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O último que apague a luz! Brasil está ‘entrando em ciclo perverso’ com juros altos, diz dono da MRV e do Banco Inter

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 04/01/2025 às 18:53
Empresário Rubens Menin alerta sobre os impactos devastadores dos juros altos na economia brasileira e pede ação urgente do governo.
Empresário Rubens Menin alerta sobre os impactos devastadores dos juros altos na economia brasileira e pede ação urgente do governo.

Fundador da MRV e Banco Inter, denuncia o “ciclo perverso” causado pelos juros altos no Brasil. Segundo ele, a política monetária atual sufoca o crédito, aumenta a inadimplência e ameaça a sustentabilidade econômica. Menin pede uma união entre governo e agentes econômicos para estabilizar o mercado e evitar danos irreversíveis.

A economia brasileira pode estar caminhando para um beco sem saída, onde as altas taxas de juros ameaçam tanto a estabilidade do mercado quanto o bolso da população.

Esse é o alerta de Rubens Menin, fundador da MRV, Banco Inter e CNN Brasil, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Menin traçou um cenário de preocupante instabilidade causado pela elevação da taxa Selic, que pode chegar a 15% até o final de 2025.

No segundo parágrafo de sua análise, Menin deixou claro que o problema vai além dos números frios da política monetária.

A alta dos juros afeta diretamente o acesso ao crédito, reduzindo a capacidade de investimento e consumo, o que prejudica setores fundamentais como o imobiliário.

Segundo o empresário, estamos vivendo um ciclo onde “[o mercado] vai sangrando, sangrando, até um momento que não tem volta.”

Impactos no setor imobiliário

O setor imobiliário, onde a MRV se destaca como uma das maiores empresas do mercado, é um dos mais afetados pela elevação da Selic.

Apesar dos esforços de programas como o Minha Casa, Minha Vida e o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) em mitigar os efeitos das altas taxas, a escassez de recursos tem dificultado a oferta de crédito para as diferentes faixas de renda.

Menin destacou que, embora esses mecanismos tenham algum controle, não são suficientes para sustentar o crescimento do setor.

“Os juros altos são uma verdadeira armadilha para a economia”, afirmou Menin. “Eles comprometem a renda das pessoas e fragilizam não apenas o mercado imobiliário, mas também outros setores essenciais.”

Crítica à comunicação do governo

Outro ponto destacado por Menin é a falta de clareza na comunicação do governo federal, especialmente em relação à responsabilidade fiscal.

Declarações confusas e contraditórias têm gerado insegurança no mercado, agravando a volatilidade dos juros futuros e alimentando um ciclo negativo.

Em suas palavras, “Estamos perdendo a guerra da comunicação, e quando isso acontece, o mercado entra em estado de alerta.

Os juros futuros sobem, e o Banco Central intensifica suas medidas de controle. O resultado é um ciclo perverso que prejudica toda a economia.”

Menin defende que governo e setor privado devem trabalhar juntos em uma agenda comum para estabilizar expectativas e garantir um ambiente de negócios mais previsível.

Rubens Menin (Foto: Bruno Batista/ VPR/Wikimedia Commons)
Rubens Menin (Foto: Bruno Batista/ VPR/Wikimedia Commons)

Reflexos no setor bancário

Os impactos não se limitam ao setor imobiliário. No setor bancário, a alta dos juros também tem causado estragos significativos.

Aumento da inadimplência, maior restrição de crédito e queda na capacidade de concessão de empréstimos são alguns dos problemas enfrentados.

No Banco Inter, onde Menin atua como um dos fundadores, a estratégia tem sido endurecer os critérios para análise de risco, o que acaba prejudicando principalmente as camadas mais vulneráveis da população.

Menin reforça que “a restrição do crédito é prejudicial tanto para as pessoas quanto para as empresas, pois dificulta a captação de recursos em momentos de crise.”

Necessidade de alinhamento

Para Menin, o cenário atual exige um esforço coletivo e coordenado. Embora ele reconheça a importância da independência do Banco Central, também destaca que as políticas fiscal e monetária precisam ser mais bem alinhadas.

“Vivemos um momento extremamente delicado, onde o ceticismo em relação à economia brasileira está cada vez mais evidente”, afirmou.

Essa falta de sintonia entre as esferas econômicas torna o ambiente de negócios menos previsível e afasta investimentos, dificultando ainda mais o crescimento do país.

Para o empresário, é essencial que o diálogo entre os agentes econômicos se fortaleça para evitar um agravamento da crise.

A solução é possível?

O futuro econômico do Brasil depende de ações coordenadas entre governo, setor privado e sociedade.

Menin acredita que, com o alinhamento correto das políticas econômicas e uma comunicação clara, é possível reverter o ciclo perverso dos juros altos.

Mas a pergunta que fica é: O Brasil está pronto para enfrentar essa mudança e buscar soluções sustentáveis?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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