrentam um desafio inédito: se reinventar ou perder espaço em um dos mercados mais dinâmicos do mundo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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