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Localização MG, RJ, SP Tempo de leitura 5 min de leitura

Texas vai sair dos Estados Unidos? Entenda as motivações por trás desse movimento na economia norte-americana

Escrito por Sabrina Moreira Paes
Publicado em 14/03/2023 às 05:42
Texas o maior pib americano e produtor de petróleo, gado e energia elétrica fora dos estados unidos
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Estado americano tem divergências significativas com o governo federal

O Texas é um grande estado americano com, aproximadamente, 700 mil quilômetros quadrados e uma população em torno de 30 milhões de habitantes. Ele fica localizado ao sul dos Estados Unidos e já fez parte do México, em tempos remotos. Contudo, o movimento separatista emergiu, e em 1845, Texas foi incorporado ao País Norte-Americano.

Todavia, o povo texano tem uma cultura, costumes, filosofias e economia muito divergente do restante do país norte-americano. Sendo assim, todas essas questões estão culminando com um novo movimento separatista que busca independência do Estado. Mas, afinal, quais são os reais motivos para essa separação? O Texas é capaz de se manter sozinho? Descubra tudo isso no artigo de hoje.

Entenda mais sobre o porquê desse desejo do Texas em deixar de fazer parte dos Estados Unidos com o vídeo abaixo

Questões econômicas estão fortemente associadas a esse desejo do estado do Texas deixar de fazer parte do EUA | Reprodução: Youtube – Rob Correa

Texas é dividido em condados e sua cultura é reflexo da colonização espanhola

O Texas é o segundo maior estado dentro dos Estados Unidos e é subdividido em 254 condados distintos, que seriam a união de algumas cidades que formam pequenas regiões. Cada condado é gerido por um conselho formado por 5 integrantes: um juiz e quatro oficiais. Todavia, essas pessoas devem ser do próprio condado e ter sido escolhidas pela população.

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Esse tipo de organização é reflexo da cultura, deixada principalmente pela colonização, que foi feita por espanhóis, quando o estado ainda fazia parte do México. Todavia, em 1836 o Texas conquistou a separação do México e começou algumas movimentações para se incorporar aos Estados Unidos. Contudo, apenas em 1845 houve a efetiva incorporação.

No entanto, o grande baque aconteceu ao entender que apenas os limites de estado separavam os texanos de uma cultura totalmente diferente. Afinal, o povo do Texas teve suas gerações embasadas em costumes mais tradicionais e tendo como base a religião católica. Além disso, o estado sempre teve maioria conservadora, ao passo que outros estados ao redor são mais progressistas.

Motivos para o Texas desejar a separação dos Estados Unidos

Agora adentramos no fator central dessa matéria: os motivos reais para a separação do Texas dos Estados Unidos. Aqui vai uma lista de alguns dos principais fatores:

  • Diferenças de crenças, culturas e filosofias em relação ao país;
  • Maiores contribuições em impostos federais com retorno inferior;
  • Posicionamento mais conservador e republicano, enquanto os demais estados são mistos ou democratas;
  • Sentimento de falta de representação do estado no governo federal.

Afinal, o Texas conseguiria viver por conta própria?

O Texas é o segundo maior estado dos Estados Unidos, como citamos anteriormente. Além disso, ele tem um Produto Interno Bruto (PIB) realmente impressionante: 2 trilhões de dólares. Nesse sentido, para se ter uma noção, o PIB do Brasil inteiro somado chega a apenas 1 trilhão e 600 bilhões de dólares.

E sabe por que esse PIB é tão alto?

O estado do Texas tem 227 mil fazendas, mais do que qualquer outro estado americano e é o maior produtor de gado dos Estados Unidos. Além disso, tem reservas de petróleo, gás natural e derivados gigantescas, sendo as maiores do país. Sendo assim, ele também tem importante papel na produção de petróleo e derivados.

Ademais, é o maior estado produtor de eletricidade nos Estados Unidos. Entretanto, suas fontes de energia não são renováveis:

  • 50% a partir de termelétricas;
  • 40% a partir de usinas de carvão;
  • 10% a partir de usinas nucleares.

Ou seja, o Texas tem plenas condições de se manter sozinho.

Economia estadual tem grande impasse em relação ao governo federal dos Estados Unidos

O Texas é um dos lugares que menos cobram impostos em todo o Estados Unidos e um dos únicos sete estados da América a não cobrar imposto de renda estadual. Além disso, o “ICMS”, ou imposto sobre produtos, é de apenas 8,25% por unidade, independente do tipo e local dentro do estado.

Um grande embate entre o estado e o governo federal é a quantia que eles pagam de impostos e o quanto recebem como retorno, o que alegam ser desproporcional. Por exemplo: para cada $1 que o Texas recolheu de impostos em território estadual, o governo federal devolveu para eles em torno de $0,60, por meio de programas de governo e afins.

Dessa forma, os texanos têm a concepção de que eles estão pagando para o desenvolvimento de outros estados. E esse é um dos principais motivos, além das filosofias distintas, para o Texas estar buscando sua independência.

O Brasil também tem estados que fornecem maiores cotas de impostos do que outros: SP, MG e RJ

Com base nas análises dos últimos anos da Receita Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio de Janeiro são os estados brasileiros que mais contribuem para transferência de impostos ao governo. Conforme os dados da Controladoria Geral da União, tivemos os seguintes valores em 2021:

  • São Paulo: R$538,3 bilhões;
  • Rio de Janeiro: R$198,5 bilhões;
  • Minas Gerais: R$80,9 bilhões.

Quando comparamos com a verba recebida em programas federais, obras e outros atributos, há um grande penhasco:

  • São Paulo: R$47,2 bilhões;
  • Rio de Janeiro: R$45,5 bilhões;
  • Minas Gerais: R$40,0 bilhões.

Esses dados extraídos do levantamento feito em 2021 pela Receita Federal e Controladoria Geral da União (CGU) apontam para o grande abismo que existe na distribuição dos impostos. Ademais, os dados do mesmo ano apontam que as regiões Norte e Nordeste do Brasil foram as que menos contribuíram com impostos e as que mais receberam investimentos do governo.

No entanto, embora muitas pessoas se sintam lesadas por essa distribuição de impostos nacional, movimentos separatistas ainda não conseguiram forças para se manter. Contudo, no Sul do Brasil, alguns entusiastas criaram o movimento “o Sul é o meu país”, mas também parece não ser levado muito a sério.

Sabrina Moreira Paes

Moradora da Grande São Paulo, 25 anos, formada pela UFPR com MBA em marketing pela USP. Possui mestrado pela Unicamp e doutorado em andamento na USP. Profissional de marketing, Copy, SEO e Ghost Writer certificada pelas Universidades de Stanford, California, Northwestern e Toronto. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos.

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