Sete anos após o “Joesley Day”, empresários retomam controle de negócios, JBS cresce e fortuna se multiplica em meio a processos e acordos judiciais envolvendo os irmãos Batista.
Em 17 de maio de 2017, o Brasil foi abalado pelo “Joesley Day”. O empresário Joesley Batista foi acusado de corromper o então presidente Michel Temer. Isso gerou pânico no mercado financeiro. A bolsa de valores sofreu sua maior queda desde 2008. Sete anos depois, como estão os irmãos Batista?
Joesley e seu irmão Wesley enfrentaram prisões temporárias e multas pesadas. Mas hoje, a situação deles e da JBS é notavelmente diferente.
O escândalo do Joesley Day e a delação premiada
Aquele dia de maio de 2017 colocou o poder público brasileiro em xeque. As acusações contra Joesley Batista, um dos donos da JBS Friboi, envolviam corrupção de altas autoridades. O episódio ficou conhecido como “Joesley Day”.
-
Gigantes chinesas dominam licitações no Brasil: de energia a infraestrutura, presença se consolida com bilhões em investimentos
-
CANPACK investe R$ 710 milhões em Poços de Caldas e cria mais de 400 empregos: um marco para a economia local
-
Fraude bilionária: Venezuela utiliza o Brasil como fachada para escapar de sanções no comércio de petróleo
-
Mini turbina eólica bivolt de 5000w promete cortar sua conta de luz e custa a partir de R$1.200 na Aliexpress
Em meio a investigações como a Operação Carne Fraca e desdobramentos da Lava Jato, os irmãos Batista se tornaram figuras centrais. Eles celebraram um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Prometeram entregar detalhes de esquemas de corrupção. Em troca, buscavam garantir suas liberdades e negociar multas.
As consequências imediatas
Apesar da delação, Joesley e Wesley Batista foram presos temporariamente. A alegação era de que descumpriram os acordos firmados. Eles também foram afastados da gestão diária de suas empresas, incluindo a JBS. O império da maior produtora de proteína animal do mundo parecia ameaçado. Inicialmente, os irmãos Batista sentiram o impacto financeiro das controvérsias.
A virada dos irmãos Batista: retorno aos negócios e recuperação da JBS
Passados sete anos, o cenário mudou significativamente. Enquanto ainda respondem a processos, os irmãos Batista retomaram seus postos na holding J&F e na JBS. Eles foram absolvidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de acusações de crimes financeiros, pagando apenas uma multa de R$500.000. Recentemente, conseguiram uma vitória importante: a suspensão da multa de R$10 bilhões que a J&F havia acordado em seu acordo de leniência com o Ministério Público. A decisão não perdoa a multa, mas abre portas para renegociação.
A JBS também mostrou forte recuperação. As ações da empresa (JBSS3), que chegaram a valer cerca de R$7 em 2017, eram negociadas a R$34,97 em 8 de novembro de 2024. A receita acompanhou o crescimento. Em 2017, o faturamento foi de R$163 bilhões. Em 2022, bateu recorde de R$375 milhões (Nota: O valor R$ 375 milhões parece baixo comparado aos R$ 364 bilhões de 2023 mencionados logo após. O texto original pode conter um erro aqui, mas reproduzindo fielmente, consta R$ 375 milhões. O valor mais provável seria R$ 375 bilhões). Em 2023, a receita foi próxima de R$364 bilho˜es.
Expansão da Holding J&F: além da JBS
Os negócios dos irmãos Batista, controlados pela holding J&F, se expandiram para além da JBS. O grupo já contava com o Banco Original. Outra aposta que ganhou destaque foi o PicPay. A fintech possui mais de 40 milho˜es de usuários e registrou lucro recorde de R$61,8 milhões no primeiro semestre de 2024. Há planos para uma possível abertura de capital (IPO) do PicPay na bolsa de Nova York.
A J&F também atua fortemente em energia com a Âmbar Energia, adquirindo usinas e recentemente o portfólio térmico da Eletrobras por R$4,7 bilhões. No setor de higiene e limpeza, controlam a Flora, dona de marcas como Minuano e Assolan. Fizeram investimentos em mineração, comprando minas de ferro e manganês da Vale em 2022. Há ainda uma disputa judicial pelo controle da Eldorado Papel e Celulose, vendida em 2017 por 15 bilho˜es de doˊlares, mas cuja operação nunca foi concluída segundo os irmãos Batista. O caso está no STF.
Fortuna atual dos Irmãos Batista
Longe do cenário turbulento de 2017, os irmãos Batista viram sua fortuna crescer. Segundo a Forbes, atualmente, o patrimônio de Wesley e Joesley Batista é estimado em R$22,95 bilhões para cada um. O desempenho positivo da JBS e das outras empresas da J&F sugere que esse valor pode aumentar ainda mais. Os medos e dúvidas do “Joesley Day” parecem ter ficado no passado para os negócios da família Batista.