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Praias no estado de São Paulo estão contaminadas por cocaína e analgésicos! Veja quais

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 08/12/2024 às 17:41

O litoral de Ubatuba, em São Paulo, enfrenta uma crise de poluição sem precedentes. Estudo da USP encontrou cocaína, analgésicos e outros compostos nas águas da Baía de Ubatuba. Além do impacto ambiental, a contaminação está afetando a saúde de moradores e turistas. O município enfrenta ainda o crescimento desordenado, agravando a situação.

É difícil imaginar que a tranquilidade de uma praia paradisíaca possa esconder um problema grave e insuspeito.

No entanto, enquanto moradores e turistas aproveitam o litoral norte de São Paulo, algo alarmante está se espalhando pelas águas.

Segundo o portal A Tribuna, estudos recentes revelaram a presença de substâncias químicas inesperadas e perigosas, apontando para uma crise de poluição que ameaça não só o meio ambiente, mas também a saúde de quem frequenta essas praias.

Os dados chocantes vêm de um estudo conduzido pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), como parte da tese de doutorado da pesquisadora Luciana Rocha Frazão.

A pesquisa analisou amostras da Baía de Ubatuba, localizada no litoral norte paulista, e encontrou vestígios de cocaína, cafeína, analgésicos e outros compostos químicos em níveis preocupantes.

A coleta ocorreu entre 2019 e 2020, mas os resultados estão sendo divulgados agora, após a conclusão da tese.

Estudo em Ubatuba: os detalhes da pesquisa

A investigação começou com coletas em três pontos específicos da Baía de Ubatuba, incluindo as praias do Itaguá e Cruzeiro.

Esses locais já são conhecidos por apresentarem alta contaminação durante quase todo o ano, frequentemente sinalizada por bandeiras vermelhas.

A análise revelou que a poluição das águas é composta não apenas por resíduos urbanos, mas também por substâncias inesperadas, como drogas ilícitas e medicamentos, que geralmente são encontradas em locais próximos a grandes centros urbanos, indústrias e portos, como Santos.

Luciana Rocha Frazão, responsável pelo estudo, destacou que foi surpreendente encontrar essas substâncias químicas em uma região como Ubatuba, que é famosa por sua biodiversidade e belezas naturais.

Segundo a pesquisadora, a presença de compostos como cocaína e analgésicos indica o impacto da atividade humana e do mau gerenciamento de resíduos, que contaminam o meio ambiente de forma silenciosa, mas devastadora.

Problemas de saúde associados à contaminação

A poluição química das praias de Ubatuba não se limita aos danos ambientais. Moradores e turistas têm relatado frequentemente problemas de saúde que vão desde viroses gastrointestinais até infecções causadas pela bactéria Staphylococcus aureus.

Essa bactéria, presente naturalmente na microbiota humana, é usada como indicador de contaminação por esgotos domésticos devido à sua alta capacidade de adaptação e resistência.

Segundo Luciana, as infecções por S. aureus podem variar desde simples irritações na pele, como espinhas e furúnculos, até doenças mais graves, incluindo pneumonia, meningite, síndrome do choque tóxico e septicemia.

Esses problemas de saúde refletem a grave situação ambiental das praias da região, já que o contato constante com águas contaminadas aumenta os riscos para banhistas.

Crescimento urbano e falta de planejamento agravam a crise

Além da contaminação química, outro fator tem intensificado a degradação ambiental em Ubatuba: o crescimento desordenado da cidade.

Nos últimos anos, a construção de prédios aumentou de forma acelerada, muitas vezes sem levar em consideração os impactos ambientais.

“O alerta para a Prefeitura foi dado. Esperamos providências urgentes, principalmente diante da intensa e desenfreada construção de prédios na cidade. Ubatuba, capital nacional da mata atlântica e do surf, não aguentará por muito tempo. O município pede socorro,” afirmou Luciana Rocha Frazão.

A falta de planejamento urbano resulta no aumento do despejo de esgotos domésticos, um dos principais fatores responsáveis pela poluição da Baía de Ubatuba.

Os impactos ambientais e sociais

A contaminação das águas afeta diretamente o ecossistema marinho, colocando em risco a biodiversidade local.

Substâncias como cocaína e analgésicos podem causar desequilíbrios nos organismos aquáticos, interferindo na reprodução, crescimento e sobrevivência de várias espécies.

Além disso, há consequências sociais significativas. Ubatuba, conhecida como a “capital do surf” e um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil, pode enfrentar uma queda no número de visitantes devido à crescente preocupação com a qualidade das suas águas.

O que precisa ser feito?

A situação alarmante exige ações imediatas. O município precisa investir em infraestrutura de saneamento básico para evitar que resíduos urbanos continuem contaminando as praias.

Além disso, o crescimento desordenado precisa ser controlado por meio de políticas públicas eficazes e fiscalizações rigorosas.

Conforme especialistas, a conscientização da população também é essencial. O descarte inadequado de medicamentos, por exemplo, contribui diretamente para a presença dessas substâncias nas águas. Campanhas de educação ambiental e coleta seletiva podem ajudar a mitigar o problema.

O que era para ser um refúgio natural e saudável está se tornando uma ameaça para quem frequenta o litoral norte de São Paulo.

A contaminação das praias de Ubatuba com drogas e analgésicos não é apenas um problema ambiental, mas um alerta sobre os impactos do descuido humano no meio ambiente.

Será que ainda há tempo para salvar Ubatuba da degradação ambiental? O que você acha que pode ser feito para reverter esse cenário preocupante? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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