Você sabia que um simples analgésico pode ser responsável por milhares de mortes anuais? É chocante, mas essa é a realidade dos opioides, medicamentos que, apesar de eficazes contra a dor, podem causar dependência e até levar à morte.
A trajetória dos opioides remonta a milhares de anos, começando com a papoula, uma planta que possui uma seiva especial.
Conforme o canal Olá, Ciência, a seiva da papoula, conhecida como ópio, tem uma combinação peculiar de propriedades: anestesia, relaxamento e euforia. Inicialmente usada para tratar diversos problemas de saúde, a substância acabou se tornando uma droga de abuso devido aos seus efeitos psicoativos.
Em 1805, o cientista alemão Friedrich Sertüner conseguiu extrair do ópio uma substância que combate a dor de forma eficaz, chamada de morfina.
- Nova idade mínima para aposentadoria: veja o que muda com nova lei para quem já trabalhou registrado
- O mistério por trás da Amazônia: como uma região isolada está se tornando a nova capital do crime?
- Stellantis investirá R$ 2 bilhões nos “hermanos” para produzir nova linha de picapes
- Adeus, Netflix? Procon processa Netflix por taxa de compartilhamento de senha; usuários enfrentarão impacto negativo ?
Segundo o canal citado, a morfina é até hoje uma das substâncias mais potentes disponíveis contra dores intensas. Com o tempo, outros analgésicos naturais foram descobertos, como a codeína, e cientistas começaram a isolar essas substâncias, evitando o uso direto da seiva da papoula.
Opioides: salvadores e vilões
Os opioides naturais serviram de base para muitos outros analgésicos. Esses remédios são eficazes contra dores moderadas a intensas, especialmente após cirurgias ou em casos de doenças como câncer avançado.
De acordo com o Olá, Ciência, eles se ligam perfeitamente a receptores no corpo, bloqueando os sinais de dor de maneira mais eficiente do que os analgésicos comuns, como o paracetamol.
No entanto, os opioides não são apenas benéficos. Eles também agem no cérebro, bloqueando a capacidade de controlar sinais de prazer e bem-estar, o que pode levar à liberação excessiva de dopamina, conhecida como o “hormônio do prazer”.
Isso cria uma sensação de euforia, que, ao longo do uso contínuo, pode levar à dependência. Conforme o Olá, Ciência, à medida que a pessoa continua a tomar o remédio, o corpo diminui a quantidade de receptores disponíveis, necessitando de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito.
A epidemia de opioides
A dependência química leva muitas pessoas a buscar doses cada vez maiores de opioides, resultando em cerca de 68 mil mortes por overdose nos Estados Unidos em 2020.
Segundo o Olá, Ciência, a situação pode se agravar no Brasil, onde o número de prescrições de opioides aumentou de 1,6 milhão em 2009 para 9 milhões em 2015. Os principais opioides vendidos no Brasil incluem derivados da codeína, como o Codex e o Tylex, e do fentanil, como o Durogesic e o Fentanest.
Nos Estados Unidos, o fentanil, um opioide até 100 vezes mais potente que a morfina, é um dos principais responsáveis pela crise de overdose.
O fentanil conquistou o mercado ilegal, permitindo que pessoas dependentes de opioides e até aquelas sem prescrição médica obtenham a substância facilmente. No Brasil, a regulação rigorosa tenta evitar um cenário semelhante, mas o risco ainda existe.
Medicamentos opioides comuns no Brasil
Abaixo, uma tabela com exemplos de medicamentos bastante usados no Brasil que contêm substâncias opioides:
Substância | Medicamento Comercial | Indicação |
---|---|---|
Codeína | Codex, Tylex | Dor moderada a intensa |
Fentanil | Durogesic, Fentanest | Dor severa, como em casos de câncer |
Oxicodona | OxyContin | Dor moderada a severa |
Morfina | Dimorf | Dor intensa e crônica |
Tramadol | Tramal | Dor moderada a severa |
A importância da conscientização no uso de remédios para dor
Apesar dos riscos, os opioides são essenciais para tratar dores intensas ou crônicas, desde que usados corretamente. Seguir as recomendações médicas à risca é crucial para evitar dependência e overdose.
De acordo com o Olá, Ciência, é importante que as pessoas estejam cientes dos perigos e nunca compartilhem receitas médicas.
Nesse sentido, notados que os opioides têm uma história complexa, sendo ao mesmo tempo salvadores para muitos e vilões para outros.
Ou seja, a conscientização e a regulação são essenciais para evitar que a situação nos Estados Unidos se repita no Brasil.
Você acha que o Brasil está preparado para lidar com uma possível epidemia de opioides? Deixe seu comentário e participe da discussão.