Construção de megaprojeto para imitar o Sol na França envolve mais de 35 nações e promete revolucionar a geração de energia limpa.
Em um esforço global sem precedentes, mais de 35 nações se uniram em um megaprojeto para recriar, aqui na Terra, o processo que ocorre no interior do Sol. Parece algo saído de um filme de ficção científica, mas é real. O International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), localizado na França, é o maior experimento científico da história e, quando finalizado, terá o reator de fusão nuclear mais poderoso já construído. Seu objetivo? Gerar uma quantidade astronômica de energia limpa, capaz de alimentar grande parte da Europa.
Um sol na Terra: o megaprojeto do ITER
O ITER, um megaprojeto de proporções épicas, não só representa um dos maiores avanços científicos do século, mas também é o mais complexo de todos os tempos. Sua construção para imitar o Sol envolve tecnologia de ponta, reunindo cientistas de todo o mundo para tentar recriar as condições extremas encontradas nas estrelas. Com previsão de término para 2036, o reator pretende demonstrar que a fusão nuclear — processo pelo qual o Sol gera energia — é viável aqui na Terra.
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Fusão nuclear
Fusão nuclear é a palavra mágica. Diferente da fissão nuclear, usada atualmente em usinas nucleares, que divide átomos pesados, a fusão junta átomos leves de hidrogênio para formar hélio, liberando uma quantidade monumental de energia. O mais interessante é que, ao contrário da fissão, a fusão não gera os perigosos resíduos radioativos, tornando-a uma opção promissora e praticamente inesgotável. A construção do megaprojeto para imitar o Sol busca, portanto, abrir portas para uma fonte de energia limpa e segura para o futuro.
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A grandiosidade do ITER
Construído em Cadarache, no sul da França, o ITER é um verdadeiro colosso. O complexo se estende por 180 hectares e conta com 39 edifícios, sendo o tokamak o coração do projeto. Este gigantesco reator cilíndrico será responsável por criar e conter o plasma super aquecido necessário para que ocorra a fusão nuclear. O desafio é monumental: o plasma precisa atingir temperaturas de 150 milhões de graus Celsius, cerca de 10 vezes mais quente que o núcleo do Sol.
Para lidar com essa tarefa, a construção do ITER utiliza ímãs supercondutores que precisam ser resfriados a -270ºC, quase o zero absoluto. Esses ímãs, alguns com mais de 360 toneladas, são responsáveis por confinar o plasma e evitar que ele toque as paredes do reator, o que poderia causar danos irreparáveis. Toda essa precisão faz do ITER o megaprojeto mais desafiador já tentado pela humanidade.
Construção enfrentou atrasos e aumentos de custo
Nem tudo são raios de sol no ITER. Desde o início da sua construção, o projeto enfrentou atrasos e aumentos de custo. O plano original era que o reator começasse a operar em 2020, mas problemas técnicos, aumentos nos preços de materiais e, claro, a pandemia da COVID-19 empurraram a data para 2036. O orçamento, que começou em 5 bilhões de dólares, já saltou para mais de 30 bilhões, destacando o tamanho dos desafios técnicos e logísticos envolvidos nesse megaprojeto.
Um dos principais obstáculos foi a descoberta de rachaduras nos tubos de resfriamento do reator, o que paralisou a construção temporariamente. No entanto, a comunidade científica continua otimista. Acredita-se que, uma vez em operação, o ITER não só provará que a fusão nuclear é uma fonte viável de energia, mas também pavimentará o caminho para futuros reatores comerciais.
A corrida pela fusão nuclear com esse megaprojeto
Enquanto o megaprojeto ITER avança lentamente, outras iniciativas estão ganhando força ao redor do mundo. Projetos como o Wendelstein 7-X na Alemanha e o National Ignition Facility (NIF) nos Estados Unidos estão explorando novas abordagens para a fusão nuclear. Em 2022, o NIF alcançou um feito histórico ao gerar mais energia do que consumiu em uma reação de fusão, um marco na busca por essa tecnologia.
Apesar dos desafios, o ITER continua sendo o projeto mais ambicioso no campo da fusão nuclear. Se bem-sucedido, ele poderá inaugurar uma nova era de energia limpa e ilimitada, provando que a construção para imitar o Sol pode ser a chave para resolver a crise energética global.
E você, o que achou desse megaprojeto para imitar o Sol?